𝟶𝟷° 𝑺𝒐𝒏𝒉𝒐

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Berkeley, Califórnia28 de abril, 202407:00 A

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Berkeley, Califórnia
28 de abril, 2024
07:00 A.M

Acordo de um impulso, totalmente assustada. Passo a mão no rosto, suspirando incrédula.

— Era um sonho... — murmuro para mim mesma, tentando acalmar meu coração acelerado. — Estava sonhando... ninguém morreu...

O alívio começa a se espalhar pelo meu corpo, mas ainda sinto os resquícios do medo que o pesadelo deixou. Olho ao redor, reconhecendo o quarto escuro e familiar. As sombras dançam nas paredes, projetadas pela luz fraca do abajur.

— Está tudo bem... — repito em voz baixa, tentando me convencer. — Foi só um sonho...

Fecho os olhos por um momento, inspirando profundamente, buscando forças para me levantar da cama. A realidade começa a se impor, dissipando a névoa do sonho perturbador. Desviando esse pesadelo, levanto-me e caminho em direção ao banheiro. Retiro as roupas e ligo o chuveiro. A água quente escorre pelo meu corpo, levando embora o medo remanescente. Nem parece que minha faculdade está terminando; essa ideia me acalma. Ser perita criminal às vezes me faz repensar.

Estou terminando Criminologia, Psicologia e Ciência Forense. Orgulho-me da escolha que fiz, embora me sinta totalmente exausta na maioria das vezes. Mesmo assim, a felicidade de estar prestes a concluir esses cursos me motiva. Além das aulas, nos feriados, luto e treino tiro para me sentir mais segura em minha futura profissão.

Ao terminar o banho, visto uma roupa confortável e corro para a faculdade, pronta para mais um dia de desafios e conquistas. 

Depois das duas primeiras aulas, encontro minha amiga que caminha até mim animada. Olho para ela sem entender a razão de tanta euforia.

— Você não acredita! — exclama, com um sorriso largo. — Vamos ganhar uma excursão para um centro psiquiátrico, para poder falar com os criminosos loucos!

Sorrio, surpresa com a notícia.

— A instituição Greeveen? — pergunto, incrédula. — Isso é incrível! Impressionante que tenham permitido a nossa ida. Quando vai ser?

— Depois do seu aniversário de vinte e quatro anos! — responde ela, ainda radiante. 

Greeveen é a maior instituição para pessoas psicóticas ou sociopatas, geralmente aqueles que já cometeram crimes. Quem para no Greeveen normalmente tem uma ficha bem peculiar. Alguns detentos saem recuperados, enquanto outros cometem suicídio, mas nunca houve fugitivos. Greeveen é uma instituição blindada; ninguém entra ou sai sem que eles saibam — pelo menos, isso é o que ouvi.

Ao fim do dia, sinto-me devidamente exausta. Passo no mercado antes de ir diretamente para casa. Após guardar as compras, sento-me à mesa da cozinha com meus livros e cadernos, pronta para estudar para o meu último teste da faculdade. Estou prestes a me formar e a pressão é enorme.

Enquanto estudava, não conseguia parar de pensar em como seria minha vida após a formatura. Se não conseguisse me tornar perita, viajar para Milão parecia uma opção viável.

— Recomeçar em outro lugar não seria tão ruim assim — pensei, tentando me consolar.

Após algumas horas de estudos, a fome finalmente apareceu. Levantei-me da cadeira e fui até a cozinha, considerando a ideia de pedir uma pizza. Então, lembrei-me do meu pesadelo e senti um arrepio percorrer minha espinha.

— Não, melhor não — murmurei para mim mesma, enquanto procurava algo mais leve na geladeira. — Preciso manter a calma e focar no que realmente importa.

Decidi fazer uma salada de frutas rápida e voltar aos estudos, tentando afastar os pensamentos de incerteza e medo.

— Um passo de cada vez — pensei, tentando me convencer de que tudo daria certo no final.

A campainha soa e quase tenho um infarto, pensando em mil e um motivos para me defender e arranjar uma estratégia para fugir, sem ser pela floresta. Pego uma faca e caminho até a porta. Olho pelo olho mágico e afasto a cortina, avistando Gabrielly, minha amiga. Solto um suspiro de alívio, abaixo a faca e abro a porta. Ela entra reclamando pela demora para abrir, e eu a sigo, deixando a faca na bancada da cozinha.

— Que diabos você estava fazendo com essa bendita faca? — ela ergue a sobrancelha, coloca seus livros em cima da mesa e se senta. Eu a acompanho, sentando ao seu lado.

— Tive um pesadelo terrível, um cara me perseguindo... parecia tão real. O jeito como me tocou, o medo que senti, ele matando o cara! — Gaby levanta a mão, me cortando.

— Vá com calma. Que pesadelo maluco foi esse? E eu não acredito que você estava achando que era real! — suspiro e passo a mão pelos meus cabelos.

— Realmente, devo estar apenas exausta. É muita coisa para processar.

— Então retire isso da sua cabecinha, tenho que lhe contar algo! — Ergo a cabeça em sua direção para prestar atenção.

— Lembra que meu irmão está noivo, certo? — Assinto. — Ele e a mulher estão pensando em adotar uma criança, já que meu irmão não pode ter filhos. Eles querem que eu vá, e como sei que você ama crianças, queria que fosse comigo. Também para sairmos juntas!

— Claro que eu vou, mas não lhe prometo que irei adotar uma criança também, caso alguma me encante! — Ela sorri alegre.

— Se controle, ser mãe aos vinte e quatro anos não é fácil, mas caso queira, eu não vou impedir! — Sorrio. 

— Vamos estudar, mas antes, me diga quando eles estão pensando em ir ao orfanato?

— Então, esse orfanato que eles se interessaram fica em Cambria e estamos em Berkeley. São seis horas de carro, e eles trabalham muito, então estão planejando ir bem depois do seu aniversário, entre julho e agosto. Vamos conseguir ir para a instituição do Greeveen na Rússia, voltamos e vamos para Cambria.

— Uau, quase uma volta ao mundo! — Brinco, e ela gargalha. 

— Tudo bem, vou ajustar minha agenda para isso. Como não pretendo comemorar meu aniversário, planejo ir para a casa da minha mãe.

— Olha, assim que nos formarmos, organizamos esse cronograma com mais detalhes e nos planejamos melhor. 

Concordo, vamos estudar. Em meio a esses planejamentos, sinto-me animada para esse descanso após a faculdade, mas o que domina minha mente é o homem do meu sonho. Ele parecia real, e espero nunca mais sonhar isso; como ele perseguia ainda me arrepia.

"Pensou que poderia fugir de mim, diabinha?" — Ele sorri com malícia. — "A partir desta noite, você é minha!" Essa frase me faz ter calafrios.

Sou dele...

Isso soa angustiante.

Terror Noturno: Nas Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora