𝟷𝟶° 𝑨𝒄𝒐𝒓𝒅𝒐

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"O verdadeiro perigo não está naquilo que nos confronta de frente, mas no que lentamente nos invade o coração."

Milão, Itália09 de Julho, 2024 04:46 A

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Milão, Itália
09 de Julho, 2024
04:46 A.M

- Acordo... Quer que eu te mantenha foragido? Para matar sete pessoas? Ergo a sobrancelha, cruzando os braços firmemente diante do corpo. A incredulidade permeia minha voz, cada palavra carregada de desafio. - O que te faz pensar que vou fazer isso?

Ele me olha com uma frieza calculada, como se a resposta fosse óbvia demais para ser explicada. Então, com a mesma calma perturbadora de sempre, ele solta a ameaça que pesa no ar como uma sentença inevitável:

- Você vai fazer isso, se não eu te mato. E as crianças... bem, elas vão ter que viver em fuga!

A simplicidade com que ele pronuncia essas palavras me atinge como um soco no estômago, fazendo o sangue ferver em minhas veias. A falta de emoção em sua voz, a indiferença com que trata algo tão grave, só aumenta minha frustração. Minha mente gira, tentando encontrar uma saída, qualquer outra alternativa que não me leve a ceder ao que ele está pedindo.

Mas ele tem razão. Sei, ele tem. Se souberem que ele tem filhos, aqueles que o perseguem não hesitariam em transformar a vida das crianças em um verdadeiro inferno. Elas viveriam em fuga, constantemente à sombra do medo. Um pesadelo sem fim.

Suspiro, sentindo o peso da decisão cair sobre meus ombros como uma âncora que me arrasta para o fundo. Contra minha vontade, aceito a realidade da situação. Tento convencer minha mente a aceitar também, mas é difícil ignorar a repulsa que cresce dentro de mim.

- Certo, o que você tem em mente? - pergunto, liberando a hesitação que parecia prender minha respiração. Ele se inclina para frente, um sorriso sinuoso e enigmático se formando em seus lábios, como se guardasse um segredo obscuro.

- Apenas que você vai continuar vivendo normalmente! - responde, o tom de voz suave, mas carregado de autoridade. - Tenho certeza de que vão te procurar. Afinal, você teve uma "interação" mais... intensa comigo. Seus olhos brilham com uma mistura de ironia e ameaça, deixando claro o perigo que sua presença implica. - As crianças vão continuar indo à escola, e vocês devem manter a aparência de uma família comum. Nos primeiros dias, vou apagar todos os vestígios da minha existência, como se eu nunca tivesse nascido. Isso me dará o tempo necessário para começar a caçar os sete que ainda restam.

- E depois? Eles sabem que você existe. Vão continuar investigando até te encontrar, e quando isso acontecer, o que vai ser de mim? Vou presa por ser cúmplice e ainda perco as crianças! - minhas palavras saem em um turbilhão quase descontrolado, o desespero na minha voz refletindo o caos dentro de mim. Sinto como se estivesse desmoronando, completamente perdida diante de tudo que está acontecendo.

Terror Noturno: Nas Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora