Capítulo 72

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Moon

Pela manhã quando eu acordei não vi Daryl na minha cela. Devia ter saído mais cedo para que ninguém nos visse juntos, como havia sido essa semana toda. Tentamos ir pra torre de vigia alguns dias, mas era sempre muito disputada. Transar ali na cela era muito arriscado. Só fizemos aquela vez. Nos outros dias que se seguiram apenas dormíamos juntos, ou nem isso. Aquele tesão estava ficando acumulado de novo. De certa forma eu até gostava disso. Ficávamos nos provocando, beijando escondidos, trocando carícias, deixando um com vontade do outro. Como foi no período que andávamos pela estrada até achar a cadeia. Quando tivermos outra oportunidade, vamos colocar tudo pra fora. E não vejo a hora disso acontecer.

Coloquei uma roupa descente e saí pra comer alguma coisa, me preparando pra mais um dia de trabalho. Tínhamos feito muita coisa nos últimos dias. Mas ainda faltava muito. Hershel tinha acordado dias antes, e naquela manhã me parecia bem. Lori levou comida pra ele que não parava de resmungar o quanto queria sair daquela cama. Só me faltava o velho sair pulando num pé só por aí. Ainda era meio assustador vê-lo daquela forma, mas eu ia me acostumar.

Dirigi com um dos nossos carros o levando para dentro como Rick pediu, vendo que ele, meu pai, Daryl, Carol e T-dog me esperavam. Glenn e Maggie não estavam ali, assim como as crianças, Beth e Lori, que deveriam estar lá dentro com vovô.

— Certo, vamos trazer o outro carro. — Rick começou a falar, depois que eu estacionei e me aproximei. — Vamos pôr todos na entrada oeste do pátio.

— Ótimo. — começou Daryl. — Nossos carros parados lá fora chamam muita atenção.

Começamos a andar pelo pátio, ouvindo as ordens do nosso líder. Troquei uns olhares com o caçador e era como se tentássemos por algum motivo segurar a risada. Ele com certeza disfarçava melhor que eu, já que tinha sempre uma expressão tão carrancuda. Só era divertido comigo e raras vezes com as crianças. Mais ninguém conhecia aquele lado dele que eu tanto gostava.

— Depois, vamos carregar os cadáveres para queimá-los. — continuou Rick.

— Os cadáveres e as sacolas de cocô. — eu completei, meio brincalhona. — E por favor queimem bem longe. Eu não to a fim de saber qual é o cheiro de cocô queimado.

Algumas risadinhas foram ouvidas.

— O dia vai ser longo. — comentou T-dog, meio frustrado.

— Cadê o Glenn e a Maggie? — perguntou Carol. — Vamos precisar de ajuda.

— Tão lá na torre de guarda. — Daryl informou e apontou. Todos nós paramos de andar e olhamos pra cima, para o local que ele disse.

— Torre de guarda? — Rick perguntou. — Eles não tavam lá ontem a noite?

É, eu disse. Bem disputado. Não dá pra todo mundo sumir na mesma hora, ou todos vão saber o que todos estão fazendo.

— É, parece que as pessoas gostam muito de frequentar esse lugar. — eu comentei de forma irônica olhando meu pai e Carol. O primeiro espremendo os olhos na minha direção. Tive que segurar minha risada.

— Glenn! — Daryl gritou, colocando a mão ao lado da boca, como se isso fizesse sua voz ir mais longe. — Maggie!

Gritou outra vez, colocando suas mãos na cintura, esperando que os dois aparecessem. Eu senti vontade de rir com aquilo. Ele estava fazendo o mesmo que eles fizeram com a gente pela manhã dias atrás, só que agora seria ainda mais constrangedor por ter mais gente olhando. Daryl tinha ficado super irritado com aquilo, e também por eles roubarem nosso local de sexo, e agora quis se vingar.

— Ei. — um Glenn sem camisa apareceu na sacada da torre, fechando sua calça. — E aí gente?

Ele falava calmo, como se nada estivesse acontecendo. Nós que estávamos lá em baixo nos olhamos, rindo fraco. Daryl estava até sorrindo. Na frente dos outros. Eu nunca vi isso acontecer. Acho que ele estava mudando mesmo. Ou estava feliz demais pela sua vingança.

Runaway | Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora