VI

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Esse capítulo pode gerar alguns gatilhos para algumas pessoas, caso você seja uma pessoa sensível, sugiro que passe para o próximo capítulo!

Já era manhã. Levantei da cama assim que ouvi Rosalia me chamando da porta do quarto, me avisando que já era hora de me levantar pois a mesa de café já estava posta e aparentemente eu deveria estar bem alimentada para a missão que seria daqui algumas horas. Assim o faço, me ponho de pé e caminho até o banheiro.

Assim que me vejo pelo espelho, pude notar o quão inchado meu rosto estava e o quão alvoroçado meu cabelo estava. Resultados de uma noite chorosa.

Durante a noite e boa parte da madrugada não pude deixar de pensar em tudo o que Ethan havia me dito. Se ele tivesse ficado somente nas provocações, acredito que teria sido melhor.

Mas não. Eu enfim entendi. Estava em suas mãos, não somente a minha vida dependia de como eu me comportava aqui, mas a de Álvaro também. Qualquer deslize e esse maníaco poderia mandar matar meu irmão, e Álvaro era o único que importava para mim, não poderia deixar nada acontecer a ele.

Isso ocupou minha mente quase a noite inteira e por pouco não tirou meu sono. Só me lembro de ter chorado por horas, a sensação de estar rendida, sem a chance de ser liberta e não poder estar com Álvaro, estava me matando aos poucos. Eu estava exausta.

Me sentia uma criança. Queria meu irmão comigo, me protegendo de homens maus, como sempre fez.

Termino meus afazeres no banheiro e saio dele, indo em direção ao closet, para escolher algo para vestir. Optei dessa vez por uma blusa marrom grande com pelinhos, bem quentinha para o frio ameno que estava fazendo. Uma sainha xadrez também seguindo a tonalidade marrom, e uma bota cano longo preta.

Assim que me encontrava pronta, saí do quarto seguindo Rosa até a sala de jantar onde estava sendo servido o café. Quando chegamos, não encontramos Ethan, somente seu prato e xícara vazios, indicando que ele já havia terminado de comer e se retirado.

Era melhor assim. Quanto menos o visse, melhor para mim. Terminei logo de tomar meu café e então fui acompanhada por Rosa novamente até o quarto, mas antes de chegar, passando pela gigantesca janela do corredor, pude ver o enorme jardim da casa, e no meio dele, Ethan estava lá. Parecia focado em algo em suas mãos, mas não conseguia ver ao certo o que era.

Horas depois de muito tédio por novamente ter passado boa parte do dia sem absolutamente nada para fazer, Rosa bateu na porta novamente, pedindo para que eu me aprontasse pois estava quase na hora do "sr. Montanari" me buscar para irmos para a corrida.

Eu então escolhi um discreto vestido preto que descia até um pouco abaixo dos joelhos e um par se saltos baixos nos pés.

Às quatro em ponto ouvi suas batidas na porta. Andei até ela e a abri.

- finalmente aprendeu a bater? - pergunto, mas não obtive uma resposta de imediato.

Ethan havia parado. Encarou meu corpo sem esboçar reação, ele estava paralisado. Seu olhar voltou a encontrar o meu e enfim pude ouvi-lo dizer algo.

- sim, com certeza Edoardo vai te levar para dentro da casa, você se quer vai precisar fazer muita cena.

Foi a única coisa que ele disse antes de dar as costas e caminhar para adiante no corredor. Eu não entendia como funcionava a cabeça dele, ao menos sabia se aquilo era de ser um elogio ou não, mas também não fazia questão de saber, só queria terminar logo o que eu tinha que fazer.

Seguimos caminho para o local onde seria a corrida. Eu e Ethan em um carro e mais alguns homens logo atrás de nós, eram reforços caso fosse necessário. O trajeto demorou um pouco, era em uma chácara mais afastada da cidade. Além de demorado, foi perturbador. Ethan não dizia se quer uma palavra, eu não sabia o que tinha acontecido com ele naquele dia, mas ainda preferia ele em silêncio.

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⏰ Última atualização: May 16 ⏰

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