Passado - pt1

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5 anos atrás

*Narradora*

– Eu não vou mais levar a culpa por tudo que você faz, pai! – O moreno gritou com os olhos arregalados, o olhar fixo no homem à sua frente e a voz altamente agressiva

– Sem mim você ainda estaria na merda – O mais velho disse calmamente – Sendo um imprestável igual ao seu irmão

Aaron avançou agressivamente até seu pai e o puxou pela gola da camiseta, mantendo contato visual, tentando ficar o mais posturado possível

– Não fala dele assim

Vincent Johnson nunca foi um homem de fato violento, na verdade o cara era a palavra "frio" em pessoa. Isso o tornava tão manipulador em relação ao seu filho Aaron

– Ele é um frouxo. Igual a mãe dele – O homem disse, com a voz sem remorso ou sentimento – Mas você, garoto... Você tem talento

– "Talento"? É como chama isso? – Aaron não se afastou de seu pai, seu olhar não desviou nem uma vez dos olhos do homem – Você é doente – Aaron se afastou e se virou de costas para o seu pai, que permanecia no mesmo lugar, com a mesma expressão

– Filho... – O homem falou se aproximando – Você é igual a mim. Sabe disso, e quanto mais cedo aceitar melhor – Aaron ficou calado encarando o chão – Você é meu filho e eu sou seu pai, por favor vamos agir como tal. Me ajuda nessa, Aaron – A voz dele emitia melancolia e dor. Uma falsa dor

Aaron olhava para o nada, pensando em tudo e nada ao mesmo tempo. Com um sentimento de raiva e ao mesmo tempo consideração. Por mais que soubesse que lá no fundo, seu pai estava o enganando

Em outro lugar

– Sabe, você está decidido isso há oito anos. Eu sabia que existia gente indecisa no mundo, mas isso...

– Pai – Gabi disse com as mãos apoiando sua cabeça – Eu não me interesso por nada disso. E eu não vou me esforçar pra fazer algo só pelo dinheiro

Gabriela procurava por faculdades que chamavam sua atenção, mas nada, absolutamente nada vinha à tona. Seu pai a apoiava sempre. Sempre foi assim desde que sua mãe a despachou de casa quando tinha quinze anos para ficar com um cara que conhecer há quinze dias. Se não tivesse George, seu querido pai, estaria perdida na vida

– É, mas você não vai sobreviver só fazendo bicos – Ele falou, apoiando a mão no ombro da mulher – Você é tão inteligente, poderia virar médica em pouquíssimo tempo...

– Não, pai – Gabi o olhou – Não é como eu penso – Havia olheiras no rosto da loira, seu cabelo estava despenteado e a xícara de café ao seu lado estava vazia – E eu sei que você me entende, meu velho – Ela se levantou, levando a xícara até a cozinha para se encher de mais cafeína – Aliás, eu fui demitida

– Demitida?

– É. Digamos que não ser pontual é uma desvantagem na lanchonete – Gabi pegou seu café e se sentou no sofá – Tanto faz pra mim

– Vai precisar dar um jeito nisso

– Posso virar traficante

– Gabi – George falou e ela o olhou

– Tô brincando, pai, relaxa – Ela deu um gole em seu café – É a quarta vez que sou demitida de lá, eu falo com o gerente e volto rapidinho

– Fala com o gerente? – Ele a olhou com a sombrancelha erguida – Sei como são suas conversas com aquele cara

– Você nunca me julgou por isso – Ela disse despreocupada – Na verdade nunca julgou nada que eu já fiz, por mais estúpido que fosse

– Dormir com o gerente de uma lanchonete meia boca é um bom motivo pra um pai se preocupar com a filha? – Ele alterou a voz com as mãos nos quadris

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⏰ Última atualização: May 31 ⏰

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