Capítulo 14: Um Beijo no Meio do Caos

1 0 0
                                    

Sábado, 13 de fevereiro de 2022

Querido Diário,

Hoje foi o dia tão esperado da Feira das Nações, e o sol brilhava intensamente, banhando todo o evento com uma luz quase mágica. Eu estava no nosso estande, fazendo os últimos ajustes na apresentação do Brasil. As bandeirinhas coloridas balançavam ao vento, e o aroma das comidas típicas impregnava o ar, criando um ambiente festivo e acolhedor. Meu coração batia acelerado não apenas pela excitação do evento, mas também pela presença constante ao meu lado: Miguel.

Ele estava lá, ajudando em tudo, e nossos olhares se cruzavam com uma frequência cada vez maior. A tensão entre nós era palpável, uma eletricidade que parecia aumentar a cada minuto.

Tudo parecia estar indo bem até que os problemas começaram a surgir. Primeiro, o microfone simplesmente se recusou a funcionar. Depois, os slides decidiram que não iam passar de jeito nenhum. E, para piorar, algumas pessoas começaram a fazer perguntas irritantes e desnecessárias.

— Liz, você tem certeza que essa dança é autêntica? — perguntou uma mulher com um tom condescendente, claramente duvidando da minha pesquisa.

Respirei fundo, tentando manter a calma.

— Sim, é claro — respondi, forçando um sorriso que mal escondia minha frustração.

Miguel tentava ajudar, mas a sequência de problemas parecia interminável. Sentia a pressão aumentar a cada segundo. A frustração estava prestes a explodir quando Miguel, percebendo meu desespero, tentou me acalmar.

— Liz, respira. Vai ficar tudo bem.

Olhei para ele, e por um momento, os problemas ao redor pareceram desaparecer. No entanto, a tensão era grande demais para ser ignorada. Não consegui me segurar.

— Como você pode dizer isso? Nada está dando certo! — gritei, a voz carregada de frustração e raiva.

Miguel tentou argumentar, mas eu não queria ouvir. O caos ao redor parecia aumentar e minhas emoções estavam à flor da pele.

— Eu não aguento mais isso! — exclamei, quase em desespero.

— Liz, por favor, calma. Estamos todos tentando ajudar.

— Não é você quem está à frente disso tudo! Não é você quem está sendo questionado a cada segundo! — rebati, sentindo as lágrimas de raiva se acumulando.

— Eu sei, mas estamos aqui para te apoiar. Você não precisa carregar tudo sozinha — ele disse, tentando me acalmar.

— Eu não preciso de apoio, preciso que as coisas funcionem! — gritei, a voz ecoando pela feira.

Foi então que, no meio do meu grito, Miguel fez algo inesperado. Ele segurou meu rosto com ambas as mãos e me beijou. Foi um beijo intenso, avassalador. O mundo ao redor parou. As pessoas, os problemas, tudo desapareceu naquele momento.

Fiquei paralisada, os olhos arregalados de choque. Mas, no fundo, havia um desejo que não podia negar. Nossos olhares se encontraram por um instante, os rostos ainda próximos, e então me afastei abruptamente, o coração disparado, sem saber como lidar com o turbilhão de emoções.

Corri para o banheiro, tentando fugir dos olhares curiosos e dos murmúrios ao redor. As lágrimas finalmente caíram, e minhas mãos tremiam. Marina e Bibi, minhas amigas, vieram correndo atrás de mim, preocupadas.

— Liz, o que aconteceu? — perguntou Marina, ofegante.

— Ele... ele me beijou. E eu simplesmente não sei o que fazer — respondi, a voz trêmula.

— Mas você gosta dele, não gosta? — indagou Bibi, tentando entender.

Assenti, ainda tentando processar tudo.

— Sim, mas... isso foi tão inesperado. Eu estava tão estressada e ele...

— Às vezes as coisas acontecem de um jeito que a gente não espera — disse Marina, tentando me acalmar. — Talvez esse seja o momento de vocês dois se entenderem de verdade.

— Eu só preciso de um tempo para pensar. Isso tudo foi demais para mim — respondi, enxugando as lágrimas.

Enquanto isso, Miguel ainda estava no meio da feira, lidando com os olhares e murmúrios. Ele sabia que tinha cruzado uma linha, mas algo dentro dele dizia que aquele beijo precisava acontecer, mesmo que fosse da maneira mais caótica possível.

O resto do dia continuou com uma tensão palpável no ar. Miguel e eu evitávamos nos cruzar, ambos tentando entender o que aquele beijo significava. A feira seguiu seu curso, mas o beijo havia mudado tudo. E, assim como eu, todos ao redor estavam prestes a descobrir as consequências dessa reviravolta.

Agora, deitada na minha cama e escrevendo tudo isso, ainda sinto meu coração acelerar ao lembrar do beijo. As palavras no papel não conseguem capturar toda a intensidade do que aconteceu. Fico me perguntando o que o futuro reserva para nós. Será que esse beijo foi apenas um erro impulsivo ou o começo de algo verdadeiro?

Com carinho,
Liz

---

Diário de Miguel,

Hoje foi um dia caótico na Feira das Nações, mas também um dos mais marcantes da minha vida. Tudo começou bem, o sol estava brilhando e o estande do Brasil estava impecável. Eu estava ajudando Liz, e cada vez que nossos olhares se cruzavam, sentia uma eletricidade no ar que era impossível de ignorar.

As coisas começaram a desandar quando o microfone parou de funcionar e os slides não passaram. Para piorar, algumas pessoas fizeram perguntas que claramente irritaram Liz. Eu podia ver o estresse aumentando nela a cada segundo.

— Liz, você tem certeza que essa dança é autêntica? — perguntou uma mulher, e eu vi Liz forçar um sorriso que mal escondia sua frustração.

Eu tentei ajudar, mas parecia que quanto mais tentávamos, mais os problemas surgiam. A pressão sobre Liz estava ficando insuportável, e eu sabia que precisava fazer algo.

— Liz, respira. Vai ficar tudo bem — tentei acalmá-la, mas seu desespero era evidente.

— Como você pode dizer isso? Nada está dando certo! — ela gritou, e eu senti a dor e a frustração em sua voz.

Tentei argumentar, mas ela não queria ouvir. O caos ao redor só piorava, e ela parecia à beira de um colapso.

— Eu não aguento mais isso! — ela exclamou, quase em desespero.

— Liz, por favor, calma. Estamos todos tentando ajudar.

— Não é você quem está à frente disso tudo! Não é você quem está sendo questionado a cada segundo! — ela rebateu, e eu podia ver as lágrimas de raiva se acumulando.

— Eu sei, mas estamos aqui para te apoiar. Você não precisa carregar tudo sozinha — tentei dizer, mas ela estava além de qualquer consolo.

— Eu não preciso de apoio, preciso que as coisas funcionem! — ela gritou, e eu sabia que precisava fazer algo drástico.

Foi então que, no meio do seu grito, eu não consegui me segurar. Segurei seu rosto com ambas as mãos e a beijei. Foi um beijo intenso, desesperado. O mundo ao nosso redor pareceu parar, e por um momento, nada mais importava.

Quando nos separamos, vi o choque em seus olhos. Ela ficou paralisada, e depois se afastou abruptamente, o coração disparado. Eu sabia que havia cruzado uma linha, mas algo dentro de mim dizia que aquele beijo precisava acontecer.

Liz correu para o banheiro, e eu fiquei ali, lidando com os olhares curiosos e os murmúrios ao redor. Sabia que tinha criado uma situação complicada, mas também sabia que aquele beijo era inevitável.

O resto do dia foi tenso. Liz e eu evitávamos nos cruzar, ambos tentando entender o que aquele beijo significava. A feira seguiu seu curso, mas nada seria o mesmo depois disso.

Agora, escrevendo tudo isso, ainda sinto a intensidade daquele momento. Fico me perguntando se esse beijo foi um erro impulsivo ou o começo de algo verdadeiro. O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: nada será como antes.

Com esperança,

Miguel

Entre Faíscas e Suspiros | Enemies To LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora