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Cheguei em casa depois da saida com Miguel, foi muito legal. Eu apresentei a cidade para ele e paramos no cinema para ver um filme, depois fomos a uma lanchonete temática dos anos 60 que eu amo. A gente se divertiu muito, Miguel é um garoto muito legal, acho que seremos grandes amigos. Enfim, cheguei em casa e assim que abri a porta vi minha mãe sentada no sofá, parecia que estava chorando.

— Mãe? — A chamo.

— Por que você deixou fazerem isso com ele, Melissa? Você sabe como ele é um garoto sensível, você sabe que os adolescentes podem ser maus, então por que você não protegeu ele? — Minha mãe dispara palavras para cima de mim assim que me olha. — Agora seu irmão passou a tarde toda trancado no quarto chorando e isso é culpa sua! — Ela grita para mim. Meus olhos se enchem de lágrimas.

— Desculpa, eu não sabia. — Respondo baixo.

— Sabia! Você pode ter certeza que você sabia. — Ela diz e me olha com raiva. — Agora sobe e não aparece na minha frente tão cedo!

Eu apenas concordo com a cabeça subindo rapidamente as escadas e indo direto pro meu quarto, me deito na cama e choro baixinho ate acabar pegando no sono.

Acordo no outro dia nada animada e com a cara toda inchada, eu respiro fundo me olhando no espelho, tomo um banho e passo maquiagem para tentar esconder o resquício de choro. Me arrumo e desço as escadas, pego alguma coisa pra comer e saio de casa pedindo um uber ate a escola, eu não esperaria minha mãe para ir e nem meus irmãos, não estava nem um pouco no clima.

Chegando na escola vejo Miguel que sorri assim que me vê.

— Bom dia, Mel. Como você ta? — Ele pergunta e eu dou um sorriso.

— Bom dia, Miggy. Eu to bem e você? — Respondo, ele me analisa um pouco e parece não acreditar.

— Bem também. — Ele diz e sorri. — Qual sua primeira aula?

E assim eu e Miguel começamos a conversar ate irmos para nossas aulas, o dia se passou rapido ate a hora do almoço, eu nem vi a hora passar, no almoço eu decidi que não sairia de perto de Eli de jeito maneira. A conselheira faz um discurso durante o almoço sobre bullying, nenhum aluno estava realmente prestando atenção.

— O Cyberbullying não é engraçado. — Ela começa dizendo. — Enviar uma mensagem cruel para alguém pode ser tão prejudicial quanto falar na cara da pessoa. Eu não vou citar nomes, mas outro dia recebi a ligação de uma mãe reclamando que o filho estava chorando porque alguns alunos tiraram sarro da deformidade facial dele. — Respiro fundo com raiva da conselheira, pois no segundo em que ela disse isso todas começaram a cochichar e a olhar para Eli, que ficou desconfortável tentando tampar seu lábio. Pego sua outra mão por baixo da mesa e a aperto. — Hoje temos o objetivo de tornar essa escola um espaço mais seguro para todos os alunos.

— Se estiverem cansados disso, meu dojô de karatê ta recrutando alunos. — Vejo que Eli mostrou interesse, vi pelo seu olhar, eu dou um sorriso, acho que podia ser legal para ele.

— Ate parece. Ouviu isso, Eli? — Demetri começa. — É só treinar um pouco de karatê e você sai batendo em todo mundo.

— Cara, eu to falando serio. — Miguel diz. — O meu Sensei é muito bom e eu posso conseguir um desconto para vocês três. — Miguel me olha.

— Por mais tentador que isso seja, eu acho que preferimos passar a tarde toda jogando no computador do que ficar apanhando por ai. — Vejo o olhar triste do meu irmão com a fala de Demetri.

— Por que você não deixa o meu irmão responder por ele próprio? — Pergunto para Demetri irritada. Ele apenas me olha e da de ombros. — A gente pode passar qualquer dia lá, Miggy. — Falo para o garoto que sorri.

— Ah e mais uma coisa. — A conselheira chama nossa atenção. — Estamos ansiosos para o baile de Halloween, e vamos garantir que as fantasias não sejam culturalmente ofensivas. As meninas por exemplo, no lugar de uma enfermeira sexy, vocês poderiam se fantasiar de uma funcionária de hospital comum. — Ela começa a dar ideias de fantasia, mas todos ignoraram ela, eu começo a mexer no meu celular.

O baile escolar chegou, eu passei horas me arrumando e adivinhem minha fantasia

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O baile escolar chegou, eu passei horas me arrumando e adivinhem minha fantasia.... enfermeira sexy, não resisti. Eu estava meio que combinando com Eli que estava de medico. Assim que chegamos na escola já fomos direto para o ginásio, lá eu e Eli encontramos Demetri que estava em um canto.

— Mel, você ta... linda. — Demetri diz me fazendo rir.

— Obrigada, Mitri. Sua fantasia ta maneira. — Falo e o garoto sorri.

Demetri e Eli começaram a conversar sobre coisas de nerd e eu fiquei no meu celular, postei uma foto no insta e depois fiquei vendo a vida dos outros por ali.

Não demora muito para eu ver Miguel entrando, ele surgiu no meio da fumaça que estava na porta, diria que foi uma entrada triunfal, ele estava fantasiado de esqueleto. Vejo ele vindo ate nós.

— Você ta muito maneiro, Miggy. — Falo para ele sorrindo.

— Você ta linda, Mel. — Ele diz e eu jogo com cabelo para trás.

— Eu sei. — Falo fazendo o garoto rir.

— Hum, esqueleto. Classico. Legal. — Demetri diz.

— Valeu. Gostei da fantasia de feiticeiro. — Miguel diz, grande erro!

— Feiticeiro? Ah por favor. Eu sou um Necromante. — Demetri diz e Miguel não entende.

— É o que?

— Nunca viu O Amuleto? — Demetri pergunta indignado.

— E você é um medico normal ou... — Miguel pergunta para Eli.

— Cirurgião plástico. Eu conserto lábios. — Eli responde e eu abraço ele de lado.

— Legal. Então você é a enfermeira que ajuda ele? — Miggy me pergunta.

— Pode se dizer que sim. — Respondo sorridente.

Fomos ate a mesa de ponche. Os meninos olhavam três meninas fantasiadas de algo combinando, eu bebia meu ponche enquanto observava as pessoas na festa.

— Beleza, estamos prontos? — Miguel pergunta para Eli e Demetri. — Vamos chegar nas mães dos dragões.

— Ai calma ai. A gente tem tempo. — Demetri diz e logo um cara tira uma das meninas para dançar.

— Não. Não. — Miguel exclama. — Droga! Acabamos de perder pro Doctor Who.

— Preciso ir ao banheiro. — Eli diz.

— Eu também. — Demetri diz largando o copo na mesa. — O ponche ta fazendo efeito.

— Espera a gente aqui? — Eli me pergunta baixinho.

— Claro. — Respondo sorrindo.

Os meninos saem e Miguel suspira, mas vai atras.

Fico só mais dois minutos ali, saio para andar pela escola. Vejo Sam passar por mim irritada. Passado algum tempo Eli me manda uma mensagem falando pra eu correr lá fora que ele ja tinha chamado o Uber.

𝒊𝒍𝒍𝒊𝒄𝒊𝒕 𝒂𝒇𝒇𝒂𝒊𝒓𝒔 - 𝑹𝒐𝒃𝒃𝒚 𝑲𝒆𝒆𝒏𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora