Los Angeles - Califórnia
07:36
Ryujin point of view:- Ryu, você acha que eu não gosto de você? Por que? - Ela pergunta e eu tento desfazer o abraço e virar para sua frente, mas ela me da um leve tapa na costa pedindo para que eu não fizesse
- Sei lá. Talvez eu só seja algo temporário - Y/N ao me ouvir, força para desfazer o abraço e se afasta de mim, voltando para o seu estado inicial
- Temporário? É sério que eu ouvi isso de você? - Ela me olha com uma feição de indignação e tristeza
- Olha, é dificil até para mim falar isso, mas você sempre me tratou como uma amiga, uma melhor amiga e do nada começa a me tratar como se eu fosse a sua namorada, fazendo carinhos, me beijando e até flertando. Se só estar fazendo isso por causa daquela festa maldita, depois dos meus "eu te amo" ou a declaração que eu fiz, fale agora que só esta fazendo isso para não me magoar. Não quero conviver com alguem que só estar comigo por dó ou pra nutrir algum tipo de necessidade - Falo com um tom estressado e rapido, mas ainda sim mantendo a calma. Y/N por outro lado, sua única reação foi abaixar a cabeça levemente e massagear a ponta dos dedos, provavelmente esta nervosa. - Sério, eu juro que não te entendo. Até uns dias atrás você insistia que eu era apenas uma amiguinha. Porque ta fazendo isso comigo? Por que ta brincando comigo?
- Me desculpa, ainda to... entende? Tentando descobrir e me sentir bem comigo mesma - Ela fala em um tom baixo, quase em sussuro
- Como assim? - Me levanto, pensando que falei algo indess
- Você sabe. A gente, mesmo gênero - Ela fala tímida, talvez por vergonha e medo
- Bem... Se você ainda ta se descobrindo, pode me explicar o que passava pela a sua cabeça quando você "flertava" comigo? - falei a última frase apressada e fazendo aspas com os dedos - Ou quando eu e você transamos a beça naquele escritório ou quando você sabotou o meu copo ontem a noite. Explica pra mim - Ela fungou o nariz e suspirou pesadamente
- Eu gosto de você, isso eu não posso negar, mas eu fui criada diferente. Minha mãe me proibia de sair, viver, eu apenas ia para a escola e nao tinha muitos amigos que pudessem me explicar direito o que é. Já me senti atraida por uma mulher, mas achava normal, achava que era coisa de mulher, entende? É tudo muito novo, ainda to me acostumando. Desculpa se isso te magooa ou não faça sentido - Ela fala com uma voz chorona e funga o nariz novamente
- Ah... Tudo bem. - Levo minha mão até a cabeça tentando arrumar um jeito de reconforta-la - Olha, eu não vou te julgar nem nada do tipo, todos nós passamos por isso. Vai ficar tudo bem, ok? - me sento novamente e Y/N apenas acente com a cabeça baixa em sinal de vergonha e perdão
Apenas o som da televisão e o trânsito na avenida pode ser ouvido, um completo silêncio entre nós duas. Sinceramente, começo a ficar desconfortável com a situação. Olho para ela que estava abraçando um travesseiro com a cabeça baixa ainda. Me levantei e por alguns segundos ela levanta a cabeça para me olhar. Seus olhos estavam marejados e sua bochecha vermelha com alguns pingos de lagrimas escorrendo. Travei por alguns segundos, queria dizer algo, mas não saia nada, minha unica reação foi encarar-la
- Eh.. Vai que-querer sorvete? - Uma gaguejação repentina me corrompe, a palavra sorvete saiu como quase um sussurro, mas parece que a mais nova ouviu já que assentiu com a cabeça.
Vou até a cozinha e jogo a minha costa na parede soltando todo o peso que estava sentindo.Me abano com as mãos e levanto a minha camisa me abanando para tomar um ar fresco. Mesmo que a temporada de inverno nos Estados Unidos esteja quase chegando, no momento parecia que eu estava no inferno. Me inclino na altura dos meus joelhos, colocando as maos no joelho para apoiar.
Balanço a minha cabeça e suspiro pesado, voltando ao meu estado normal. Abro o freezer e tiro um pote mediano de sorvete de morango e logo vou a gaveta pegando duas colheres grandes.
Olho pelo o reflexo da geladeira, agora Y/N estava com os pés em cima do sofá e com a cabeça apoiada no joelho, provavelmente nao queria falar sobre o assunto tão cedo. Eu entendo, passei pela a mesma fase, mas me surpreende o fato de uma mulher com mais de 18 anos não saber pelo menos o significado da palavra "sáfica"direito.
