Banheiro da reflexão

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*Aaron/tangerina*

Eu e limão voltamos para onde deixamos aquele merdinha sangrando pelos olhos. O filho da puta até depois de morto tem que infernizar a missão

– Vocês apanharam legal – Limão disse me dando um pano molhado pra passar nos machucados

Limpei o sangue do meu nariz enquanto repensava tudo que havia acontecido até aqui

– Aí – Limão disse chamando a minha atenção, logo olhei pra ele – Dá pra me explicar o que a tua ex tá fazendo aqui?

– Eu já falei, ela também tá nessa agora

– Então... Ela está atrás da mala?

– É... – Suspirei

Ainda tinha isso, antes eu estava totalmente focado em só recuperar a pasta e não morrer, mas agora já não sei... Depois que ela parou de correr pra me ajudar eu já sabia que não estava mais focado em só recuperar a pasta

– Sabe que vai ter que escolher, não é? Entre ela e a mala – Limão me encarou

Olhei pra ele, mas logo desviei o olhar pensativo. Eu não queira ter que pensar nisso agora, então me levantei tentando afastar esses pensamentos

– Vamos logo atrás da mala. Eu vou pra um lado e você vai pra outro, se você ver aquele otário de óculos e chapéu, acaba com ele e pega a pasta

– Beleza. E se você ver a Gab-

– Não. Cala essa boca, só vamos focar na pasta, ouviu?

– Então tá

–...Pra que lado?

– Pra lá – Ele apontou pro lado da frente do vagão – Fica com a parte da frente e eu fico com a de trás. E toma cuidado, tá acontecendo alguma coisa nesse trem... Tipo um...

– Pelo amor de Deus, não fala diesel

– Tem a porra de um diesel nesse trem-

– Eu disse que ia te dar um tiro na cara se fizesse qualquer maldita referência sobre a droga do desenho

– Thomas e seus amigos me ensinou muito a decifrar as pessoas – Ele falou com convicção, tanta que fique até surpreso

– Sei...

– O dos óculos não é um diesel, a Gabi não é um diesel

Meu irmão às vezes viaja pra caralho, mas ele sabe mesmo ler as pessoas, ainda assim isso é loucura. Olhei pra ele desacreditado

– Tá... – Peguei minha pistola e entreguei pra ele – Atira primeiro e pergunta depois

Ele pegou a arma e com uma despedida breve, sem ser um adeus, ele caminhou até a parte de trás do trem

– E limão... – Falei antes que ele fosse

– Fala, cara

– Toma cuidado também

E então ele foi, mas eu sabia que não era pra sempre

*Gabriela*

– Abre essa porta, caralho

Depois daquela mensagem, joaninha me mandou a localização de onde ele estava, e não era exatamente o lugar apropriado que eu esperava

– Quem é?

– A polícia

Ele abriu um pouco pra ver, logo abriu ela toda pra que eu entrasse e então fechou

– Banheiro legal – Me sentei no chão ao lado do loiro

Trem bala - Tangerina (ATJ)Onde histórias criam vida. Descubra agora