0.2 - Storybrooke.

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O sol nasceu e uma manhã de tempo agradável chegou. Com o céu limpo, os pássaros cantando, e surpreendentemente, a temperatura não tão quente; diferente de Boston, que provavelmente estaria com um calor insuportável. Depois de uma longa noite de sono, Emma acordou às oito e meia da manhã, tomou um banho gelado e foi até a cozinha preparar algumas panquecas para o café da manhã. O motivo de Swan ter acordado tão cedo era simples: conhecer a cidade. Ao terminar o prato, Emma deixou tudo arrumado para que Henry apenas acordasse e pudesse comer, já que ela planejava fazer aquela visita sozinha, e ele provavelmente iria acordar, comer e ir direto para o video game. Depois de se vestir, arrumar o cabelo e limpar o que sujou enquanto cozinhava, a mulher escreveu em um pequeno papel e o prendeu em um imã na geladeira, tendo escrito: "Filho, fui dar uma volta aqui na cidade, tem panqueca no balcão da cozinha, volto logo!" junto a um coração meio torto que tinha desenhado abaixo do recado.

Às nove horas da manhã se aproximavam, Emma finalmente saiu de casa para iniciar sua pequena jornada. Como a cidade era pequena, não achou necessário ir de carro, então apenas seguiu pela calçada e foi avistando algumas lojas de conveniência, como a "Mr. Gold Pawnbroker", que continha diversos objetos aparentemente antigos, entre outras coisas. Como uma boa colecionadora, a moça adentrou o local e deu uma olhada em alguns itens, sendo surpreendida por uma voz masculina ao fundo do cômodo, que logo em seguida foi revelada por um homem de aparentemente meia idade, cabelos compridos até o fim do rosto, liso e castanho, mas com alguns fios brancos se destacando; olhos de cor marrom, até que claros e uma pele com diversas marcas de expressão, além de sua principal característica física: a perna direita sendo manca, resultado de um acidente de carro, por tal motivo, o mesmo apenas se locomovia com uma bengala de cabo preto, mas com a parte superior sendo dourada.

- O que gostaria de encontrar, querida? - disse o homem saindo de uma sala atrás do cômodo principal, que era tapada por uma cortina.

- Ah, olá! Vim apenas dar uma olhada, conhecer a cidade melhor. - Emma falou com um sorriso simpático no rosto.

- Espero que goste daqui. É simples, mas muito aconchegante. - foram as palavras que sairam da boca do sujeito, que logo em seguida estendeu a mão em direção à jovem - É um prazer conhecê-la, sou Gold, senhor Gold.

Swan retribuiu o aperto de mão e respondeu logo após Gold terminar de falar - O prazer é meu, me chamo Emma Swan.

- Emma... que nome adorável. - disse o homem claramente concluindo a conversa.

- Obrigada! Bom, irei seguir meu caminho, nos vemos por aí. - Emma respondeu de forma educada, logo se direcionando à porta pela qual tinha entrado anteriormente.

Seguindo o caminho que percorria antes, ela visitou mais alguns lugares que chamavam sua atenção; após uma longa caminhada pelo centro de Storybrooke, ela chegou no local mais movimentado naquela hora: o restaurante da vovó. Já eram dez e meia da manhã, e diversos moradores estavam ali para o café matinal, que parecia ser a rotina de vários dos clientes. Como Emma deixou as panquecas prontas para Henry e até se esqueceu de comer, ela decidiu dar uma chance para alguma refeição que o lugar poderia oferecer. Entrando no restaurante, Swan avistou uma cadeira livre no balcão e logo foi se sentar. Ela pegou o cardápio, observou bem os pratos e ingredientes de cada refeição, e a decisão que tomou foi pedir um pão tostado com presunto e queijo, e para beber, um café com bastante açúcar. Não demorou muito para receber seu pedido, que por sinal, tinha uma aparência muito apetitosa, porém, quando segurou o alimento para dar a primeira mordida, foi interrompida por uma voz rouca e que parecia ser de alguém de idade avançada. A dona do restaurante estava trabalhando no balcão, era uma idosa de cabelos grisalhos e enrolados, usando um óculos com duas cordinhas em cada perna dele, algo típico de óculos para idosos, além de vestir uma camiseta branca e um casaco rosa não muito grosso, junto com uma calça jeans clara, mas em cima de todas as vestes, estava seu avental de cor bordô um pouco desbotado, devido ao uso frequente.

- Bom dia moça, nunca te vi no restaurante, como se chama? - disse a mulher ainda desconhecida.

Swan largou o pão de volta no prato e esfregou as mãos para retirar os farelos que tinham ficado nas palmas dela.

- Me chamo Emma, sou nova aqui, cheguei ontem a tarde. - soltou um sorriso natural - E você, como posso te chamar?

- Apenas vovó está bom! - a senhora retribuiu o sorriso - O que achou da cidade até agora?

- É legal, gostei bastante. - Swan respondeu de forma rápida.

- Fico feliz em ouvir isso, moro aqui há muitos anos, mas também tem outra pessoa que gostaria de ouvir esse elogio. - falava a vovó, logo em seguida apontando para a mesa no canto do estabelecimento.

Emma, curiosa, olhou diretamente para o local apontado, se deparando com uma visão muito favorável. Uma mulher de cabelos negros e lisos, olhos castanhos escuros e lábios vermelhos como sangue, segurando um jornal aparentemente atual. Ela vestia uma camisa da cor de um vinho caro, e acima dela, um blazer vermelho, combinando com o salto alto que era da mesma cor que a veste citada, e na parte inferior, estava vestindo uma saia que ia até sua coxa, de cor preta e que parecia ser feita de algo como couro. Os olhos azuis de Swan não conseguiam desviar o foco dessa visão, e inconscientemente, se levantou e andou em direção à mulher. Dando dois toques com a mão direita na mesa da moça, Emma iniciou um assunto.

- Bom dia! - exclamou a loira com um tom de voz animado.

A mulher a olhou de cima a baixo, analisando quem tinha sido a pessoa que tentou puxar um assunto com ela em pleno café da manhã.

- Igualmente. - a moça respondeu de um jeito firme.

- Então, eu poderia saber seu nome? - Emma tentou continuar a conversa.

- Pode me chamar de Prefeita Mills. - disse a morena, dobrando e largando seu jornal acima da mesa.

- Ah, agora entendo porque a vovó falou de você. Bom, cheguei na cidade ontem, é um prazer te conhecer, me chamo Emma Swan. - respondeu a jovem, logo em seguida.

- Posso dizer o mesmo, Srta. Swan. - respondeu Mills - Espero que encontre o que quer aqui nesta humilde cidade, estou no escritório da prefeitura se precisar de alguma coisa. - disse a prefeita, sendo o mais educada possível, mas ainda assim soando rígida.

- Obrigada, aliás, existe alguém aqui que possa fazer um tour pela cidade? Sinto que vou me perder em breve. - exclamou Emma, com um sorriso simpático no rosto.

- Bom, vou ver o que posso fazer por você, te aviso qualquer coisa. - a morena pegou seu jornal e logo em seguida se levantou da mesa, após concluir a conversa.

Emma balançou a cabeça positivamente como resposta, assistindo a mulher se retirar do local após a curta interação de ambas.

- Talvez eu já tenha encontrado algo que quero aqui, afinal. - Swan cochichou para si mesma, em um tom curioso.

Voltando ao balcão, Emma se sentou no lugar em que estava antes e finalmente fez sua refeição, se satisfazendo por completo. Após o pagamento, a loira se retirou do restaurante e caminhou de volta pra casa; o que durou dez minutos. Chegando lá, viu as panquecas intactas no mesmo lugar que tinha as colocado antes.

- Henry? - Swan falou alto - Não acordou ainda? Já vai ser meio dia, você não vai levantar?

Sem resposta, Emma subiu as escadas e viu seu filho estatelado no colchão, quase roncando. O sono do garoto parecia tão relaxante que ela o deixou ali dormindo por mais tempo. Por conta disso, ela apenas desceu e ligou a TV, iniciando uma série aleatória que ela achou no streaming, o que ela ficou fazendo praticamente o dia todo, até mesmo junto com Henry, após ele acordar.

(...)

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