Entre Faíscas e Suspiros | Enemies To Lovers

Capítulo 22: A Noite de Desespero

23 de Fevereiro de 2022, Quarta-feira

Oi, diário,

Hoje foi uma montanha-russa emocional. Fui para a casa de Marina com Bibi na esperança de encontrar um pouco de conforto e distração, mas o dia tomou um rumo inesperado. Marina, sempre atenta aos detalhes, preparou um ambiente acolhedor e convidativo para nós. José Carlos, o cachorrinho dela, parecia sentir minha tristeza e me ofereceu seu carinho sem palavras.

Quando chegamos, Marina nos recebeu com um sorriso e uma proposta. “Vamos assistir ‘Crepúsculo: Lua Nova’. Bibi trouxe o DVD e pensei que seria uma boa distração para nós.”

Eu tentei me animar e aceitar o convite. “Parece ótimo,” respondi, com um esforço para parecer mais animada do que realmente estava.

O início do filme passou sem maiores problemas. Tentava me distrair e mergulhar na história, mas quando a cena em que Bella está devastada começou, minha própria angústia se intensificou. A música “Possibility” entrou em cena, e a letra começou a penetrar profundamente em mim.

A frase impactante da música, "You’re just a possibility, a chance that I could take," reverberava na minha mente, transformando-se em um eco cruel. Cada palavra parecia um corte profundo na minha dor.

Quando o desespero de Bella se intensificou, eu não consegui mais conter minha angústia. Comecei a me afastar, sentindo uma agitação crescente. Minhas mãos começaram a tremer e meu choro, que inicialmente era silencioso, se transformou em soluços incontroláveis. As lágrimas caíam em torrentes, e eu lutava para respirar. Minha mente estava em caos, e eu estava sendo arrastada por uma crise de ansiedade crescente.

Marina e Bibi estavam concentradas no filme, mas logo perceberam que algo estava errado. Marina foi a primeira a notar meu estado. “Liz, você está bem?” A preocupação era evidente em sua voz. Quando ela viu minhas mãos tremendo e as lágrimas escorrendo sem parar, ela imediatamente chamou Bibi. “Bibi, venha rápido. A Liz não está bem.”

Bibi se virou, e seu olhar de preocupação se transformou em alerta. “Liz, o que está acontecendo com você?” Sua voz estava carregada de preocupação, mas eu estava tão imersa na crise que mal consegui responder.

“T-t-tá... difícil... respirar...” Eu consegui balbuciar entre os soluços, minha voz trêmula quase inaudível.

Marina e Bibi se aproximaram rapidamente. Marina começou a me ajudar a controlar a respiração. “Liz, concentre-se em minha voz. Respire profundamente. Inspire e expire, vamos fazer isso juntas.” Ela colocou uma mão suave nas minhas costas, tentando me acalmar.

Bibi também estava ao meu lado, sua presença oferecendo uma âncora em meio ao caos. “Estamos aqui com você, Liz. Você não está sozinha. Tente se acalmar, vamos superar isso.”

A crise parecia interminável, como um furacão devastador. Eu estava lutando para recuperar o controle, e a sensação de sufocamento não diminuía. Minhas respirações eram curtas e rápidas, e o choro continuava, misturando-se com os soluços e o tremor incontrolável. A frase da música continuava a ecoar na minha mente, intensificando a dor: "Você é apenas uma possibilidade, uma chance que eu poderia tentar."

Depois de algum tempo, finalmente consegui me acalmar um pouco. Minha respiração estava mais controlada e o choro se tornou mais brando. Marina e Bibi estavam ao meu lado, oferecendo apoio constante. Marina desligou a TV e Bibi foi buscar um pouco de chocolate para ajudar a acalmar meus nervos. José Carlos, o cachorrinho, se aproximou e começou a lamber minhas lágrimas. Seu carinho trouxe um alívio inesperado e um pouco de conforto.

Enquanto eu me recuperava, comecei a desabafar sobre tudo o que havia acontecido. As palavras saíam de mim com dificuldade, minha voz trêmula e quase inaudível. “Eu... eu não consigo... parar de pensar em tudo que aconteceu... Miguel... o beijo na praia... tudo foi perfeito, mas agora... agora eu sinto que tudo desmoronou.” Meu choro se intensificou, e eu estava completamente tomada pela dor.

Marina e Bibi me abraçaram apertado. “Liz, não precisa se sentir assim sozinha. Estamos aqui para você. Pode desabafar tudo o que precisar,” Marina disse, sua voz cheia de compreensão e carinho.

Bibi, também abraçando-me, acrescentou: “Nós estamos aqui para te apoiar. Não importa o que aconteça, você sempre pode contar com a gente.”

Enquanto eu continuava a chorar, José Carlos permaneceu ao meu lado, oferecendo seu carinho reconfortante. O calor dos abraços de Marina e Bibi, junto com o carinho do cachorrinho, lentamente trouxe um pouco de alívio à minha agonia.

Depois que consegui me acalmar um pouco, desligamos a TV e nos dirigimos para a cozinha. Comemos algo leve e conversamos sobre assuntos mais leves. Escovamos os dentes e fizemos algumas brincadeiras para tentar aliviar o clima. A presença de Marina e Bibi foi fundamental para minha recuperação, e suas ações demonstraram o quanto elas se importavam.

Finalmente, retornamos para o quarto de Marina. Deitadas na cama, conversamos mais um pouco e fizemos algumas brincadeiras leves para relaxar antes de dormir. O ambiente estava mais calmo, e eu sentia uma sensação de alívio, embora ainda carregasse a dor da noite.

Com os olhos fechados e o calor dos abraços de minhas amigas, adormeci sentindo um misto de exaustão e alívio.

Boa noite, diário.

Liz