estava aqui lembrando de quando foi que eu deixei de reparar nas coisas mais simples e detalhes mais singelos, de escrever sobre elas... quando foi que eu deixei de escrever um texto simples de gratidão pela minha vida no meu aniversário, que tantos acham besteira e agora eu me encaixo nesses "tantos"; quando foi que eu deixei de escrever o famoso clichê de um texto no fim de ano, que me recordasse dos melhores momentos desse ano que finda. quando foi que eu passei a viver uma rotina automática, que não me permite prestar atenção no que de fato é lindo e merece meu mais sincero sorriso e olhar atento. se foi viver um ócio forçado que parecia infinito na idade em que eu mais queria/precisava de liberdade e me trouxe um confuso e preso autoconhecimento; ou ao sair dele me deparar com uma vida adulta que também me força a produzir, produzir e produzir, mesmo que seja conhecimento. uma vida adulta que é dura, cansativa e que dá um milhão de motivos todos os dias pra desistir, além de um ou dois pra continuar. uma vida adulta que priva e dá uma falsa sensação de liberdade.
e por isso eu devo deixar de ser esse alguém que olha principalmente os detalhes que tornam as coisas encantadoras como são? de refletir sobre minha própria vida, os momentos que a faz valer a pena, de fazer o que gosto por receio do que vão pensar? e pra isso arrumar a desculpa, também clichê, de falta de tempo ou indisposição.[02/12/2023]
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Um pouco de tudo
PoetryTempestades vêm e vão. Será que estamos preparados para passar por tudo? Para se apaixonar perdidamente? O que você está sentindo agora? Consegue descrever? Consegue identificar e aceitar as suas inseguranças? Do que você sente falta? Quais são suas...