Capítulo 2

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LUIZ MIGUEL 

ESTOU EM VALENÇA

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ESTOU EM VALENÇA. Aluguei uma picape Ranger assim que cheguei ao local. Ela não é como meus carros esportivos de luxo, mas é muito mais confortável para se andar em um lugar terroso como esse. 

Quando dirijo ainda mais  para o interior da cidade, à cada passo que dou, avisto muito verde e marrom. Nada além disso. 

Há poucas pessoas distribuídas nas ruas à medida que vou desfilando com o carro. Avisto uma morena bonita pela janela e ela me devolve o olhar. Mesmo depois de passar, eu a observo pelo retrovisor. Gosto do modo selvagem como soa. Dentro de um vestido floral vermelho curto o suficiente para a minha imaginação trabalhar. Além disso ela tem os pés descalços e os cabelos desgrenhados ao vento. Por um momento fantasio nós dois juntos, trepando em meio a esse nada. Eu pegando uma garota do interior, experimentando mais uma de minhas fantasias sexuais.

"Ah, pare com isso", sorrio comigo mesmo. "Concentre-se na estrada". 

Deixo a morena para trás e piso ainda mais fundo no acelardor. Jonas certa vez me dissera que sou pouco exigente e que deveria me importar mais com os lugares onde enfio meu pau, mas foi engraçado vê-lo pagar com a língua logo em seguida quando conheceu uma camareira de hotel e colocou uma aliança no dedo dela. 

Finalmente chego em frente à fazenda cujo nome A Pequena do Café está gravado em uma madeira grossa e rústica. Passo pela entrada e me deparo com um lugar bem cuidado, o que me surpreende. Minutos antes, passei pela fábrica onde é produzido o café e me certifiquei de que, de fato, é bem perto de onde estou. 

De longe sou capaz de ver o imenso casarão, que embora não tenha uma aparência tão bem cuidada — tintura velha, alguns buracos na parede exterior — é uma construção bem desenhada.

Antes que eu me apresente, sou recebido por um casal. Imagino que sejam os donos da fazenda.  

— Luiz Miguel — diz um homem de estatura baixa que só pode ser o tal Albino Mendonça. 

Não procurei na internet por fotos dele ou algo do tipo, mas tenho certeza de que ele fez isso.

Traz seus passos até mim. É um homem que deve ter uns cinquenta e poucos anos, é um pouco mais baixo que eu, e deve ter aproximadamente cinquenta e poucos quilos, um rosto magro e acabado.  Estica a mão para me cumprimentar.

— É uma honra conhecê-lo pessoalmente. Sou Albino Mendonça, um velho conhecido de seu pai.

— O prazer é meu — aperto sua mão de volta.

— Essa é Luanda, minha esposa — diz ele, apontando para a mulher a seu lado.

Ela é morena e possui um olhar triste. Também tem um aspecto de cansada, embora aparente ser muito mais jovem que ele. Deve ter uns quarenta anos no máximo, mas é muito mal tratada. Luanda sorri para mim quando apertamos as mãos, mas há algo em seu sorriso que não me parece tão sincero.

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