18

923 34 36
                                    

                                    PABLO GAVI

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                                    PABLO GAVI



Minha vida não poderia estar pior nesse momento. Apesar da recuperação estar se encaminhando muito bem, Ana não parava de me ligar, ou mandar mensagens, o tempo todo. A cada instante ela me perguntava se eu não fazia questão de estar próximo ao meu filho. Filho esse que nem sei se é meu.

E obviamente a notícia já tinha chegado aos ouvidos dos meus pais. E obviamente também levei boas broncas por não ter sido responsável o suficiente para engravidar uma garota que é maluca. Aurora gostou da ideia de ser tia, ela e Ana são muito amigas e com certeza a ideia de ter um sobrinho não a deixou triste por nenhum segundo.

Tentava organizar a minha vida mentalmente enquanto tomava café da manhã com minha família. Um silêncio desconfortável tomava conta do local e enquanto meus pais se encaravam, Aurora se mantinha sorrindo a tela do celular.

O silêncio foi interrompido quando a porta da casa se abriu e após alguns segundos Ana apareceu jogando sua bolsa sobre uma das cadeiras e se sentando ao meu lado. Fala sério! Ela age como se fosse a dona da casa, da maneira mais confortável possível. Onde eu fui me meter, meu Deus?

— Bom dia, família. — a morena cumprimentou todos que estavam ao redor da mesa e de imediato abraçou Aurora. Respondi só por educação e acho que não foi diferente com meus pais. — E Gavi, meus pais querem falar com você sobre o nosso casamento.

É o que? Ou ela tem um problema sério de audição e não escutou o que falei dias atrás ou se faz de idiota mesmo. Nunca me casaria com, Ana. Nunca! Eu prefiro enfrentar uma mata com as piores espécies de animais possíveis do que me meter em um casamento que futuramente será resumido a infelicidades.

— Olha, Ana, eu acho que você não escutou bem quando disse que não quero me casar com você. Se esse filho for meu eu vou assumir e...

— Eu não quero saber, Gavira. — o tom de voz da morena se elevou o que fez com que todos que estão ao redor da mesa arregalassem seus olhos. — Eu não vou ser uma mãe solteira que não tem o apoio do pai da criança pra nada, ou você acha que vai ser apenas um doador de esperma? — o deboche que vem da sua voz só me dá forças pra perder o resto de postura que ainda tenho.

— Olha, amiga, eu acho que você precisa se acalmar mais, hum? Pode não fazer bem ao bebê. — Minha irmã tenta contornar a situação e a desequilibrada parece atender ao seu pedido, já que assente e respira de forma profunda. — Acho que sobre manterem um relacionamento afetivo ou não é melhor conversarem com mais calma e...

— Não temos relacionamento e nem vai ter relacionamento, Aurora. Você acha que vivemos no século passado em que eu teria a obrigação de me casar com ela? — questiono indignado e ao olhar para Ana pude notar que seus olhos transmitiam uma ira profunda.

— Se você não se casar comigo, Gavira, eu tiro essa criança e...

— Suas chantagens não vão funcionar, porra! — esbravejo já perdendo a paciência e me levantando jogando os talheres para o lado. — Se você cogitar a ideia de abortar o bebê como acha que seus pais vão reagir? Se eles são tão habituados ao século passado, não acha que a filha deles abortar um filho seria um escândalo maior do que viver sem o pai dele?

Friends To Lovers - PABLO GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora