Uma semana se passou desde que encontrei com aquele homem, não sei o que aconteceu, não consigo tirá-lo da cabeça. Foi estranho como sua mão encaixou perfeitamente em minha cintura, se fecho os olhos, consigo sentir seu toque, o que não faz muito sentido para mim.
Essa é a primeira vez que alguém mexe tanto comigo, nem mesmo o meu antigo namorado me deixou dessa maneira. Nós só trocamos algumas palavras, faz algum sentido?
Pego meu celular, ligando para Bruna, minha melhor amiga, ela saberá me ajudar a decifrar essas emoções.
─ Amiga, preciso da sua ajuda ─ falo assim que ela atende.
─ O que foi? A quem devemos matar e enterrar o corpo?
─ Não vamos matar ninguém, só preciso que me ajude em uma coisa.
─ Então vai direto ao assunto, o que houve?
─ Há uns dias, esbarrei em um cliente, ele é simplesmente uma das pessoas mais lindas que já tive o privilégio de ver. Não sei bem explicar o motivo, mas não o tiro da cabeça.
─ Espera, você apenas o viu? Conversaram? Trocaram número de telefone?
─ Não, nada disso. Estava saindo do banheiro, e nós dois nos trombamos, se não fosse por suas mãos firmes segurando minha cintura, teria ido ao chão.
─ Você se apaixonou à primeira vista, é isso?
─ Não acho que seja paixão, é apenas confuso o fato do meu corpo ter reagido daquela forma aquele estranho. Como se não fosse constrangedor o suficiente, não consigo tirá-lo da cabeça.
─ Amiga, isso só pode ser uma coisa... ─ Escuto sua risada do outro lado da linha, me deixando confusa.
─ O quê? ─ pergunto curiosa, sabia que ligar para Bruna seria uma ótima ideia.
─ Tesão, fogo, vontade de dar a boceta...
─ Bruna! ─ Minha voz sai em um tom elevado, sinto minhas bochechas queimarem de vergonha.
─ Amiga, não falei nada de errado. ─ Gargalha, tenho certeza de que vai ficar me zoando como isso. ─ O fato de você ser virgem, não significa que não sentirá as coisas. A forma como seu corpo reagiu, é completamente normal. Você deve ter ficado excitada quando esteve nos braços dele. Como é o primeiro homem a lhe causar essa reação, ainda é estranho para você.
Parando para pensar, faz muito sentido o que Bruna acabou de falar. Eu deveria conhecer mais meu corpo, saber decifrar todas as reações, como foi a primeira vez que algo assim aconteceu, de certa forma foi confuso. A verdade é que senti minha intimidade pulsando, todas as vezes que seu rosto vinha em minha mente, senti vontade de beijá-lo.
─ Pelo seu silêncio, tenho certeza de que está pensando e vendo como sua melhor amiga está certa.
─ Sim... ─ Agradeço o fato dela não poder ver o meu rosto agora, pois ele está vermelho como um tomate.
─ Agora que já sabe, o que pretende fazer com essa informação?
─ Como assim?
─ Ora essa, se você ficou excitada por estar nos braços dele, não significa que chegou o momento de transar?
─ Não tenho certeza, você sempre soube qual é a minha posição a respeito disso.
─ Sim, mas se você está com vontade, por que continuar se privando? ─ Fico pensativa com suas palavras. ─ Ninguém vai te julgar por isso, aproveite e sente muito no pau desse cara, só não esqueça da camisinha, não queremos uma criança agora.
Gargalhamos com sua fala e continuamos conversando por um tempo, Bruna prometeu me visitar no próximo mês. Desde que mudei para Amaranto, não nos encontramos, estou morrendo de saudades da minha amiga.
Envio uma mensagem para os meus pais e decido parar de pensar nesse estranho. Por volta de cinco da tarde, começo a me arrumar para o trabalho. Hoje entrarei às oito horas, como moro um pouco longe, preciso sair o mais rápido possível para não chegar atrasada, nunca dá para confiar no trânsito desta cidade, ele é capaz de deixar qualquer pessoa louca.
No horário combinado, chego ao bar e começo a limpar algumas mesas, já temos alguns clientes assíduos, mas sempre me pergunto como eles conseguem vir todos os dias para o bar. Será que essas pessoas não têm nada mais interessante para fazer?
Não sei o motivo, mas de uma hora para outra todas as mesas dos dois andares ficaram ocupadas, noventa por cento dos presentes são homens bem-vestidos. Ando de um lado para o outro igual uma louca, servindo vários clientes, carregando bandejas cheias e com um cheiro absurdo de álcool na camisa, depois que um idiota derrama bebida em mim.
─ Lara, atende para mim a mesa seis, por favor ─ O gerente pede, me entregando o tablet. ─ Eles são homens com um grande poder aquisitivo, então sorria e seja simpática.
─ Eu sou simpática com todos, mesmo aqueles que não usam cartão black. ─ Dou-lhe as costas, subindo as escadas.
Antes de chegar ao meu destino, reconheço um dos caras. É o cliente daquele dia, ele está com mais cinco homens, todos usando camisa social dobrada até o cotovelo.
─ Como você consegue vir beber depois de um plantão tão longo, Mateus? ─ Escuto a pergunta e fico curiosa para saber quem responderá.
─ Meu corpo estava ansiando por um pouco de álcool, não gosto de passar vontade. ─ Nossos olhares se encontram quando paro em frente a eles.
Quando ele fala plantão, significa que é médico? Policiais e bombeiros também dão plantão, certo?
Mateus. O nome realmente combina com ele.
─ Boa noite, senhores! Estou aqui para anotar o pedido, o que gostariam de beber? ─ Sorrio simpática, apesar do meu coração está prestes a sair do meu corpo.
─ Uau, como estamos com sorte essa noite, seremos atendidos por essa beldade ─ Um dos homens fala, me olhando dos pés à cabeça. Estou acostumada, apesar de ser desconfortável.
─ Se eu soubesse que tinha alguém tão linda assim, já tinha vindo há tempos nesse bar.
─ Comportem-se, não queremos assustar a menina. Não ligue para eles, vivem como se estivem no cio vinte e quatro horas por dia.
─ Tudo bem! O que vão querer?
Anoto todos os pedidos, saindo o mais depressa do olhar penetrante do Mateus. Ele não fez nenhuma questão de esconder, diferente do outro cara, não senti nenhum incômodo, muito pelo contrário, queria que continuasse me olhando.
Voltei para buscar os pedidos, depois de entregar aos seus respectivos donos, ele segurou meu braço, levantou-se e disse próximo ao meu ouvido:
─ Desde aquele dia, você não saiu dos meus pensamentos. ─ Engulo em seco, me afastando, vendo-o com um sorriso safado. ─ Estava contando os dias para te ver novamente, menina.
─ Com licença.
Saio praticamente correndo, entrando no banheiro e vendo meu reflexo no espelho. Meu rosto está ruborizado, meu coração com batidas frenéticas e minha mente confusa. O que acabou de acontecer?
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Motivos para (não) te amar - DEGUSTAÇÃO
Romance𝙇𝙄𝙑𝙍𝙊 𝘾𝙊𝙈𝙋𝙇𝙀𝙏𝙊 𝙉𝘼 𝘼𝙈𝘼𝙕𝙊𝙉! Filho de um dos maiores cirurgiões do Brasil, Mateus Mariani cresceu ciente de que teria que ser exemplar para assumir o comando do hospital da família. Apesar de sua imagem impecável como ortopedista...