𝐋𝐚𝐲𝐥𝐚 𝐃𝐚𝐫𝐤𝐦𝐨𝐨𝐧
O dia já havia amanhecido e estávamos finalmente nos aproximando do tal acampamento que a Cassy não parava de falar. A cada passo, minha perna doía mais, e eu me sentia cada vez mais fraca. O cansaço e a dor me deixavam distraída, incapaz de prestar atenção no que Cassy dizia. A imagem do meu pai morrendo não saía da minha cabeça, me atormentando sem parar. Tudo aconteceu por causa dessa perna idiota que ficou presa. Talvez, se não fosse por isso, ele ainda estaria aqui comigo.
Cassy também não estava bem. Ela estava mancando e claramente sentia dor, mas se esforçava para continuar. Eu queria chegar logo ao acampamento, não só para descansar, mas também para que alguém pudesse cuidar dos nossos ferimentos. Cada passo parecia uma eternidade, e eu me sentia mais exausta a cada segundo.
Finalmente, avistamos um enorme pinheiro, um sinal de que havíamos chegado. Cassy, com um sorriso cansado, disse que estávamos finalmente no acampamento. A sensação de alívio foi imensa, pois eu realmente não aguentava mais. Ao nos aproximarmos, vi um grupo de pessoas correndo em direção à entrada, suas vozes se misturando em uma cacofonia confusa.
Meus olhos começaram a fechar, e meu corpo cedeu ao cansaço. Antes que eu caísse no chão, senti um par de braços fortes me segurando. O cheiro que emanava deles era reconfortante, como um bálsamo em meio ao caos. Não consegui resistir mais e, com essa sensação de segurança, finalmente apaguei.
𝐂𝐥𝐚𝐫𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐥𝐚 𝐫𝐮𝐞
Então a garota apagou. Ela estava destruída e machucada, e eu não sei por quê, mas um enorme senso de proteção me preencheu. Antes que ela caísse de cara no chão, eu a peguei nos braços. Ela era ainda mais bonita de perto, com feições delicadas e um ar de fragilidade que me comoveu profundamente. Quíron, o velho centauro sábio, pediu que a levasse imediatamente à enfermaria, então obedeci sem hesitar.
Carregando-a pelo acampamento, senti o peso leve de seu corpo contra o meu. Cada passo ecoava em meu coração acelerado. Sua pele estava pálida, e eu podia ver o cansaço estampado em seu rosto. Quando chegamos à enfermaria, empurrei a porta com o pé e entrei com cuidado. Lá dentro, o ambiente estava calmo, com camas limpas e lençóis brancos esperando pelos feridos.
Depositei-a delicadamente na cama mais próxima. Fiz questão de movê-la com suavidade, apesar de isso ser incomum para mim. Até me estranhei pela gentileza, mas não queria arriscar acordá-la. Ela precisava descansar. Enquanto a ajeitava nos lençóis, percebi que meus dedos tremiam levemente. Havia algo nela que me deixava desconcertada.
Observando-a de perto, não podia acreditar que ela estava ali. A garota dos meus sonhos, aquela que vinha me visitando nas noites de sono, estava a poucos centímetros de distância. Meu coração batia descompassado. Eu estava apavorada, mas ao mesmo tempo sentia uma conexão inexplicável.
Seu rosto, agora relaxado pelo sono, mostrava traços que eu reconhecia. Cada linha parecia desenhada com um propósito, uma beleza serena que nem a exaustão e as feridas conseguiam esconder. Seus cabelos caíam em mechas suaves sobre o travesseiro, e eu não resisti a tentação de afastar uma mecha de seu rosto. O toque de sua pele era suave, e eu me perguntei se ela poderia sentir minha presença mesmo dormindo.
Enquanto ela descansava, fiquei ali, observando-a. A sensação de proteção e carinho era nova para mim. Eu, que sempre fui tão dura e independente, agora estava cuidando de alguém com um zelo que não sabia ser capaz. Sentia um misto de medo e maravilha. Como poderia a garota que tanto imaginei estar aqui, tão próxima e tão real?
Prometi a mim mesma que faria tudo para garantir que ela ficasse bem. Fiquei ao seu lado, escutando sua respiração tranquila, aguardando que ela acordasse. E quando isso acontecesse, eu estaria lá, pronta para ajudá-la em qualquer coisa que precisasse. Por enquanto, meu único desejo era que ela soubesse que não estava sozinha, que eu estava ali, pronta para protegê-la de tudo.
Então, ela acorda bem devagar, seus olhos vagando pela enfermaria. Quando seus olhos finalmente pararam em mim, ela me olhou com uma certa curiosidade. Eu poderia jurar que vi um brilho em seus olhos, mas deve ser coisa da minha cabeça.
"Qual seu nome?" perguntei. Ela não respondeu de imediato, ainda me observando fixamente. "O gato comeu sua língua, princesa?" provoquei. Vi o rosto dela ficar vermelho e desconcertado, e sorri triunfante com isso.
"Layla Darkmoon," murmurou a garota, quase inaudível.
"Sou Clarisse, Clarisse La Rue," respondi, tentando parecer casual, mas sentindo meu coração acelerar.
"É um nome bonito," ela disse, sua voz suave. "O seu também," respondi, sem pensar. Ela deu um sorriso, e eu podia jurar que ia me desmontar inteira naquela sala. Seu sorriso era desarmante, uma mistura de timidez e gratidão que mexeu comigo de um jeito que eu não esperava.
Mas, como tudo que é bom dura pouco, o idiota do filho de Hermes, Luke, entrou na sala. Nem olhou na minha direção e foi direto para Layla com aquele sorrisinho irritante.
"Estou vendo que a princesa acordou," ele disse, sua voz carregada de sarcasmo. Princesa?? Ele chamou minha garota de princesa? Tudo bem que ela não é minha garota ainda, mas ela vai ser. Ela só não sabe disso ainda.
"Não me chame de princesa, eu nem te conheço e não te dei intimidade," Layla respondeu, firme e sem hesitar.
Eu não consegui esconder o sorriso que apareceu no meu rosto. Ela tinha atitude, e isso só fazia com que eu gostasse mais dela. Luke parecia desconcertado com a resposta, seu sorrisinho irritante desaparecendo por um momento. Era claro que Layla não deixaria qualquer um se aproximar sem lutar, e eu estava mais do que disposta a lutar por um lugar ao lado dela.
"Se precisar de alguma coisa, estarei por perto," disse, lançando um olhar duro para Luke, deixando claro que ele não era bem-vindo. Ele me ignorou, claro, mas não importava. O que importava era que Layla me olhou de novo, e dessa vez, havia um reconhecimento em seus olhos. Algo estava começando ali, algo que eu não podia explicar, mas que sentia ser real e importante.
Enquanto Luke tentava continuar a conversa, eu me afastei um pouco, mas não demais. Queria estar por perto caso ela precisasse de mim. Observei de longe, sentindo uma mistura de possessividade e admiração. Layla era forte, apesar de tudo que havia passado, e isso só me atraía mais para ela.
Cada movimento, cada palavra que ela dizia, fazia meu coração bater mais rápido. Eu sabia que teria que ser paciente, que ganhar sua confiança levaria tempo. Mas naquele momento, com ela ali, a centímetros de distância, eu prometi que faria de tudo para protegê-la e conquistá-la.
Eu estava apavorada, sim, mas também determinada. Layla era especial, e eu faria o que fosse necessário para estar ao seu lado. Mesmo que isso significasse enfrentar idiotas como Luke ou qualquer outra coisa que o destino nos reserva.
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A Dança das Tempestades: Clarisse la rue e Thalia grace
ФанфикNos Campos de Batalha Celestiais, uma tempestade se aproxima enquanto o amor floresce entre três herdeiras dos deuses: uma filha dos céus, uma da guerra e a terceira, da Noite Eterna. Entre guerras divinas e segredos obscuros, elas enfrentarão o des...