Amortentia | Snarry

04. Epílogo: Quatro meses depois.

Harry encontra Severus em sua mesa. Já é tarde, já passou do horário de expediente e os corredores estão vazios.

O homem levanta os olhos de suas redações, e Harry pensa ter visto a sugestão de um sorriso passar por sua expressão, embora possa ser apenas a luz.

— Está feito — diz ele. — O divórcio é definitivo. Achei que poderíamos comemorar. — Ele ergue a garrafa de Firewhisky e Severus ri, um latido quente.

— Sua ideia de celebração deixa um pouco a desejar.

— Oh, eu também tenho outras ideias. — Harry balança as sobrancelhas no que ele espera ser de uma forma jovial e sugestiva. Severus ri novamente.

Harry acena com a mão; a fechadura da porta desliza para o lugar.

Severus vai protestar – ele sempre faz isso – mas Harry se aproxima dele e toca seus lábios com um dedo.

— O horário de expediente já acabou há muito tempo. Esperei até saber que você já teria terminado. Qualquer aluno que ainda esteja fora, não está pensando em poções. Confie em mim.

Eles acabam no sofá do quarto de Severus. Severus o chupa, permite que Harry empurre em sua boca, desça por sua garganta. Em seguida, abre-o com os dedos antes de fodê-lo com golpes longos e seguros que deixam Harry duro novamente em minutos. No momento em que Severus goza, Harry está sem fôlego e tremendo e bastam alguns puxões rápidos com a mão para gozar novamente, o esperma escorregadio e quente entre eles.

Depois, Harry se serve de um copo de Firewhisky, e embora Severus revire os olhos, ele não se opõe quando Harry lhe serve um também. Eles sentam-se enrolados juntos observando o fogo. Harry está feliz e, quando pensa nisso, quase ri da maravilha disso.

— Talvez eu deva agradecer a Gin.

O olhar que Severus dá a ele o faz rir.

— Eu sei que parece loucura, mas sem ela, sem o que ela fez, eu não teria vindo até você em busca de ajuda, e então não teríamos isso. — Ele gesticula vagamente entre eles.

Severus ainda está olhando para ele, embora sua expressão tenha mudado para algo parecido com ternura.

— Sua capacidade de encontrar o que é bom, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, nunca deixa de me surpreender.

— Não sei dizer se isso é um elogio ou não — diz Harry, apoiando a cabeça no braço de Severus. — Então, obrigado, eu suponho.

O homem apenas grunhe, o que Harry decide ser o mais próximo da confirmação que ele provavelmente conseguirá.

— Ainda penso no que poderia ter sido. O caminho que minha vida poderia ter tomado... — Harry para, sem saber mais o que dizer.

— Acredito que isso seja esperado — diz Severus. — No entanto, imagino que seja melhor não ficar muito envolvido com o que aconteceria.

Harry toma um gole de uísque, fazendo uma careta ao sentir a queimação lenta em sua garganta.

— É engraçado, durante anos pensei que sabia exatamente o que era o amor. Essa droga... — Ele toma outro gole, ignorando a forma como seus olhos ardem. — Essa droga convence você de que você está com a única pessoa que pode fazer você se sentir assim – convence você de que é assim que o amor realmente é. Mas agora sei o quanto estava errado.

Severus não diz nada, mas passa um braço em volta do ombro de Harry e o puxa para perto de seu lado.

— Você me disse uma vez que eu entendia o que era o amor verdadeiro, que saberia quando o sentisse de verdade. — Harry pensa ter ouvido a respiração de Severus falhar e o sente tenso ao seu lado. Ele se inclina e apoia a cabeça no peito do homem. — Você estava certo. Você estava absolutamente certo.

Fim.