Capítulo 5

16 3 0
                                    


CLEO

MAIS BATIDAS NA PORTA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


MAIS BATIDAS NA PORTA.

Pequena, abra — a voz familiar e nojenta sussurra do outro lado.

Finjo não ouvir. Lembro-me que a porta está fechada e não trancada. Corro até ela e a tranco com cuidado para que ele não perceba que só estou trancando agora.

Recuo novos passos. Afundo-me na beirada da cama, rezando baixinho para que ele se canse e desista. Isso já acontecera no passado. Mas era só quando ele bebia muito. Quando voltava, sempre procurava minha porta e ficava implorando para que eu o deixasse entrar. 

Está bem, pequena. Imagino que esteja rezando. Boa reza — sua voz baixa diz antes de eu ouvir seus passos se afastarem da minha porta.

Finalmente volto a respirar aliviada. Agradeço em oração por ele ter ido embora e me deixado em paz. Massageio meus joelhos. Pego as minhas roupas do chão e sigo para o meu banho. 

Enquanto estou embaixo do chuveiro, tento não pensar na minha vida e nas coisas que vêm acontecendo desde que minha mãe aceitou se casar com esse homem. Tudo começou quando eu só tinha onze anos.

— Venha aqui, pequena — o marido da mamãe diz.

Saio da poltrona e faço o que manda. Vou até ele.

— Sente-se aqui — indica suas coxas.

Hesito um pouco, mas ele insiste.

— Não vou fazer nada com você. Não tenha medo.

Eu me sento em suas coxas, bem como mandou. Olho para a porta, na expectativa de que minha mãe apareça, mas isso não acontece. Ela deve estar atarefada com as coisas da casa. 

— Você vai se tornar uma mulher linda, sabia? — seus dedos ajeitam uma mecha atrás da minha orelha enquanto seu bafo de cachaça quase tampa a minha respiração.

Mal consigo pensar. Fecho os olhos e os aperto. Não gosto disso. Não gosto de ficar sentada no colo do tio Albino. Sinto sua mão áspera tocar minha perna direita e massageá-la devagar. Aos poucos essa mesma mão entra por baixo da minha saia, alcançando minha calcinha, me fazendo estremecer. 

Estremeço mais, todavia ele fala baixinho em meu ouvido que é para eu ficar calada.

De repente seus lábios úmidos tocam a pele de meu pescoço, me fazendo estremecer mais ainda. Tento me esquivar, mas ele não permite que eu me afaste. Sua mão continua tocando minha calcinha por baixo da minha saia. Seu dedo toca meu núcleo através do tecido da calcinha. Grito, mas logo sua outra mão tampa minha boca e abafa minha voz. Ele permanece fazendo isso por algum tempo, até que me empurra de seu colo e me manda ir embora. 

Pisco, de volta ao chuveiro. Sinto minha respiração aceleraa. Detesto essas lembranças porque elas me fazem chorar. Embaixo da água fria do chuveiro, solto minhas lágrimas. Naquela tarde Albino não me violentou, mas ainda assim, voltou a fazer coisas como aquela comigo. E nunca esquecerei.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: May 19, 2024 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

PROIBIDO * DISPONÍVEL NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora