Quando, amor?

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E quando nossos corpos não se reconhecerem mais?
Quando os pelos não arrepiarem
Quando os corações não dispararem
Quando o frio na barriga não vier?

E quando seus olhos não brilharem mais ao me ver?
Quando os meus olhos não marejarem só de falar em você?
Quando não formos nós o motivo do sorriso um do outro?

E quando chegar às duas da tarde e eu não pensar mais na gente fazendo qualquer coisa,
lavando a louça do almoço ou assistindo um filme comendo besteira porque não gostamos de cozinhar?

E quando chegar às duas da manhã e eu não for a primeira pessoa que você pensa em ligar porque a insônia não te deixa dormir (eu me arrependeria por algum dia ter reclamado de ser acordada por isso)

E quando eu, emocionada como sou, deixar de imaginar como seria nosso casamento,
como seria nossa vida a dois,
como seria nossa casa cheia de crianças correndo e brincando,
como seria nós dois, bem velhinhos, amando
ao infinito e além

E quando eu não fizer mais parte dos seus planos, do final de semana e da vida inteira?
Quando tudo virar rotina?
Quando o riso se fechar
Quando o brilho se apagar
Sem que percebamos?

E quando tudo acabar?
Quando fizer planos com outro alguém?
Você vai lembrar, amor?
Do que sonhamos juntos?

Quando foi que nossos sonhos deixaram de ser nossos?
Quando foi que meu corpo parou de corresponder ao seu?
Quando foi que seus olhos, tão cheios de amor, de luz, se tornaram tão obscuros, frios... Sem vida.?

Quando, amor?

Quando para de doer?
Quando o coração volta a bater?
Quando se encontra aquele amor que tanto dizem existir?
Aquele que não dói, que não machuca.

Quando posso voltar a sorrir?
Sorrir pra quem sorri de volta pra mim
Pra quem sorri com os olhos,
Pra quem brilha mais que o sol
Pra quem não deixa tudo se perder.

Quando?

[19/07/2024]

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