24: Dez Anos

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Alicent agarrou a mão da serva com força, suas unhas cravando-se na carne da mulher enquanto ondas de dor a invadiam. O suor escorria pelo seu rosto enquanto ela tentava recuperar o fôlego.

"Continue respirando", incentivou a criada, com a voz firme e tranquilizadora. "E empurre."

Alicent fez uma careta, seu corpo tremendo com o esforço. A dor era insuportável e ela questionou sua capacidade de suportá-la mais uma vez. Ela já havia passado por isso nove vezes antes, mas cada vez parecia um desafio assustador.

"Empurrar!" a criada insistiu novamente, com a voz firme e insistente.

Alicent soltou um grito gutural, a agonia reverberando pela sala enquanto ela exercia toda a sua força. Ela sentiu a pressão intensa aumentando e, com outro grito primitivo, empurrou com toda a força.

"A cabeça!" a parteira gritou, seus olhos focados entre as pernas de Alicent.

Os gritos de dor de Alicent encheram o ar, e ela agarrou-se a um dos braços do servo, buscando consolo e firmeza no meio da provação. E finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, uma sensação de alívio tomou conta dela quando ela caiu de volta na cadeira, esgotada, mas vitoriosa.

“É uma menina, Majestade!” uma das senhoras anunciou alegremente, embalando nos braços o bebê que se contorcia e chorava.

"Louvado seja a Mãe!" outro exclamou, enxugando o suor da testa de Alicent.

O coração de Alicent inchou com uma mistura de exaustão e euforia. Ela olhou ansiosamente para a babá, buscando segurança.

"Ela é saudável?" Alicent perguntou, sua voz tingida de antecipação, enquanto a babá rapidamente envolvia o recém-nascido em um cobertor macio.

"Chute como uma cabra, Majestade," a babá respondeu com um sorriso caloroso, colocando cuidadosamente o embrulho nos braços de Alicent.

Rhaenyra irrompeu pelas portas da câmara, com uma expressão preocupada no rosto. "Eu ouvi choro", ela exclamou, seus olhos imediatamente atraídos para o precioso pacote nos braços cansados de Alicent.

Alicent esboçou um sorriso cansado, seus olhos cheios de amor e exaustão. "Venha, amor, conheça sua filha", ela acenou para Rhaenyra, gentilmente mudando o bebê enfaixado para oferecer-lhe uma visão melhor.

O sorriso de Rhaenyra se alargou quando ela se ajoelhou diante de sua esposa e de sua filha recém-nascida. “Ah, vejo que ela herdou seu lindo cabelo”, ela comentou, com os olhos brilhando de carinho ao notar o tufo de cabelo ruivo adornando a cabeça do bebê.

Alicent riu baixinho, empurrando uma mecha do cabelo de seu filho para trás. "Bem, isso é muito interessante", ela respondeu, divertida entrelaçando suas palavras.

Rhaenyra franziu a testa, sua curiosidade despertada. "O que você quer dizer?" ela perguntou, ansiosa para entender a observação.

“Alguns de seus cabelos são prateados,” Alicent revelou, sua voz cheia de intriga. "Parece que ela herdou uma bela mistura de nossas características."

Os olhos de Rhaenyra se arregalaram de surpresa e admiração. Ela se inclinou mais perto, examinando os delicados fios prateados misturados com o vermelho. "Verdadeiramente notável", ela sussurrou. “O bebê já tem nome?”

Alicent soltou um zumbido suave, contemplando o nome da filha. “Eu estava pensando em Visenya”, ela sugeriu, com a voz cheia de carinho. "Você se lembra quando li a história de Visenya para você na segunda vez que visitei seus aposentos?"

Um sorriso caloroso enfeitou os lábios de Rhaenyra enquanto ela assentia. "Sim, é Visenya", ela concordou, dando um beijo gentil na cabeça felpuda da filha. Seu olhar então mudou para encontrar os olhos de Alicent, preocupação gravada em suas feições. “Espero que o trabalho de parto não tenha sido muito difícil para você”, ela expressou, com a voz cheia de preocupação genuína.

𝓕𝐈𝐑𝐒𝐓 𝓞𝐅 𝓗𝐄𝐑 𝓝𝐀𝐌𝐄     ᵃˡⁱᶜᵉⁿᵗ ᴀɴᴅ ʳʰᵃᵉⁿʸʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora