Três

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Sina Deinert

A súbita indisposição de Bailey não pode ser por causa da ingestão de álcool, porque, depois que Jo revida e vomita em cima de Bailey, a pequena Catalina, uma das filhas de apenas 7 anos de uma dama de honra, também devolve seu jantar. A partir desse momento, a náusea começa a se espalhar rapidamente pelo salão do banquete.

Noah se levanta e escapa para junto de uma das paredes. Faço o mesmo, pensando que provavelmente seja melhor observar o caos mais afastada. Se isto estivesse acontecendo em um filme, seria comicamente nojento. Mas acontecendo com pessoas que conhecemos é assustador.

Vai de Catalina para o administrador do hospital em que Jo trabalha, para Sof e Mel, para algumas pessoas ao fundo, para mamãe, para a avó de Bailey, as damas de honra, papai, Krys...

Depois disso, não consigo rastrear o surto, porque é uma bola de neve.

Um estrondo de porcelana quebrando irrompe no salão quando um convidado expele tudo sobre um garçom azarado. Algumas pessoas tentam fugir, com as mãos sobre a barriga e gemendo em busca de um banheiro.

Seja o que for, parece querer sair do corpo por qualquer caminho disponível. Não sei se devo rir ou gritar. Mesmo aqueles que ainda não estão vomitando ou correndo para os banheiros já estão ficando verdes.

— Seu discurso não foi assim tão ruim — Noah afirma.

Se não estivesse com receio de que pudesse fazê-lo vomitar em mim, eu o teria empurrado para fora de nossa pequena zona de segurança.

Com o som de ânsia de vômito ao nosso redor, uma compreensão pesada toma conta de nosso espaço tranquilo, e lentamente nos viramos um para o outro, com os olhos arregalados. Noah examina atentamente meu rosto, então também examino atentamente o dele. Ele está notavelmente com a cor normal, nem um pouco verde.

Você está enjoada? — Noah me pergunta, baixinho.

— Fora a visão disso? Ou de você? Não.

— Diarreia iminente?

Eu o encaro. E, em vez de se sentir aliviado por não estar indisposto, ele relaxa sua expressão com o sorriso mais metido que já vi.

— Então eu tinha razão a respeito de bufês e bactérias.

— Foi rápido demais para ser uma intoxicação alimentar.

— Não necessariamente — ele afirma e aponta para as bandejas com gelo em que estavam os camarões e cerca de dez outras variedades chiques de peixes. — Aposto com você... — ele prossegue, erguendo um dedo como se estivesse conferindo o ar. — Aposto com você que isso é uma ciguatera.

— Não faço ideia do que seja isso.

Noah respira fundo, como se estivesse absorvendo o esplendor do momento e não conseguisse sentir o azedo vindo do banheiro no final do corredor.

— Nunca na minha vida fiquei tão orgulhoso de ser o eterno desmancha-prazeres dos bufês.

— Acho que você quer dizer "Obrigado por conseguir meu prato de frango assado, Sina".

— Obrigado por conseguir meu prato de frango assado, Sina.

Por mais aliviada que eu esteja por não estar vomitando, também estou horrorizada. Este era o dia dos sonhos de Jo. Ela passou a maior parte dos últimos seis meses planejando esse dia, que virou o equivalente a um caminho cheio de zumbis em chamas, avançando.

Assim, faço a única coisa que posso pensar em fazer: caminho até Jo, estendo a mão para colocar um dos braços dela sobre meus ombros, e a ajudo a se levantar. Ninguém precisa ver a noiva em um estado como este: coberta de vômito — dela e de Bailey — e com as mãos na barriga como se também pudesse perder o controle pela outra extremidade.

The unhoneymooners | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora