O Que Houve com o Secretário Park?

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ꟷ No dia seguinte, quarta-feira.
<Em Seocho-gu, no prédio de Jake>

...

Logo pela manhã, Sung-hoon estava parado em frente ao luxuoso apartamento do presidente. Ele havia tocado a campainha várias vezes, e fazia cerca de oito minutos que permanecia aguardando do lado de fora. A impaciência aumentava gradualmente, mas, como sempre, ele permaneceu firme. Não era a primeira vez que se via obrigado a esperar por Jake Shim. A lembrança mais marcante envolvia uma ocasião anos atrás, quando Jake ainda era diretor. Naquele dia, Sung-hoon teve que esperar uma hora e meia sob um sol escaldante de 33°C, enquanto Jake conversava com um cliente dentro de um restaurante. Sung-hoon, usando um terno grosso, foi ordenado a esperar do lado de fora, já que o cliente não queria "estranhos" por perto. Sem sombra, sem água e suando copiosamente, ele quase teve uma insolação.

Quando Jake apareceu, ele lançou um olhar casual e disse: "Oh, Secretário Park. Você ainda está aí?". E, antes que Sung-hoon pudesse responder, Jake atendeu uma ligação e começou a caminhar, acenando displicentemente com a mão para o secretário, indicando que estava dispensado. Nenhuma palavra de consideração, nenhum reconhecimento do sacrifício. Por isso, a espera de hoje não era surpresa, embora, desta vez, Sung-hoon ao menos estivesse protegido do sol. Mesmo assim, a irritação que crescia dentro dele era um lembrete do porquê ele já havia decidido que sua saída da empresa estava próxima. Enquanto permanecia ali, seus pensamentos eram interrompidos pelo som de passos do outro lado da porta. Finalmente, Jake estava vindo, mas Sung-hoon sabia que não deveria esperar muito além de um cumprimento casual.

Contudo, quando a porta se abriu, Sung-hoon arregalou os olhos, surpreso pela visão inesperada que encontrou. Jake apareceu diante dele, com uma toalha branca enrolada na cintura, os cabelos úmidos caindo de maneira desleixada para trás e o corpo ainda brilhando por conta da água. A expressão do presidente era tranquilamente despretensiosa, como se não houvesse nada de incomum na situação. As orelhas de Sung-hoon começaram a esquentar, adquirindo um tom avermelhado que ele sequer percebeu. Sentiu a garganta secar enquanto seus olhos, traindo sua vontade, desceram lentamente pelo peito esculpido de Jake, até o abdômen definido. Sung-hoon lutava para manter a compostura, mas cada detalhe daquele momento parecia conspirar contra ele, tornando impossível ignorar a proximidade e a intimidade que a cena sugeria.

ꟷ Ah, Secretário Park... entre, por favor ꟷ disse Jake, sua voz firme, enquanto se afastava e começava a caminhar pelo apartamento. Ele lançou um olhar breve por cima do ombro, um sutil sorriso nos lábios. ꟷ Só tome cuidado, o chão está molhado.

Sung-hoon assentiu, tentando manter a compostura ao entrar no apartamento, fechando a porta com um leve clique. ꟷ O senhor está ciente que tem uma reunião em... Ah! ꟷ As palavras morreram em sua boca quando, de repente, ele sentiu seus pés deslizarem no piso molhado. Em uma fração de segundo, perdeu o equilíbrio.

Jake se virou ao ouvir o grito de Sung-hoon, mas não teve tempo de reagir. Foi rápido demais. Em um instante, Sung-hoon sentiu o equilíbrio lhe escapar, e, em um reflexo desesperado, suas mãos se esticaram para a frente, agarrando o primeiro ponto de apoio que encontraram ꟷ os ombros firmes de Jake. No entanto, o impulso foi forte demais, e, antes que pudesse evitar, Sung-hoon sentiu seu corpo colidir com o de Jake, que, pego de surpresa, foi derrubado no chão, com o secretário caindo diretamente sobre ele. Por um momento, tudo ficou em silêncio. Sung-hoon estava estendido sobre Jake, seus corpos tão próximos que podia sentir o calor e o cheiro do sabonete fresco que emanava da pele dele. As respirações estavam entrecortadas, e os olhos de Sung-hoon se arregalaram ao perceber a posição comprometedora em que se encontravam.

Jake, por sua vez, manteve os olhos fixos nos de Sung-hoon, sentindo a tensão percorrendo em cada nervo do seu corpo, como se estivesse à beira de algo inevitável. O peso do secretário sobre si era uma sensação inesperadamente íntima, quase natural, como se seus corpos fossem feitos para se encaixar daquela maneira. O peito do secretário subia e descia em sincronia com o de Jake, criando um ritmo sutil, mas repleto de algo que não podia ser expresso. Pelo menos, não ainda. As mãos de Sung-hoon, pousadas sobre o peito de Jake, podiam sentir a firmeza dos músculos sob a pele úmida, e ele se pegou incapaz de desviar o olhar dos olhos intensos do presidente. Os olhos dele o observavam com uma mistura de curiosidade e algo mais profundo, quase predatório, como se estivesse tentando desvendar as diversas nuances das emoções que passavam pelo rosto de Sung-hoon.