𝟶𝟿° 𝑳𝒊𝒔𝒕𝒂

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Milão, Itália09 de Julho, 2024 03:30 A

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Milão, Itália
09 de Julho, 2024
03:30 A.M

Eu estava sentada no sofá, esperando por Damon. O interrogatório estava prestes a começar, mas nada disso fazia sentido. Ele não era alguém com quem devíamos lidar de maneira despreocupada, ainda mais com as crianças por perto. A tensão em meus ombros crescia conforme pensava na ameaça que ele representava. Meu instinto me dizia que era preciso ter cuidado.

Despertei dos meus devaneios ao ouvir passos na escada. Quando olhei naquela direção, lá estava ele, descendo tranquilamente. Uma toalha branca estava frouxamente amarrada em torno de sua cintura. Seus músculos estavam à mostra, e, por um momento, meus olhos deslizaram involuntariamente por seu corpo. Os braços fortes e definidos brilhavam com as gotas de água que escorriam de seu cabelo, descendo pelo pescoço até o abdômen rígido e marcado. Rapidamente, desviei o olhar, sentindo o calor subir ao rosto. Fechei os olhos com força, tentando afastar os pensamentos inoportunos.

— Me admirando? — Sua voz soou arrogante e cheia de presunção, o que só serviu para me irritar ainda mais.

— Não, sentindo desgosto. — Respondi com firmeza, mas ele apenas sorriu. Suspirei, irritada, e, quando me virei novamente, ele já estava bem mais próximo. Pude sentir sua respiração quente e pesada contra minha pele, seus olhos queimavam em mim com uma intensidade que me deixava inquieta.

— O que você é? O que quer? Qual é a sua história, Caccini? — Perguntei, recuando instintivamente, tentando manter alguma distância entre nós. Caminhei até o sofá e me sentei, cruzando os braços em um gesto de autodefesa.

Ele me ignorou por um momento, parecia mais interessado em algo trivial.

— Tem alguma roupa por aqui? — A pergunta saiu indiferente, quase desinteressada, como se nossa troca anterior não tivesse a mínima importância.

Suspirei, tentando manter a calma.

— Um amigo dormiu aqui uma vez. Veja se pelo menos a calça dele lhe serve. — Respondi, sem emoção, enquanto indicava o armário com a cabeça.

Ele se aproximou mais, a expressão endurecida, e eu pude ver o desprezo que tomou conta de seus traços ao ouvir a palavra "amigo".

— Amigo? — Sua voz carregava uma descrença amarga. — Você trouxe alguém para transar aqui enquanto meus filhos estavam na casa?

Virei-me para encará-lo, sem acreditar no absurdo que ele estava insinuando. O tom dele me provocava, mas eu não deixaria que ele tivesse esse poder sobre mim.

— Não te diz respeito o que eu faço. E, para sua informação, ele só dormiu aqui. Agora vá logo, antes que eu perca a paciência. — Minhas palavras saíram mais afiadas do que eu pretendia, mas não me arrependi. Era necessário manter as barreiras erguidas.

Terror Noturno: Nas Sombras Do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora