𝒯𝒽𝑒 𝒷𝓊𝓁𝓁𝑒𝓉𝓅𝓇𝑜𝑜𝒻 𝑔𝒾𝓇𝓁

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Data: 1916/05/15

Local: Casa de S/n

S/n pov:

Me sinto tão entristecida pelo que aconteceu com minha mãe. Penso que vou morrer de tristeza e se isso não acontecer eu mesma farei isso dar certo. Queria ter visto minha mãe antes dela partir e crescer com ela. Isso fez tanta falta na minha infância...

Quando mais preciso de sua ajuda, Muichiro parte em missão. Me deixando sozinha comigo mesma e a minha solidão. Quem sou sem o amor de minha vida?

A noite eu vou até o armário de meu quarto e abro a primeira gaveta. Procuro pelo meu remédio anti-depressivo e o tomo. Ao seu lado tinha um remédio entitulado "Muichiro" e fico me perguntando o que será que ele toma.

Me deito pra dormir torcendo pra que Muichiro volte logo de missão e eu não passe estes dias ruins de minha vida sem um ombro para me consolar. No dia seguinte sou chamada por Mitsuri que desejava que eu me divertisse pois estava sem sair de minha casa desde que saí da Mansão Borboleta.

Eu e as outras garotas vamos tomar café num restaurante caro. Mitsuri fala que é por sua conta por ter sido ela quem nos convidou.

Mitsuri: Você tá bem Senhorita Winter? Faz uns dias que não lhe vejo. - pergunta colocando açúcar no seu café.

S/n: Estou sim. Não precisem se preocupar meninas, sou forte. Sou uma garota a prova de balas. - minto para não assusta-las.

Kanao: O Senhor Tokito ainda não retornou. Teve algum problema? - e assim minha angústia retorna visivelmente ao meu rosto.

Aoi: Não fala isso Kanao. - repreende - ele é um Pilar.

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Local: Mansão Borboleta

Kanao pede para treina-la pois Shinobu teve uma emergência envolvendo algum caçador em missão. Vamos para o quintal onde vejo as borboletas voando e me preparo para uma batalha.

S/n: Está pronta Senhorita Tsuyuri? - pergunto determinada.

Kanao: Sim. - sorri e avança.

Mal vejo Kanao correr e recebo um golpe que me faz cair no chão. Estou distraida pensando em Muichiro que nem penso muito no que estamos fazendo quando sou golpeada no pescoço. O corte foi superficial, então não correria risco, mas mesmo assim me assustou.

S/n: Posso beber água?

Kanao: Claro. - ela entra na Mansão e volta com um copo gelado de água.

Bebo gole após gole e voltamos do início. Me sinto exausta demais mentalmente para continuar o treino, porém, minto falando estar com dor onde havia sido atingida pela katana da Tsuyuri.

Kanao: Me perdoa Senhorita Winter. - diz de cabeça baixa.

S/n: Eu tô bem. Vou voltar pra casa tomar um banho, quando estiver melhor volto para continuar de onde paramos. - explico indo na direção da porta.

Ando até minha casa mas mudo de ideia e prefiro ir pra de Muichiro. Ele tinha me entregado a chave e não tenho problema em abrir a porta. Fico conversando com alguns kakushis que estavam arrumando a casa.

Kakushi: Ouvi dizer que a emergência da Senhorita Kocho era com o Senhor Tokito. Será que ele precisou de ajuda? Me sinto inútil nessas horas, ele é mais jovem que eu e mais inteligente também. - ouço sussurrar para outro trabalhador que estava limpando ao seu lado.

Reflito um pouco sobre o medo que tenho de perder meu namorado. Anoitece e os kakushis vão embora, tudo o que resta são s minha dor e silêncio. Que eu preferiria que tivessem saído pela porta da frente. Arrumo meu futon no quarto de visitas, tomo um banho e bebo meu remédio pra dormir.

Estava me preparando para dormir quando escuto a porta da frente se abrir. Ignoro a situação pois já estava com sono e simplesmente me viro pra esquerda para poder sonhar em um lugar dos sonhos onde eu estaria com Muichiro e minha mãe. Nós três juntos conversando e sendo felizes.

Muichiro: O que você tá fazendo aqui? - ele grita, me dispersando de pensamentos e sonhos.

S/n: Você voltou! - suspiro aliviada.

Muichiro: Tô te perguntando o que você tá fazendo na minha casa. - fala olhando para mim.

S/n: Tava te esperando. - me aproximo para lhe dar um beijo porém ele recua.

Muichiro: Tu é doida garota? - grita dando um pulo - nos só treinamos uma vez e isso não significou nada para nós dois!

Sinto meu corpo congelar. Minha mente tenta entender a todo o custo o porquê de Muichiro estar me tratando assim. Não consigo pensar em nada.

S/n: Nós namoramos Muichiro. Eu pintei o quadro que tá moldado na sua sala e você me deu esse violino. - Mostro o violino que ele arranca de minha mão.

Muichiro: Você tá falando que eu te dei isso aqui? - aponta pro violino - eu não ligo. - bate com força o instrumento no chão. Quebrando completamente a parte de baixo.

S/n: O que tá acontecendo contigo? - pergunto com uma voz baixa e saio dali.

Sou empurrada para fora pelo garoto que mais amei nesta vida. Junto de mim, levo o que lhe tinha dado e recebera dele. Isso foi um termino. Não só isso, também foi um erro meu ter me apaixonado.

Muichiro. Talvez eu devesse fingir nunca ter te conhecido. Mas será que apagar a memória ajudaria a apagar a dor? Ou será que só a aumentaria? Isso é uma resposta difícil de responder, principalmente quando você está no fundo do poço. Sofrer em silêncio é angustiante, mas as vezes é a única opção que nos resta quando não temos alguém que possa nos ouvir e ajudar no momento.

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Local: Casa de S/n

S/n pov:

Escrevo uma carta com minha máquina de escrever. Quando ia pegar a folha na gaveta me lembro do remédio de Muichiro. Me concentro para fazer uma carta pra Hiro e sua avó. Pretendo entregá-la amanhã.

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Data: 1916/05/17

S/n pov:

Recebo a carta que Hiro escreveu me respondendo. A pego com insegurança e tá me preparo para escrever uma resposta. Me olho no espelho e me espanto ao ver que estou com olheiras devido a insônias que tenho. Só consigo dormir e ser, minimamente, feliz se tomar remédio.

" Oi Winter...tempos difíceis são como as estações do ano, passam rapidamente. Quando isso ocorre desejamos que os tempos mudem logo, mas não percebemos que isso também vale para os bons momentos. Dizem que a primavera é a época mais bonita aqui no Japão, mas se você for notar, quase não a vemos passar. Você está passando pelo frio do inverno, mas se parar pra pensar... há coisas incríveis nessa estação. Você não é a prova de balas, volte para casa..."

"Eu gosto de você. Deveria voltar para casa e deixar de se arriscar. Assim você pode e será mais feliz"

Ir para casa seria bom, mas a verdade é que nunca pensei em desistir de meu trabalho como caçadora. É melhor continuar lutando mesmo se estiver com um coração destruido ou então buscar consolo com alguém que te conheça? Fico em dúvida na resposta. Não sei o que escrever na carta, apenas começo digitando...

"Oi Hiro. Eu gosto de..."

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Autora: Oi gente. Desculpa a demora pra postar esse capítulo. Eu quis colocar um pouco mais de sentimento nessa parte, eu me sinto confortável fazendo isso. Espero que gostem 💗.

𝘾𝙤𝙡𝙙 𝙖𝙨 𝙎𝙣𝙤𝙬 ᴍᴜɪᴄʜɪʀᴏ x ʏ/ɴOnde histórias criam vida. Descubra agora