- Sol? - Milla me chama pelo apelido carinhoso que ela me deu no dia em que nos conhecemos. Abri meus olhos gentilmente e a olhei com um pouco de clareza. Quando eu cair no sono? Olho para o local e possivelmente ainda estávamos naquela sala escura e abandonada
- Oi Milla, ainda estamos aqui? - Ela riu suavemente após a minha voz fina sair um pouco rouca devido ao sono de antes. Esfrego os meus olhos e pisco algumas vezes para me acostumar com a claridade
- Que horas são? - Pergunto ao sentir o sol raiar na minha pele como nunca- Só pelo jeito que o sol está, chuto que são quase 6 horas da tarde - Me afasto um pouco para que o sol não fique tão em cima de mim. Olho para a grande janela aberta, o sol e o céu alaranjado, quase se pondo. Hoje foi um dia bom, milagrosamente não tivemos notícia de nenhum problema
Respiro pesado soltando todo o ar que estava em meu pulmão e fecho os meus olhos aproveitando a brisa do vento. Milla aproveita para me abraçar por trás e dar um beijo no topo da minha cabeça
- Não quero sair daqui, sua presença pra mim é ótima - Ela diz juntando nossos corpos ainda mais e aprofundando sua cabeça em meu ombro. Milla, mesmo sendo total contra muitos afetos, consegue ser a pessoa mais grudenta em alguns momentos. Acho isso fofo dela
- Eu também, me sinto segura com você - Viro o meu rosto e encaro ela com um sorriso tímido. Milla com calma segura em meu rosto e dá um beijo em minha bochecha fazendo trilha até os meus lábios aonde dá um selinho demorado que logo vira um beijo apaixonado e puro. Ela aprofunda o beijo e eu jogo os meus braços ao redor do seu pescoço enquanto sua outra mão ia até a minha cintura, apertando com um pouco de força
- MAIS QUE PATIFARIA É ESTA AQUI?!!- Ouvimos um grito alto e já sabíamos que era da coordenadora sênior do internato. Nos separamos assustadas enquanto tentavamos disfarçar. Me ajoelho e abaixo minha cabeça, enquanto Milla, assustada, tentava explicar a situação para Angelica da forma mais calma possível
- Não tente se explicar mocinha, as duas cometeram um pecado terrível e devem ser julgadas perante a Deus - Ela nos pegam pelo o braços e nos arrasta até a diretoria enquanto alunas davam olhares de desgosto.
Me debatia enquanto Milla se manteve estável a todo momento, talvez tentando achar uma soluçãoA freira Angélica abre a porta da diretoria sem bater e nos joga no chão, o que faz a diretora ficar surpresa com tal ato
- O que a traz aqui, freira Angelica e porque as tratou assim? Além de chegar em minha sala sem bater na porta antes - A diretora fala com calma deixando seus inúmeros papéis de lado para tentar entender a situação
- Senhorita, Millena e Y/N, peguei as duas fazendo tal ato terrível e sem perdão atrás da escola, na antiga biblioteca - Ela fala apontando para nós duas
- É Milla - Milla fala corrigindo
- Seu nome é Millena, está no seu documento mocinha, quer verificar no cartório? - Angelica debate Milla que apenas aceita calada
- Angelica, por favor, deixe as meninas aqui comigo. Quero conversar com elas a sós - Angelica bufa de raiva e dá uma última "conferida" em nós
- Sujas - Ela nos chamou antes de sair da sala fazendo birra
A diretora onde não sabíamos o nome, já que ela sempre estava fora ou ocupada demais para certificar de que estávamos bem, suspirou pesadamente e ajeitou seus óculos redondos da armação escura.
- Podem me explicar o porquê disso tudo? - Ela diz sem a calma de antes. Parecia estar com raiva? Talvez
- Diretora, eu assumo totalmente a culpa - Milla fala de cabeça baixa e se ajoelhou no chão em forma de perdão. Solto um rápido "Oque" após a sua resposta. Me ajoelho e a sacodo tentando a fazer voltar ao seu estado normal
- Eu a forcei a ter relações amorosas comigo, a obriguei a fazer tal ato porque estava sedenta de amor, eu queria tocá-la, queria sentir seu cheiro, o seu beijo, a sua mais pura inocência que a faz ser a pessoa mais pura e angelical de todas. Eu a amo, mas sei que cometi um erro e mereço ser punida - Ela fala rápida e com clareza- Não, não. Diretora não foi isso, ela não me obrigou a nada - Eu falo soluçando já em lágrimas e desminto com medo do que pode nos aguardar
- Não minta para me acobertar, Y/N. Foi isso mesmo, diretora. A deixei acreditar que era apenas amizade, mas o que eu queria mesmo era o seu amor - Milla fala apressada e a diretora apenas tira os seus óculos e fecha os olhos com raiva. Começo a chorar mais ainda e chamo Milla que apenas tentava ter o controle da situação optando por apenas tentar me acalmar
- Cale-se! - Ela bate na mesa com força fazendo nós duas olharmos para ela surpresas. Ela bufa e tenta transparecer calma
- Millena, ou melhor, Milla, se você realmente a obrigou e a trouxe para o lado errado da história, não terei outra escolha a não ser expulsa-lá do internato, sabe melhor do que ninguém que é uma ameaça à todas nesse instituto. Uma das melhores alunas fazendo esse tipo de coisa, não é certo perante ao ser divino que nos deu a vida - Ela fala dando o argumento mais intolerante possível. Não é possível que alguém desse colégio pense direito, não é?Olho para ela, que agora voltou a ficar de cabeça baixa novamente. Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mal dava para enxergar com clareza ao redor. Porém, conseguia ver o rosto de Milla que estava se contorcendo de dor e lágrimas. Ela nada diz, apenas concorda com a cabeça e ouço a diretora ligar o interfone chamando pela as freiras
- Não, NÃO! - Repito a palavra de um modo desesperador quando a porta se abre violentamente e vejo Milla sendo levada pela as freiras pelos braços. Angelica me segura para que eu não tente fazer nada enquanto me contorcia para escapar
Milla por instante me olha com zero expressão, mas logo sorriu levemente enquanto uma lágrima cai sobre a sua bochecha. Ela logo sussurra as palavras "eu te amo" antes de ser puxada ferozmente para fora pela as outras. Angelica me leva até o meu dormitório onde dividia com a Milla, Rachel e Violet. Ela me joga lá dentro e tranca a porta. Tento abri-la, batendo forte enquanto me acabava em choro, mas de nada adiantou
Me sento de costas para a porta e tento achar uma saída, olhando ao redor, soluçando e sentindo uma dor enorme por dentro. Escuto de longe um barulho de risos e gritos e me viro para a grande janela onde tinha uma visao do lado de fora. A abro para que eu possa ouvir com clareza o lado de fora e logo ouço a voz de Milla
- SAIAM, ME DEIXEM EM PAZ! — Milla grita tão alto que eu consigo ouvir lá de cima do prédio do dormitório. Uma das freiras que a estava segurando deu-lhe um tapa no rosto para que ela parasse de "espernear" - SUA DESGRAÇADA, NÃO SABE MAIS O QUE É RESPEITO, NÃO? SUA VELHA!
- FIQUE QUIETA GAROTA! — A freira abriu a porta da sala que usavam para punir alunos e empurrou Milla para dentro como se fosse um saco de batata. Ela fecha a porta e tranca logo antes que Mila conseguisse escapar. Mila parece bater na porta com força ja que a freira bate de volta e novamente a manda ficar quieta
Eu me deito na cama de mila e sinto o cheiro do seu perfume floral e amadeirado no lençol. Ao aterrissar minha cabeça no travesseiro, consigo ouvir um pequeno barulho de papel, como se algo estivesse dentro do travesseiro. Abro o ziper com cuidado e lá tinha vários papéis, inclusive corações e adesivos que tinha dado a ela nas primeiras semanas de aula.
Um papel maior e vermelho logo chamou minha atenção. Atrás dele estava um pequeno texto. Milla se "declarava" para alguém, usava apelidos carinhosos, inclusive um apelido que ela me deu, provavelmente estava se referindo a mim e aparentemente ele foi escrito a pouco tempo, ja que é possível ver pequenos pingos de lágrimas na folha. Porém, uma única frase no final me fez refletir um pouco sobre a situação e nosso convívio"Meninas não se apaixonam uma pela a outra, não é?"
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IGY (I Got You) - Ryujin ITZY
FanfictionQuem diria que uma garota que você conheceu em uma boate e que você foi pra cama com ela seria filha do seu chefe e sua futura chefe