Capítulo 23: A Surpresa da Quadra

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24 de Fevereiro de 2022, Quinta-feira

Oi, diário!

Hoje foi um daqueles dias que a gente nunca esquece, e não por boas razões. Deixa eu te contar o que rolou.

O dia começou normal, mas eu estava com uma sensação de desconforto. Tava me preparando pra aula de Educação Física, com uma camiseta azul e um short preto, e meu cabelo preso em um rabo de cavalo. Estava tentando ignorar a tensão que estava sentindo por causa do Miguel. Tava com a cabeça cheia e sentindo um nó na barriga, que nem queria pensar muito na bagunça emocional que estava me consumindo.

Quando entrei na quadra, o clima estava animado e a galera tava toda empolgada pra jogar queimada. Eu tava me esforçando pra me concentrar, mas a distração começou logo que o Miguel apareceu na arquibancada. Ele estava tão irresistível, com aquele jeito descontraído e, claro, o jeito dele mordendo o lábio inferior de um jeito sensual. Não consegui me concentrar, e a distração estava me fazendo mal.

A partida começou, e eu estava tentando acompanhar, mas a cabeça estava em outro lugar. Foi então que a bola de vôlei voou em minha direção com uma força absurda. Eu tava tão distraída com o Miguel que não consegui desviar. A bola atingiu meu rosto com um impacto brutal, e eu senti o chão se aproximar rapidamente.

A sensação foi como um choque elétrico. Eu caí de costas e bati a cabeça com força na lateral da trave. A dor foi tão intensa que tudo ao meu redor ficou embaçado. Meus sentidos estavam confusos e eu me sentia zonza. A última coisa que vi foi o Miguel descendo da arquibancada, correndo para me ajudar.

A próxima coisa que eu soube foi acordar em uma cama de hospital. Eu estava com uma bandagem na cabeça e meu corpo parecia pesado. O ambiente era claro, com o som de monitores e conversas de enfermeiros ao fundo. A dor na minha cabeça era constante, como um martelo batendo em ritmos irregulares.

A enfermeira se aproximou e começou a checar meus sinais vitais. "Oi, Liz. Como você está se sentindo? Você levou um golpe forte na cabeça. Por pouco, não foi algo mais grave."

"Oi, enfermeira. Tô meio zonza ainda. E quanto tempo eu vou ter que ficar aqui?" minha voz estava rouca e eu tentei sorrir, mas saiu mais como uma careta de dor.

"Você teve sorte, Liz. O impacto foi grande, mas não há sinais de traumatismo craniano. Mesmo assim, vamos precisar te manter sob observação por um tempo. Vou te dar um remédio para dor e ficar de olho em você," a enfermeira explicou, ajustando os aparelhos ao redor da minha cama.

Enquanto ela fazia isso, eu me lembrei de tudo o que aconteceu antes do acidente. Miguel na arquibancada, mordendo o lábio de um jeito que me deixou distraída, e a sensação de vergonha por não ter conseguido manter o foco.

As meninas, Marina e Bibi, chegaram para me visitar. Elas estavam visivelmente preocupadas, e eu pude ver a tristeza em seus rostos. "Liz, o que aconteceu? Você tá bem?" perguntou Marina, com uma expressão de preocupação genuína.

"Foi uma bola de vôlei. Eu tava distraída porque o Miguel estava na arquibancada e acabei levando a bolada. Bati a cabeça na trave e aqui estou eu," eu expliquei, tentando manter a calma.

Bibi me olhou com uma mistura de preocupação e alívio. "Ainda bem que não foi nada mais sério. Você tá bem? Quer alguma coisa?"

"Eu tô com dor e um pouco envergonhada. É estranho estar aqui e pensar que tudo isso foi culpa minha. O Miguel estava lá, e eu me desconcentrei," eu disse, minha voz ainda trêmula.

Marina tentou me consolar. "Liz, isso pode acontecer com qualquer um. Não precisa se sentir assim. É chato, mas você vai superar isso."

Eu só consegui sorrir fraco enquanto tentava me acomodar na cama. As meninas ficaram comigo um tempo, contando histórias engraçadas e tentando levantar meu ânimo. O tempo foi passando e, mesmo com a dor, eu comecei a me sentir um pouco melhor com a companhia delas.

Depois de um tempo, o médico entrou para verificar meus sinais vitais e me deu mais informações. "Liz, vou te manter sob observação por algumas horas para garantir que não haja complicações. Se tudo continuar bem, você poderá ir para casa amanhã."

"Obrigada, doutor. Vou me esforçar para melhorar logo," eu respondi, tentando mostrar coragem.

As meninas foram embora e eu fiquei sozinha, refletindo sobre o dia. Estava cansada, com dor e uma mistura de vergonha e frustração. Mas eu sabia que precisava seguir em frente e enfrentar essa situação. Eu estava no hospital, esperando que o tempo passasse rápido e que eu pudesse voltar à rotina normal.

Agora, vou tentar descansar e espero que amanhã seja um dia melhor.

Até mais, diário.

Beijos, 
Liz

Entre Faíscas e Suspiros | Enemies To LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora