Ela não sabia que era possível se sentir assim. Não tem um único dia da sua vida que ela não tenha transformado seus sentimentos em algo (uma música, poesia, em lágrimas, gritos, gargalhadas ou horas no telefone com sua mãe) e mesmo assim, nada do que ela já havia passado era minimamente similar.
O que ela estava sentindo era... bom, não tem como descrever de outra forma que não seja como uma adolescente do ensino médio completa e perdidamente apaixonada pelo jogador de futebol.
Taylor se sentia tão livre pra ser ela mesma com ele, sem precisar construir uma máscara de super culta o tempo todo. Sem precisar se podar ou ficar pensando se o que ela falou soou intelectual o suficiente. Ela adora Aristóteles, mas nada mais chato do que andar por aí se achando superior por não gostar de coisas consideradas bobas. Ela adora ambos os mundos. Ela adora ainda mais que Travis oferece exatamente isso pra ela.
Ele faz maratonas de American Pie, mas também tem uma visão estratégica sobre o campo que pouquíssimas pessoas tem. Ele joga GTA com os amigos, mas também tem uma oratória impecável e o conhecimento dele sobre jazz clássico sempre a deixa admirada.
Ela não sabia que conseguiria sentir isso em um relacionamento. Esse amontoado de sentimentos bons e essa sensação de que ela - tanto com o cabelo bagunçado assim que acorda, como a pop star que se apresenta em estádios lotados - se sentiria tão suficiente, tão envolta em amor. Sem máscaras.
Desde que começaram a namorar, ela já havia ido para jogos dele e agora é a vez dele ver ela no meio de um estádio lotado. E a verdade é que sim, ela já fez esse show várias vezes, mas se sentia especialmente ansiosa por saber que dessa vez Travis irá assistir como seu namorado.
⁃ O cara do chiefs veio direto de casa pra mim - ela pulou em seus braços assim que ele entrou no quarto do hotel. Ela queria ter ido buscá-lo no aeroporto, mas precisava se preparar para mais um show.
⁃ Sempre, princesa - ele a segurou pelo quadril, ela se agarrando nele, tentando diminuir a saudade com o máximo de contato possível.
⁃ Queria tanto passar algumas horas trancada com você nesse quarto, mas tô no meio de um problemão - ela fez um biquinho adorável que ele rapidamente desfez a beijando até ouvirem batidas na porta.
Ela desceu dos braços do jogador e abriu a porta para uma Tree com uma cara não tão boa.
⁃ Taylor, vamos precisar adiar o show de hoje.
- É realmente necessário? - A cantora odiava deixar seus fãs decepcionados.
⁃ Terá uma tempestade gigantesca com raios, então é inviável. Colocaria em risco não só você e a equipe, mas os fãs também.
Travis percebeu a namorada mudar rapidamente da sua figura animada para uma preocupada.
⁃ Hey, vem cá. - Ele a puxou para seus braços - Tay, é algo que você não consegue controlar.
-Eu sei, mas... - ela suspirou- Não quero decepcioná-los.
- Baby, os swifties são loucos por você. Quase tanto quanto eu - Travis brincou, arrancando um sorrisinho da loira - Eles vão entender. - Ela acenou com a cabeça, concordando. Não tinha outra alternativa.
⁃ Tree, é possível um pedido para as empresas aéreas remarcarem os voos sem custos adicionais? E pedir para os hotéis uma flexibilidade para quem veio de longe para o show?
⁃ Você é empática demais para o seu próprio bem. Considere feito. - E você - a ruiva apontou para Travis - tira ela dessa bolha de culpa.
⁃ Pode deixar, Tree. Considere feito. - Ele piscou para a RP da namorada. Sim, ele conseguiu o que Taylor achou que era impossível: a aprovação da Tree.