Capítulo 4: Confronto no Corredor

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Quarta, 28 de janeiro de 2022

Querido diário,

Hoje foi o dia em que a situação com o Miguel finalmente atingiu o limite. Não sei o que deu nele, mas parece que ele acordou com ainda mais disposição para me irritar do que o habitual.

A briga começou na sala de aula de matemática. Eu estava tentando me concentrar nas explicações da professora, quando de repente sinto alguém cutucando minhas costas com uma caneta. Viro-me para ver quem é, e lá está ele, o próprio Miguel, com um sorriso debochado no rosto. Eu sabia que não ia terminar bem.

"Qual é o seu problema?", perguntei, tentando manter a calma, mas ele parecia determinado a me provocar.

"Meu problema? Ah, não é nada demais. Só acho engraçado como alguém tão sem graça como você consegue chamar tanta atenção", ele respondeu, provocando um riso entre os outros alunos.

Aquilo foi o suficiente para eu perder o controle. Avancei em direção a ele, pronta para dar uma boa resposta, mas ele se levantou rapidamente, empurrando a mesa para trás e ficando cara a cara comigo.

"O que você vai fazer? Vai chorar?", ele debochou, com um sorriso sarcástico nos lábios.

Antes que eu pudesse responder, o professor interveio, separando-nos e nos mandando para fora da sala. O corredor estava vazio, e isso só aumentou a tensão entre nós.

"Você é patética e ridícula", ele cuspiu, seus olhos faiscando de raiva.

Eu não consegui me conter. Levantei minha mão e desferi um tapa no rosto dele, o som ecoando pelo corredor vazio. Foi como se o tempo congelasse por um momento, e então tudo aconteceu muito rápido.

Ele me olhou chocado por um instante, e então revidou com um empurrão tão forte que me fez cair no chão. A dor pulsava em meu rosto e em minhas mãos, já que eu tinha batido o pulso com força no chão. mas eu me recusei a deixá-lo ver que tinha me machucado.

O professor apareceu logo depois, nos separando novamente e nos levando para a diretoria. A conversa com o diretor foi rápida, e acabou com uma advertência para ambos. Eu sabia que não deveria ter reagido daquela maneira, mas era difícil manter a calma quando alguém estava constantemente tentando te irritar.

Depois da aula, encontrei minhas amigas no intervalo. Decidimos ir até a lanchonete da escola e pedir hambúrgueres para tentar esquecer a confusão. Enquanto mordíamos nossos hambúrgueres, desabafei sobre a briga com o Miguel. Marina e Bibi tentaram me acalmar, dizendo que ele não valia a pena e que eu não deveria deixar ele me afetar tanto. Mas é mais fácil falar do que fazer, né?

Nesse momento, minha irmã mais nova, Ana, veio correndo até nós. Ana é uma garotinha doce de apenas 10 anos, com cabelos cacheados e olhos curiosos. Ela sempre traz uma energia positiva para onde quer que vá.

"Ei, Liz! Como foi a escola hoje?", ela perguntou, parecendo animada para ouvir as novidades.

Contei a ela sobre a briga com o Miguel, e ela fez uma careta indignada.

"Ele é um bobão, não liga pra ele, Liz. Vem cá, quero te mostrar a pintura que fiz na aula de arte hoje!", Ana disse, puxando minha mão com entusiasmo.

Sorri para ela, agradecendo por sua inocência e alegria contagiante. Mesmo nos piores momentos, Ana sempre consegue me fazer sorrir.

Depois de terminarmos os hambúrgueres, Marina sugeriu que fôssemos dar uma volta no parque depois da escola para espairecer um pouco. Pareceu uma ótima ideia, então concordamos em nos encontrar lá mais tarde.

Bem, pelo menos o hambúrguer estava gostoso e bem recheado. Às vezes, tudo o que precisamos é de uma boa comida para aliviar o estresse.

Até amanhã, diário.

Com amor,

Liz

Entre Faíscas e Suspiros | Enemies To LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora