LUXÚRIA (Sope/Yoonseok)

Capítulo 5

Hoseok tinha seguido exatamente as instruções que Yoongi enviara por e-mail.

Estava em um táxi, a caminho do Pleasure Dome, todo vestido de preto, como ele pediu, com um short curto, botas de couro, uma camisa sem mangas bem decotado nas costas. E por baixo, uma boxer de tecido transparente. Não que ele tivesse dito que deveria ser transparente mas, queria que Yoongi o desejasse. E que ficasse tão interessado quanto ele.

Não estava a fim de tentar negar isso. Qual era a questão então? Não era contra a luxúria que estava lutando, pois isso nunca havia sido um problema para ele. Gostava de sexo e sempre tinha sido aberto a explorar seus desejos. Era a ideia de abrir mão de todo o controle para outra pessoa. Hoseok simplesmente não estava certo de que fosse capaz de fazer isso. Sentia até um pequeno acesso de pânico só de imaginar aquilo.

Estava chovendo, como de hábito na cidade. Os pneus do táxi se desgastavam nas ruas encharcadas enquanto o carro se deslocava no meio da noite. As luzes dos postes se refletiam na água com um tom pálido e tremulante de prata. Fachadas de lojas estavam acesas, lançando cores no escuro. Seu coração era um pequeno martelo batendo no peito.

Não acreditava que estava realmente fazendo aquilo.

A corrida foi bem rápida, e ele pegou algumas notas da pequena bolsa e as estendeu ao motorista. O Pleasure Dome ficava em um antigo armazém, muito parecido com seu prédio: quatro andares de tijolos pintados de cinza-carvão, as altas paredes escurecidas. Imponente, como notou através da janela do táxi. Seus olhos percorrendo toda a estrutura, enquanto a lua tentava brilhar entre as nuvens.

Quando saiu do carro, Yoongi já o esperava sob um guarda-chuva, todo vestido de preto, a mão estendida para ajudá-lo.

– Você está lindo, como sempre. – ele  falou sorrindo.

Hoseok tentou retribuir o sorriso, mas não conseguiu.

Ele o puxou para perto enquanto o conduzia até a imensa porta do clube, pintada de vermelho. Parecia confortável no território. Yoongi era protetor, e Hsoseol gostou.

– Tudo bem. Não fique nervoso, Hoseok. Vou cuidar de tudo.

– Essa é a parte que me deixa nervoso.

Ele o deu uma breve e malvada risada, algo que não o confortou de jeito nenhum. Um porteiro franqueou a entrada deles, que seguiram por um corredor escuro. Yoongi fez uma breve parada, suficiente para se livrar de seu casaco e do guarda-chuva, entregando-os à chapeleira, que estava atrás de um estreito balcão. Hoseok nem pensou em usar um sobretudo, apesar do tempo.

Limitou-se ao que ele pedira. Estranho pensar naquilo àquele momento. Hoseok afastou para o fundo da mente a ideia e tudo o que pudesse significar.
Quando seus olhos se ajustaram à luz fraca, notou que as mangas da camisa de Yoongi estavam arregaçadas, revelando os dragões chineses tatuados
na parte interna dos antebraços: preto e vermelho no direito; preto e dourado no esquerdo.

O trabalho era sofisticado, detalhado, as longas caudas se enroscando em seus braços, as cabeças com línguas vermelhas de serpente na parte de dentro dos pulsos. Ele queria olhar mais de perto. Desejava tocá-las. Mas estar naquele lugar era inusitado, muito perturbador. Hoseok podia ouvir a pulsação difusa da música de fundo, vinda de algum lugar. Sentia isso reverberar em sua barriga.

– Está pronto, Hoseok? – Yoongi perguntou.
E assentiu.

– Sim, estou.

Não tinha absoluta certeza de que era verdade. Mas Yoongi estava com a mão em suas costas, guiando-o até passarem por outra porta. O espaço era grande. Paredes pintadas de uma cor escura, com luzes de várias cores profundas: âmbar, púrpura, vermelho. Os cantos eram cheios de sombra e havia gente ali, mas não conseguia ver direito o que as pessoas faziam. Tudo que podia perceber eram pares e grupos reduzidos.