Cap. 3 - O destino está mais para Carma

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Foto: Vinne (Justin Bieber)

O sinal toca. A primeira aula acabou, só me restam quatro aulas. Dá para sobreviver!
Eu não sei se vou ao baile da Horst, eu + vestido = eu ridiculamente estúpida. E combino ainda menos com essas pessoas chiques e ultra-refinadas. Eu sou do tipo que ainda acredita que caridade é um dever, e não uma qualidade. Doar é algo humanitário, algo que devemos fazer de acordo com nossas condições. Eu não acredito nessas pessoas que chegam lá e dizem:

- Eu acabei de doar 1 milhão de dólares para criancinhas carentes, agora tire uma foto minha e coloque na primeira capa do jornal!

Acho desnecessário, caso eu vá para este baile eu preciso de um acompanhante. E bom, no momento eu não pego nem resfriado!
Eu acho que vou dar o ingresso para Melannie, ela foi a segunda a terminar!

Todos já estão saindo da sala, quando eu me levanto e professor me chama.

- Gaya venha aqui por favor!
- Claro professor diga!
- Gaya você tem uma mente brilhante, você já sabe o que vai fazer de sua vida? Eu lhe pergunto isso pois você parece perdida! Diz o professor com um sorriso amável em seus lábios
- Não professor, eu não tenho a menor ideia do que eu irei fazer! Lhe respondo timidamente
- Eu acho que você deveria seguir sua brilhante mente, eu sei que ela irá te levar para o lugar certo, e te deixar longe do perigo!
- Professor eu irei seguir o seu conselho! Disse afirmativamente, mas não havia entendido absolutamente nada.
- Agora com licença professor, Eu preciso ir. Digo e vou saindo da sala
- Claro. Lembre-se do que eu te disse!
- Irei lembrar! Eu disse quase gritando, pois já estava longe

Eu não entendi nada, essa conversa foi realmente estranha.

Estava na aula de aritmética, a professora passava uma lição sobre os números imaginários, ela estava no meio da explicação. Eu senti um frio, frio o qual eu nunca havia sentido. Eu olhei para o lado e vi a mulher, com quem sonhava todas as noites. Ela me olhou nos olhos, e eu senti um desconforto mortal. Eu me assustei com a sua aparição, e eu gritei. Todos da sala me olharam assustados, a professora me olhou, e depois olhou para o lugar onde a Daphne estava, e perguntou:

- Você está bem?
- Eu preciso ir ao banheiro, eu posso? Pedi a ela, ainda confusa e atordoada.
- Claro! Disse ela, com um sorriso acolhedor

Eu saí da sala, todos me olharam confusos. Hoje as coisas estão muito estranhas e tensas para o primeiro dia de aula. Agora eu não tenho tanta certeza se irei sobreviver até o final das aulas.

Eu fui até o banheiro, estava sozinha. Parei em frente a pia, e olhei meu rosto no espelho e em seguida o lavei. Assim que me olhei no espelho novamente, ela estava atrás de mim e em seguida senti novamente aquele frio mortal.

- Você está pálida até parece que viu um fantasma? Disse ela com um sorriso maldoso e irônico
- Você não existe, você é uma ilusão. O meu cérebro está fazendo isso! Eu disse morrendo de medo de estar errada
- Você não precisa ter medo, e eu posso te garantir que eu existo. Se eu não existisse, eu poderia fazer isso?
Exatamente nesse momento todas as torneiras se abriram, as portas começaram a bater, as luzes falharam.
- Eu existo e não vou te machucar. Confie em mim, me escute? Disse ela
- Agora que você já fez seu show, você pode parar? Eu perguntei tremendo
- Vejo que você já se recuperou! As coisas voltaram ao normal
- Qual o seu o nome? Perguntei receosa
- Você já sabe, Daphne! Disse ela
- O meu é Gaya! Eu disse tentando criar um vínculo
- Eu sei. Agora que você está pronta, poderemos começar a sua missão! Ela disse animada
- Que missão? Perguntei preocupada
- Você é Gaya, minha descendente e escolhida para salvar o nosso povo, e vingar aqueles que morreram lutando! Disse ela com um tom de ódio em sua voz grave
- O que? Eu perguntei incrédula
- Nosso povo foi muito perseguido pelos Católicos, eu e muitos outros lutamos por nossa liberdade. Eles nos queimaram, acorrentam etc.
Antes de me prenderem, eu fui ao Brasil, com uma colonização apenas de Bruxos. Achávamos que nunca desconfiaram que nós estávamos lá, porque o Brasil era o país com o maior número de católicos, chegando lá desembarcamos no Nordeste do país, mais precisamente na Bahia, fomos para lá porque a muitos anos nossos ancestrais construíram uma Cidade, a nossa cidade prometida eles chamavam de Cidade Perdida. Chamavam assim porque nunca algum mortal iria conseguir acha-la. O lugar era todo encantado, havia imagens de nossos deuses em todo o lugar, ouro e riquezas inimagináveis. Mas só é possível entrar com uma esfera, que tem um tipo de código que está na nossa língua, que é desconhecido para os outros. Eu fui a escolhida, era eu quem tinha que guardar a esfera. Mas eu falhei, eu decidi voltar para Inglaterra, para levar o nosso povo ao lugar que lhes pertence e me descobriram e no meio de minha fuga eu a escondi. Apenas eu sei a localização da Cidade Perdida, e da Esfera. E como eu não consegui cumprir a minha missão, agora ela é sua. Mas não pense que será fácil, apenas pegar a Esfera e levar o nosso povo até o Brasil. Eu dividi a Esfera em quatro pedaços, você deve acha-la, encontrar o pergaminho sagrado e levar o nosso povo até a cidade perdida. Disse ela fazendo um discurso
- Eu acho que você se enganou, eu não sou a Gaya Certa, agora eu preciso ir! Disse e saí correndo
- Eu darei um tempo para o seu cérebro raciocinar! Disse ela

Ah, era só o que me faltava. Justamente eu, a minha já não é esquisita o suficiente?
Um Cidade Perdida Encantada, isso é carma, na minha outra vida eu fiz algo muito ruim. Não tem cabimento.
Ela quer o que?
Que eu vá até não sei aonde, procurar uma Esfera, e depois vá até o Brasil, levando sabe-se lá quantas pessoas.
Ah qual é?
Eu só tenho 15 anos!
Espera aí, eu estou acreditando nessa baboseira!
Respira Gaya, isso é um sonho, isso não é real!
Agora abra os olhos bem devagar!

Eu abro os olhos e eu estou no meio do corredor. Eu olho para o lado e o Marcos está vindo na minha direção. PQP!

- Gaya nós precisamos conversar! Diz ele tocando meu ombro
- Isso não é um sonho? Disse ainda confusa e o confundindo.
- Oi? Diz ele completamente perdido
- Marcos, eu não estou bem.Eu vou para casa. Depois nós conversamos Okay? Digo frustrada
- Okay! Eu vou cuidar de você, até você melhorar. Vamos? Diz ele sorrindo amavelmente
- Oi? Digo, Agora eu estou confusa
- Você disse que não está bem, e que vai ir para casa. Eu vou com você!
- Você tem aulas ainda, e não é necessário que você me acompanhe! Digo triste, porque seria realmente bom ter alguém para desabafar!
- Não discuta comigo, vamos logo! Diz ele, fazendo uma carranca e sorrindo logo depois
- Okay, então! Digo sorrindo
- Mas vamos ter que chegar ao estacionamento sem sermos vistos, e para isso vamos ter que pular o muro! Diz ele, com um certo ar de mistério em sua voz

Eu fico apreensiva, nunca pulei um muro na minha vida, e outra o meu material!

- E nosso material? Pergunto
- Relaxa, a Mel pega para você. E o Diego pega o meu material para mim! Diz ele calmo
- E se os professores notarem?
- Eu ligo para escola e digo que sou meu pai, e que eu fui me buscar. E você faz a mesma coisa.
- Isso já funcionou? Pergunto tensa
- Sim relaxa, agora vamos!

Andamos até o muro, eu pulo primeiro, ele me ajuda a subir. E depois pula.

- Já estamos dentro, agora só falta encontrarmos o meu carro! Diz ele tenso

Andamos por 2 minutos, e encontramos o carro. É um Volvo, preto. Eu entro no carro, e cheira a novo.

- Seu carro é cheiroso! Digo na tentativa de puxar assunto
- Só o carro? Diz ele fazendo gesto de quem se ofende, me fazendo rir.

Não falamos nada durante o pequeno trajeto.

- Chegamos! Diz ele sorridente
- E você é muito esperto, minha chaves estavam na minha bolsa. Sorte que a minha deixa uma chave na plantinha, perto da porta! Digo revirando os olhos
- É bom saber! Diz ele sorrindo

Descemos do carro, e eu abro a porta da minha casa.

NOTA:
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Obrigada...

Dedicado a M.V.Q

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