Capítulo 3 - Mateus

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Depois de ver aquela menina sorridente, coloquei na cabeça que precisaria tirar a prova, indo até o bar. Infelizmente acabei ficando ocupado e só consegui ir uma semana depois. Assim que cheguei, meus olhos a buscaram como um louco, até que a vi no balcão. Como imaginei, sua beleza se destaca em qualquer lugar.

Passei a noite inteira a observando, e quando notei que foi até o banheiro, não pensei duas vezes antes de ir ao seu encontro. Foi rápido, mas tenho certeza de que ela não é imune a mim. Seus olhos me encaravam com curiosidade, a forma como seu corpo se encaixou perfeitamente ao meu e como sua cintura parecia ter sido feita para minhas mãos, me deixou de pau duro.

Ao sair do bar, esbarrei em uma mulher que tinha características semelhantes a ela, quando respondeu meu flerte, fomos para o hotel mais perto, precisava saciar o meu desejo naquela menina, mesmo não sendo a própria.

─ Porra, se você continuar me chupando dessa maneira, vou gozar na sua boca.

─ Vá em frente, significa que sou muito boa no que estou fazendo. ─ Seus olhos brilham de desejo, amo quando encontro mulheres sem nenhum pudor. ─ Goze na minha boca, Mateus.

Como se fosse uma especialista em boquete, ela segue chupando e passando a língua por toda glande, ao mesmo tempo que estimula seu clitóris com movimentos circulares. Sem sombra de dúvidas, uma das melhores visões que já tive. Caralho, todo meu corpo sente os resquícios dessa gozada. Não sei se foi apenas mérito dela, ou o fato de que já estava há um tempo sem transar com ninguém.

─ Essa sua carinha de anjo engana muita gente ─ falo, sem lembrar de seu nome.

─ Assim não é melhor? Desse jeito vocês sempre se surpreendem. ─ Sorri, passando a língua pelo canto da boca.

Decidido a não perder mais tempo, inverto nossas posições a colocando deitada na cama. Como se estivesse morrendo de fome, me abaixo ficando de cara com a sua boceta. Com ela observando cada um dos meus movimentos, passo lentamente a língua por seu clitóris. Chupo e aperto entre meus lábios, tomando cuidado para não a machucar. Não precisa de muito para ver o quão excitada está, é possível notar sua lubrificação entre suas coxas. Enfio dois dedos dentro dela, certificando-me de encontrar seu ponto G, assim saberei para onde ir quando estiver com meu pau dentro de sua boceta.

Depois de proporcionar um orgasmo, que a fez tremer dos pés a cabeça, pego uma camisinha sobre a bancada, entrando bem fundo nela. Nesse quarto de hotel, apenas seus gemidos preenchem essas paredes, se tem uma coisa que me enlouquece, é o gemido de prazer de uma mulher.

─ Moço, por favor, poderia me ajudar? ─ Uma mulher me intercepta antes de adentrar o hospital. Ela parece bem humilde e carrega uma criança nos braços.

─ Do que precisa? Dinheiro? ─ pergunto já tirando a carteira do bolso.

─ Não, não é isso. O meu filho, ele está doente ─ fala e começa a chorar. ─ O levei na UPA, mas eles apenas o medicaram e nos mandaram para casa, só que a febre não baixa. Entrei nesse hospital grande, porém disseram que é particular, não tenho dinheiro para pagar. Então, será que poderia me levar até uma outra emergência?

Não entendo, nós temos uma ala dedicada a pacientes do SUS, atendemos até mesmo emergência. Por que deixaram essa mulher sem amparo? Tenho certeza de que todos sabem a nossa política, nunca devemos virar as costas para aqueles que precisam.

─ Há quanto tempo seu filho está assim?

─ Uns quatro dias.

─ Onde a senhora mora? ─ Aponta para o outro lado da rua, um acampamento de moradores de rua. ─ São só vocês dois?

─ Sim, o pai dele morreu e como não consegui manter o aluguel por estar sem emprego, as ruas foram a única solução. ─ O menino acorda e começa a chorar, toco sua testa, ele está queimando em febre.

─ Venha comigo, por favor.

Caminhamos até a segunda recepção, é nítido o olhar de julgamento das pessoas. Até mesmo em um momento como esse, se acham superiores apenas pela vestimenta ou poder aquisitivo. O choro desse menino é de dor, me recuso acreditar que apenas medicaram essa criança, sem se darem ao trabalho de investigar a causa do problema. O Sistema Único de Saúde é uma salvação para muitos, porém ainda tem muitos problemas a serem resolvidos.

─ Chamem o pediatra de plantão.

─ Doutor, a área do SUS é no primeiro andar ─ Uma das enfermeiras fala, como se eu não soubesse. ─ Me permita acompanhar essa senhora e seu filho até lá.

─ Eu mandei você fazer algo além de chamar o pediatra? ─ Nega com a cabeça. ─ Faça o que mandei, não é como se eu não soubesse como as coisas funcionam no meu hospital. Me dê os documentos dele e o seu, por favor, senhora.

Ela faz o que peço e entrego a recepcionista.

─ Faça a ficha desse garoto.

─ Mas, qual plano de saúde devo colocar, doutor?

─ Mateus Mariani, conhece? ─ Sem graça, finalmente faz o seu trabalho. ─ Quero que essa mãe e seu filho sejam atendidos como qualquer outro paciente, se eu souber que eles foram destratados ou discriminados, a pessoa que ousou será despedida, entendeu?

O plantonista aparece, pegando a criança e levando para uma sala. A mulher de alguma forma parece aliviada, só em ver seu filho finalmente sendo atendido.

─ Quando seu filho tiver alta, me procure. Caso eu não esteja no hospital, peça para que a recepcionista entre em contato comigo, não importa o horário, ok?

─ Por que está fazendo isso por mim?

─ Você me pediu ajuda, não foi? ─ Meneia a cabeça confirmando. ─ Pronto, é isso que farei. Do que adianta o meu dinheiro, se não puder ajudar os outros? Não permitirei que você e seu filho voltem para aquele lugar, as ruas não é um lugar seguro, principalmente para uma criança doente.

Sou surpreendido quando ela me abraça, chorando ainda mais em meus braços. Deixo que se acalme, para me afastar. Que espécie de ser humano eu seria, se deixasse essa mulher desamparada? Não ficarei mais pobre se a ajudar. Lhe darei uma casa e um emprego, todos nós merecemos ter uma moradia digna.

Deixei-a na recepção e segui para a minha sala, preciso me preparar para enfrentar vinte e quatro horas de plantão.

Motivos para (não) te amar - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora