Ridícula. Era assim que Emma se sentia no momento. Completamente, totalmente, infinitamente ridícula.
Haviam passado exatos quatro dias desde a última visita da Prefeita na delegacia, o fatídico dia em que Swan simplesmente sentiu... aquilo.
Mãos quentes, estomago estranhamente embrulhado, a ansiedade aumentando aos poucos... puta merda, ela estava com ciúmes da morena com seu colega de trabalho.
Mas quem poderia culpá-la, afinal? Até que fazia sentido ela se incomodar com piadas internas, lembranças compartilhadas e brincadeiras entre eles em seu local de trabalho. Poxa, ela estava tentando completar suas tarefas sem que eles ficassem conversando o tempo todo.
Senhor, estava pior do que ela imaginava, ela só percebia que estava sendo ridícula quando parava de pensar por 1 minuto, mas obviamente, no minuto seguinte, ela voltava a repassar aquele dia em sua mente. Novamente, a situação em que se encontrava era ridiculamente ridícula.
Sentada em um dos bancos da Vovó, ao lado de seu filho que se esbaldava em um chocolate quente cheio de chantilly, se permitiu esquecer de uma morena específica, pelo menos por agora.
- Está bom? - ela perguntou segurando um riso: o garoto estava com um belo bigode de chantilly no rosto.
- Muito! Ei, e você, está bem? - ele questionou tentando parecer desinteressado.
- Estou, por quê? - ela perguntou confusa.
- Bom, você tem estado bem quieta esses últimos dias... sem contar que nem encostou no seu café com leite. - ele apontou para a xícara cheia em frente a ela.
Ela permaneceu em silêncio por um tempo, percebendo que seu comportamento não afetava apenas a si, mas também aos que estavam ao seu redor. Com um sorrio forçado no rosto, ela segurou o objeto e deu um gole na bebida.
- Estou bem, sério. - depois de ingerir, resmungou insatisfeita - Esqueci da canela, eu já volto.
Andando até a bancada, ela se aproximou da funcionária de cabelos um tanto coloridos e sorriu educadamente.
- Ei, pode me alcançar a canela? - ela perguntou para a moça.
- Emma, certo? - a mesma pegou o pequeno recipiente e o entregou a outra.
- Hm... sim, sou eu. Eu não lembro o seu nome. - ela admitiu.
- Ruby! Mas você pode me chamar de Rubes, ou como quiser. Eu soube que é nova, já tem um lugar pra ficar? - ela se encostou na bancada e se aproximou.
- Ah, muito prazer, Ruby! - Swan sorriu - E sim, eu tenho, moro em um apartamento não tão longe daqui.
- Legal. - a atendente sorriu e afastou seu olhar - Você veio com aquele garotinho, certo? Na mesa com você.
- Sim, ele é meu filho, por quê? - a loira respondeu sem olhar pra trás, ainda segurando o frasco com canela.
- Ele é fofo... e a Prefeita parece gostar dele. - ela deu de ombros.
- O que? A Prefeita? Como assim? - ela soltou rapidamente.
- Bom, é ela ali conversando com ele. - ela apontou para a mesa - Enfim, a gente se vê, Em. - falou o apelido e voltou para a cozinha.
Ainda um tanto atordoada com esta interação aleatória, Swan olhou para trás e viu a morena segurando um casaco em seus braços como costume, o que tapava sua saia lápis, saltos pretos e camisa de seda vermelha. Ela estava em pé conversando com seu filho, que estava sentado e muito interessado no diálogo. Se aproximando lentamente, Emma parou ao lado de seu filho e largou a canela na mesa, apoiando a mão esquerda no banco do restaurante.
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First Look
RomanceUma romance incomum com um pouco de tudo, onde Emma Swan é uma aspirante a policial, mãe solteira de um garoto de dez anos, que quer um recomeço neste ano de 2020, em algum outro lugar que não seja Boston. Já Regina Mills é uma prefeita fria, que te...