A Cantoria

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(Conto escrito por Brigadeiro231)

Por que vim aqui? Por que eu o segui? Deveria ser apenas uma lenda, eu deveria ter percebido os sinais. Urubus sobrevoando a casa, o medo do meu cachorro e os patos-negros ao redor da pequena chácara abandonada da família. O medo era iminente, encolhida em baixo da mesa com pouca iluminação, o cheiro podre de cadáver pairava com peito aberto atraindo moscas e o sangue mantinha presente em todo o cômodo, os gritos do garoto a assombram.

Quanto tempo até ela a achar? O medo a chamava, ela se divertia com o desespero, uma de suas mãos permanecia sobre sua boca, enquanto a outra segurava uma faca de cozinha, seu coração se mantinha acelerado. O que sua mãe diria sobre isso? Ela sempre alertava: Não vá atrás do passado desconhecido, ele não trará coisas boas, apenas a morte.

A cantoria ficava próxima, a porta arrastou-se no piso fazendo um som estridente, “3, 4, correr não adianta mais” a mulher andava ao seu redor, “5, 6 chegou sua vez” cantarolou chutando o cadáver para longe. “7, 8, 9, 10, eles vão puxar seus pés”. A mão gélidas agarrou os seus tornozelos a puxando com brutalidade, mas logo uma dor aguda se intensificou em seu peito com a faca encravada, a mulher de olhos brancos sorriu mostrando seus dentes afiados “Você é mesmo minha filha” a empurrando para longe de si, Emma correu para fora usando a força bruta para arrebentar a porta velha, continuando a correr por seu irmão morto, por seu pai, por seu amor e por sua mãe, mas ao se aproximar dos patos-negros, eles voaram em sua direção a derrubando no chão arrancando pedaços grandes de sua carne a fazendo gritar, logo um deles subiu em cima da jovem arrancando seus olhos claros.

Sr. Patinho (Concurso de escrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora