Quando Potter não retorna para suas masmorras, Severus presume que é isso. Afinal, o beijo não deveria ter acontecido em primeiro lugar, e certamente Potter quis dizer nada mais do que...
Severus não tem ideia. Ele não tem absolutamente nenhuma ideia do que Potter quer ou do que pensa que está fazendo. E, certamente, Severus não quer nada com Potter.
Então, ele se ocupa com sua fabricação de poções e sua magia e acha que é o melhor.
Ainda assim, ele não consegue se livrar da sensação do corpo de Potter pressionado contra ele. Do gosto da língua na boca.
E então, quase duas semanas depois, Potter aparece na porta de seu escritório no momento em que Severus se sentou com seus horários e um copo de uísque para começar a planejar o início do semestre.
Ele fica na frente da mesa de Severus, com as mãos enfiadas nos bolsos.
— Então, o que fizemos...
— Sinto muito — Severus diz rapidamente. Ele não quer ter essa conversa; ele preferiria nunca mais pensar no incidente. — Não tenho certeza do que deu em mim, mas eu não deveria ter permitido... — Ele para e respira fundo. — Foi inapropriado.
— Não — diz Potter. — Não foi. Eu sou maior de idade. Eu salvei a porra do mundo e posso...
— Não importa — Severus diz, interrompendo-o. — Eu -
— Não — Potter repete. — Todo mundo me quer, certo? Mas não porque eles se importam comigo ou mesmo sabem alguma coisa sobre mim. Só porque sou Harry Potter.
Severus não sabe o que dizer. Ele poderia dizer que também não se importa com ele, mas não tem certeza se isso é verdade - alguma vez foi verdade - e ele viu a maneira como as pessoas se voltam para Potter. Como mariposas para a luz, voam para o mel. Claro, eles são atraídos por ele. Severus não tem dúvidas de que ele poderia ter quem quisesse -
— Mas eu não me importo com eles — diz Potter. — E eu certamente não os quero.
— Você também não me quer — Severus diz porque até a ideia é ridícula.
— Eu acho que você me quer.
Severus encara.
— Desculpe desapontar, mas não quero – não farei parte do seu fã-clube bajulador.
Potter não diz nada, apenas continua a observá-lo com a mesma expressão fria e desapegada em seu lindo rosto.
— Eu sei que você quer — ele finalmente diz. — Eu sei. E também sei que você não quer nada de mim. — Ele ri. — Além de querer saber como eu pareço quando gozo, é claro. Qual seria a sensação de me abrir e me foder em seu colchão?
— Potter... — Severus quis que soasse como um aviso, mas sua boca está seca e a garganta em carne viva. Potter sorri. E há algo afiado ali que deixa os dentes de Severus tensos, mas também envia uma onda de calor para sua virilha.
— Pensei que sim — diz Potter. — E está tudo bem, certo? Você esteve na minha cabeça. E eu estive na sua.
Como se isso mudasse alguma coisa. Faz com que o que Potter está dizendo esteja remotamente correto,
Talvez sim.
Ou, talvez, não importe.
.
Passa quase uma semana antes que ele veja Potter novamente. Os reparos do castelo estão progredindo e ele finalmente está fazendo algum progresso em sua produção de poções. Potter não voltou às masmorras e Severus ainda está evitando o Salão Principal. Ele sabe que não deveria – Minerva não tolerará sua ausência para sempre. Mas ainda são férias de verão, e Severus não pode, não irá suportar a infestação de Aurores, ex-alunos e pais em todas as refeições.
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Foundations (or, where do we go from here) | Snarry
FanficApós a guerra, Severus se retira para a solidão de suas masmorras. Há poções para preparar, reparos a serem feitos e lições a planejar. Mas então Harry Potter começa a aparecer a qualquer hora, querendo pouco mais - ao que parece - do que irritar Se...