04. 'Choro_no_Escritório.wav'

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Algumas horas atrás.
<Nas redondezas de Gangnam-gu>

...

Dentro da floricultura bela e chamativa, Sung-hoon lutava para não chorar ao ver a profusão de flores ao seu redor. No entanto, seu nariz ficava cada vez mais vermelho e sua voz mais embargada a cada tentativa de segurar as lágrimas. Com uma certa pressa, pediu à atendente o buquê de rosas vermelhas mais bem arranjado que ela tivesse. A atendente, percebendo sua urgência, entregou-lhe um dos buquês mais caros da loja, alegando que era o melhor e que se esgotaria em breve. Sung-hoon, desejando apenas sair dali o quanto antes, aceitou o buquê sem questionar, pagou e saiu rapidamente. Na rua, as lágrimas, antes contidas, começaram a rolar livremente por suas bochechas, molhando seu rosto e revelando uma vulnerabilidade incomum.

O homem caminhou até o meio-fio e sinalizou para o primeiro táxi que viu. O motorista o recebeu com um sorriso, mas ao notar a expressão triste e as lágrimas em seu rosto, seu semblante se entristeceu. Ele perguntou o que havia acontecido e por que parecia tão triste em um dia tão bonito. Sung-hoon, detestando quando estranhos se intrometiam em sua vida, respondeu de forma breve, dizendo que não era nada demais e que pararia de chorar em pouco tempo. E, antes que o motorista pudesse fazer mais perguntas, o secretário lhe deu o endereço e pediu que acelerasse. Durante o trajeto, seguiram em silêncio, com Sung-hoon notando os olhares compassivos do motorista pelo retrovisor. Sacudindo a cabeça, decidiu ignorar toda a situação e focar apenas em regressar no seu local de trabalho.

Ao chegar ao prédio da Apex, Sung-hoon pagou a corrida com cartão de crédito e pegou o buquê de flores com hesitação. Respirou fundo, mas assim que seu nariz entrou em contato com o pólen, tudo recomeçou. Dessa vez, porém, em vez de lágrimas, foram espirros e uma coceira intensa no nariz e nos olhos. Tentando evitar coçar os lugares irritados, temendo que pioraria a situação, Sung-hoon refletiu sobre a ordem que recebera. Em oito anos de trabalho, raras vezes o presidente pedira para comprar flores pessoalmente, e em todas essas ocasiões, Sung-hoon conseguira se controlar graças aos medicamentos. Mas, ironicamente, justo no dia em que precisou ir à floricultura, havia esquecido o remédio para alergia ao pólen em casa. Sentia-se um irresponsável.

...
No dia seguinte.

Jake estava em seu escritório pela tarde, sentado à sua mesa, com uma expressão pensativa. Qualquer um que entrasse poderia pensar que o presidente estava ocupado com o trabalho ou refletindo sobre uma decisão importante. Mas, como um herdeiro chaebol comum, a sua última preocupação era o seu cargo ou as responsabilidades empresariais. Sua mente estava fixada na imagem de seu funcionário, habitualmente impassível, chorando na noite anterior. Durante o jantar com sua namorada e futura noiva, Helena Hong, "A Princesa das Lojas de Departamento" e herdeira de uma fortuna escandalosa, Jake não conseguia afastar o pensamento de Sung-hoon. Mesmo em casa, a cena não o deixava em paz, tirando-lhe o sono. Ele percebeu que o secretário tinha uma capacidade inquietante de ocupar seus pensamentos de maneira intensa e persistente.

Jake suspirou, apoiando o queixo na palma da mão. "Não consigo entender. Será que foi realmente culpa de Jacob aquela expressão de ontem? Ele disse que estava bem antes...", pensou. Seus olhos fixavam-se no nada enquanto revivia os eventos do dia anterior. Nunca antes vira Sung-hoon naquele estado, o que o incomodava mais do que quando o ouviu pedir demissão. "Sou um péssimo chefe. Talvez seja por isso que o Secretário Park quer ir embora... Mas ele não tem escolha. Vai ficar ao meu lado até o fim. E eu vou garantir isso," concluiu, com um sorriso diabólico. Repentinamente, entretanto, uma batida súbita na porta interrompeu seus pensamentos. Jake se endireitou na cadeira, rapidamente adotando uma expressão de normalidade.

O Que Houve com o Secretário Park?Onde histórias criam vida. Descubra agora