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Clara e Pablo Gavi eram melhores amigos desde a infância, sempre dividiam seus segredos por mais mórbidos que fossem. Com o passar dos anos Clara teve que lidar com um sentimento diferente que surgiu, a garota não queria criar expectativas pois...
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PABLO GAVI
Algumas semanas depois...
Tinha recebido recentemente a notícia de que provavelmente só voltaria aos gramados em outubro ou novembro e se eu falar que não fiquei abalado com certeza estaria mentindo. Mas existia uma pessoa na minha vida que me fazia esquecer de qualquer problema nesse momento... Clara Garcia.
A minha namorada, e como era bom poder voltar a chamá-la de namorada, estava cada vez mais presente na minha vida, além de irmos praticamente todos os dias juntos pro CT, já que eu sempre lhe dava carona, Clara também passava boa parte do tempo na minha casa, quando dava pra conciliar com a faculdade e o trabalho.
E eu não queria fazer tudo errado como fiz da última vez, agora eu queria que as coisas dessem certo e que de uma vez por todas ter ela não mais como minha namorada mas sim como minha esposa. Talvez ela recusasse, mas não custava nada sonhar.
Eu tinha comprado um anel para lhe dar de presente, mas faria como manda todo o protocolo do século passado. Como iríamos jantar na casa de seus pais hoje, eu a pediria em casamento e com certeza teria a benção dos meus sogros, que sempre foram como tios para mim.
Estávamos sentados sobre a mesa enquanto Miguel me encarava com uma cara de quem adoraria arrancar o meu pescoço, e bom, me lembro perfeitamente do soco que ele havia me dado e adoraria não receber um outro...
— Bom, eu... — pigarrei a garganta limpando a mesma para que pudesse dar início ao meu discurso. — acredito que vocês estejam sabendo que Clara e eu voltamos...
— Adoraria não saber dessa parte. — Miguel resmungou e engoli em seco por seu atrevimento. — Você fez ela de idiota e na primeira oportunidade ela te perdoou, poderia ter sido mais cautelosa em relação a esse relacionamento, Clara.
— Miguel! — Clara usou um tom de voz que indicava repreensão e seu irmão sorriu irônico soltando uma lufada de ar.
— Ele foi um babaca, Clara, e você sabe muito bem disso. Poderia ter dado mais tempo para que ele sofresse o tanto que você sofreu, mas não foi isso que você fez não é mesmo? Quem garante que Gavira não fará tudo isso outra vez?
O clima que antes estava propício a ser amigável se tornou algo pesado. Meus sogros reagiam tudo de forma silenciosa, até acho que eles também não discordavam completamente de Miguel, e concordo que eu fui o maior culpado pelo nosso término, mas não será assim agora.
— Você tem razão, Miguel, mas agora te garanto que não serei mais o idiota que fui outra vez. — me afasto da cadeira pegando a caixinha de veludo que está no meu bolso e me ajoelhando em frente Clara que arregalou os seus olhos após o meu ato. — Clara, eu te amo pra caramba e independente de qualquer coisa irei continuar te amando. Já te pedi perdão centenas de vezes pelos meus erros, e vou continuar pedindo porque tenho noção do que fiz, e diante de seus pais e seu irmão quero que me conceda a honra de ser minha mulher. Você aceita se casar comigo?