Volto para a sala e Y/N ainda permanece na mesma posição, sem mover um único músculo. Fiquei com receio de cutuca-la ou chama-la, mas assim fiz. Cutuquei ela algumas vezes e sua unica reaçao foi levantar um pouco a cabeça. Seu olhar foi para o pote de sorvete o que a fez pedi com os olhos um pouco do doce.
Dei a ela uma das colheres que estava segurando e abrir o pote. Ela apreensiva, esperando algum sinal para que tivesse "permissão" de pegar um pouco, apenas ficou encarando o pote.
- Pode comer, amor - Ela sem prestar atenção em como a chamei, rapidamente meteu a colher e retirou um pedaço o colocando na boca. Y/N fecha os olhos e faz um barulho indicando que estava adorando o gosto do sorvete em sua boca, mas logo sua boca para de se mover e levemente ela abre os olhos, ele engole o sorvete e se vira para me olhar
- Você me chamou de que? - Ela falou suavemente, quase que em um sussurro e sua expressão era uma mistura de confusão com surpresa. Apenas rir da situação e ela continuou me olhando de forma surpresa.
- A gente conversa melhor depois tá bom? Mas saiba que eu vou esperar o tempo que for até você tiver certa que realmente quer isso - Falo com uma voz calma e Y/N apenas abriu a boca levemente querendo falar algo, mas logo a fechou e evitou contato visual - Se precisar de alguma coisa é só me chamar - Me aproximo e abaixo suavemente sua cabeça e dou-lhe um beijo no topo de sua cabeça o que faz ela ficar imóvel. Faço um carinho leve e saio em direção ao meu quarto
Y/N point of view:
Fico imóvel até ouvir a porta do quarto sendo fechada para finalmente surtar livremente. Coloco de lado o pote de sorvete com a colher e pego o travesseiro de antes aterrando o meu rosto e gritando o máximo que posso, meu grito era tanto que lágrimas começaram a escorrer. Estava em uma mistura de emoções. Alegria, em saber que Ryu ainda estaria ali do meu lado, mas por outro lado estava triste, pois tenho medo de que Ryujin não me aguente mais. Eu odeio tanto isso.
Odeio o fato de ainda ter dúvidas sobre a minha sexualidade, mas sei que não tenho culpa. Vivi metade da minha vida confinada em casa, sem pouco acesso a internet e com uma família extremamente religiosa. Ainda me lembro da época em que estava no 6 ano e estudava em uma escola catolica apenas para meninas e acabei vivendo um romance as escondidas com uma menina do 8 ano.
- Milla, você acha que tem chances da gente sair daqui e fugir pra qualquer lugar do mundo, sei lá, Nova Iorque? - Me deito ao seu lado e a abraço enquanto mexia no seu cabelo que estava em um rabo de cavalo. Estávamos em uma sala abandonada atrás do internato. Ela era um pouco suja, apenas com um colchão no chão e vários armários ao redor, talvez aquilo fosse uma antiga biblioteca.
- Eu não sei, na verdade, não sei como posso chamar nossa relação. Acha que vamos estar juntas quando completarmos a maior idade? - Ela me olha e espera uma resposta minha
- Bem, podemos chamar a nossa relação de "amigas que se amam demais" o que acha? - Ela concorda com uma expressão não tão contente e vira o seu olhar para o teto da sala vazia - Respondendo sua pergunta, vamos prometer uma a outra - Me levanto ficando sentada no colchão enquanto ela permanecia deitada apenas me encarando - Vamos está juntas até nossa maior idade, fugir e fazer que nem os adultos, vamos nos casar e ter uma vida feliz e próspera. Promete? - Levanto o dedo mindinho para ela e faço biquinho que a faz tirar um sorriso do seu rosto. Ela se senta no colchão e levanta o seu mindinho e o "enrola" no meu. Ela me olha com brilho nos olhos e eu a abraço forte fazendo com que eu e ela caissemos em cima do colchão, enquanto ritmos baixo por conta da queda.
Momentos felizes antes de sermos descobertas e castigadas por fazemos tal ato que era considerado "vulgar e sujo". Na época, eu não via problema, até porque achava que nossa relação era apenas amizade, mas toda vez que lembro o rosto sem expressão alguma da Milla quando foi expulsa da escola pois pegou toda a culpa para si mesma, me fez pensar que nada daquilo era apenas amizade. Eu estava errada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
IGY (I Got You) - Ryujin ITZY
FanfictionQuem diria que uma garota que você conheceu em uma boate e que você foi pra cama com ela seria filha do seu chefe e sua futura chefe