VIII

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Já era tarde.

Lado a lado, Luanne e Rubens caminhavam tranquilamente pelas calmas ruas de Florence. Margo ainda se encontrava em coma.

Enquanto se movimentam, Luanne vira-se para Rubens. Aproveitando o quase Sipor do sol, ventava bastante tempos em tempos, às vezes a intensidade era diminuída. As folhas eram guiadas conforme os rodopios e velocidade do vento.

- Eu facilmente viveria aqui. - Ela sorri enquanto o seu reluzente cabelo voa ao vento.

-Sabe, eu também nunca achei ruim. - Rubens da de ombros. - Mas existe aquele ditado: o quieto sempre é incomodado. Então do que adianta ter tudo isso agora se não estou mais aqui. - Ele demonstra com a cabeça geograficamente onde está a sua casa.

As pupilas de Luanne dilatam em surpresa. Parecia como se tivesse ouvido um absurdo saindo da boca de Rubens.

- Você tem a sua mãe aqui neste lugar. Isso não basta?

- Nã..o. Quer dizer.. Sim, isso basta.... Ou pelo menos bastava, antes de notar como ela tem agido desde a nossa chegada.

Luanne revira os olhos. - Se foi pelo o que aconteceu, não se culpe. Acidentes acontecem. No momento, o que importa é que tudo ocorreu bem.

Rubens a encarou por um momento.

- Tudo bem, né? - Luanne abre um sorriso juvenil. - Ou por acaso, há algo que você está me escondendo?

- Não será preciso esconder, já está bastante óbvio. Viu a recuperação de minha mãe? No mesmo momento que se machucou, em seguida já ocorria a cicatrização.

Luanne se tocara agora, devido a expressão boquiaberta que claramente demonstrava ter sido pega de surpresa. Parecia estar pensando turbilhões de coisas desde a saída deles. Não se tocara no óbvio que aconteceu horas atrás.

Eles se aproximavam de uma encruzilhada onde, se continuassem seguindo entrariam em uma dolorosa e fechada mata, haviam galhos pontudos cercando a própria área.

O sol já desaparecera, mas vestígios da luminosidade ainda são presentes.

Perto dali, ouvem risadas e ruídos, uma bola que parecia constantemente tocar ao chão.

Seguindo a direita, ao lado da Mata fechada. Finalmente avistam crianças que corriam para lá e para cá, a bola era arremessada o mais forte que cada uma conseguia. Enquanto uma ficava ao longe, tentando agarrar. Uma estranha brincadeira que se assemelhava bastante com baseball.

Era uma rua sem saída, onde atrás, a mata fechada parecia consumi-la.

Duas pessoas estavam mais afastadas, os mais próximos da mata. Feixe de luz que iluminava ela, por sua vez, também passavam por eles.

Chegando próximo, percebem outras crianças que estavam assistindo-os. Uma por uma iam se distraindo e voltando-se a eles.

Um jovem um pouco maior tentava agarrar o lançamento no momento da chegada confirmada de Rubens e Luanne, que já pareciam ser plateia do jogo.

- Não pegue leve dessa vez. - o Jovem acena para um outro que assim como ele, já estavam fora de serem considerados criancinhas. Eram quase adolescentes.

Ele volta o olhar aos estranhos e rapidamente paralisa.

O outro por sua vez não percebe e com toda a sua força ele arremessa.

O jovem volta do transe quando a bola estava prestes a toca-lo. Com um solavanco assustado com a mão, a bola é isolada para além da Mata.

As crianças perpléxas vem rapidamente dar sermão a ele. Vaiando-o e choramingando pela perda que tiveram.

O Caso de Rosalinne OrssowOnde histórias criam vida. Descubra agora