35.

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A pessoa solta um grito assustada e eu reviro os olhos.

- Geórgia? Que porra está fazendo aqui? - Pergunto empurrando ela na parede com agressividade.

  Eu estava puto.

  O quão fácil é invadir a porra da minha casa? Vai se foder esses seguranças de merda não servem para porra nenhuma!

- Faz tempo que a gente não se vê, não passa um tempo junto - Ela diz com a voz maliciosa.

- Chega, eu já deveria ter feito isso a muito tempo - Falo me transformando em sua frente. A garota paralisa com a boca aberta, e antes que ela pudesse gritar, toco em sua cabeça.

  Tudo o que fiz com ela, desde o dia que nos conhecemos. Tiro tudo de sua mente, apago cada sonho, cada pesadelo, cada conversa nossa, real ou não.

  Ela treme como uma convulsão, mas não cai no chão. Pelo barulho, fico com receio de Angel acordar então empurro a garota no quarto de hóspedes.

Subistituo seu vazio com um acidente falso, um coma falso e uma saída do hospital falso. Não posso simplesmente soltar a garota no mundo com um vazio na mente, sem lembrar o que fez por meses. Apesar de que seria uma ótima tortura, não posso fazer isso. Angel não me perdoaria.

A porta do quarto é aberta e Angel se depara com minha forma demoníaca controlando Geórgia.

- Está mesmo se divertindo com ela? Brincando com os sonhos dela? Sentindo prazer? Como se toda essa merda não fosse traição, como se não fosse um problema você fazer isso enquanto estou no quarto ao lado? - Angel fala nervosa.

- Não é isso - Falo soltando Geórgia e voltando a minha forma normal, ou pelo menos tentando. Já que ele se recusa a ir embora.

- Então que porra é essa? - Ela praticamente grita, a garota cai desmaiada no chão.

- Estou apagando a memória dela, ela invadiu a casa e eu sei que a culpa é minha, já que ela acha que temos algo. Então eu apaguei tudo, apaguei toda essa merda - Falo desesperado.

  Fico irritado tentando me desfazer do lado demoníaco, mas ele parece ficar mais forte a cada segundo.

  Porra! Preciso lembrar de nenhuma mais privar ele de sair.

- Então essa merda acabou? - Ela pergunta me olhando com os braços cruzados.

- Sim, eu... Prometo - A raiva me consome aos poucos e eu fico confuso.

- Não foi muito convincente - Angel resmunga.

  Mas só então ela nota meu comportamento e meu leve desespero.

- Você está bem? - Ela tenta se aproximar e eu me afasto.

- Não consigo controlar ele... - Falo mas logo sinto um apagão.

Angel Flory.

  O demônio controla Aiden, como se pela primeira vez Aiden fosse a marionete.

- Aiden? - Chamo preocupada.

  Geórgia acorda aos poucos, mas assim que ela vê o demônio em sua frente, ela apaga outra vez.

- Não sou ele - O demônio diz e eu engulo em seco dando um passo para trás.

  O medo me preenche, o cheiro forte que exala dele me deixa tonta e o ar pesa de um jeito estranho, como se eu não estivesse no maldito planeta terra.

𝑴𝒚 𝑸𝒖𝒆𝒆𝒏 𝒐𝒇 𝑯𝒆𝒍𝒍 Onde histórias criam vida. Descubra agora