PRÓLOGO

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A chuva caía pesadamente, encharcando a terra e transformando a noite em um cenário ainda mais sombrio e melancólico

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A chuva caía pesadamente, encharcando a terra e transformando a noite em um cenário ainda mais sombrio e melancólico. Em meio à tempestade, um carro avançava lentamente pela estrada lamacenta, puxada por dois cavalos robustos que bufavam a cada passo. No interior do carro, duas meninas, Aria, de nove anos, e Luna, de onze, se abraçavam, buscando consolo uma na outra enquanto olhavam para o desconhecido através das janelas embaçadas.

Finalmente, o carro parou diante de um grande portão de ferro forjado. O som do carro parou e foi, substituído pelo ruído sibilante da chuva batendo contra o metal e as pedras. O homem que acompanhava as meninas desceu primeiro, abrindo a porta do carro e estendendo a mão para elas. Com olhos arregalados e cheios de medo, elas desceram, apertando suas pequenas malas contra o corpo.

— Venham, crianças — disse o homem com voz firme, mas não sem um traço de gentileza. — Está na hora de conhecerem seu novo lar.

Guiando-as pelo portão, ele as conduziu até a entrada principal do orfanato, um edifício imponente com janelas altas e austeras que pareciam vigiar o mundo exterior. Uma freira aguardava sob o pórtico, uma figura alta e serena, cujos olhos refletiam uma mistura de compaixão e curiosidade.

— Boa noite, Irmã Agnes — cumprimentou o homem, inclinando levemente a cabeça em sinal de respeito. — Estas são Aria e Luna. Estou aqui para entregá-las aos seus cuidados.

Irmã Agnes olhou para as meninas com ternura, acenando para que se aproximassem. Elas hesitaram, mas a presença calma da freira parecia uma âncora no meio da tempestade.

— Entrem, minhas queridas — disse Irmã Agnes, com uma voz suave que lembrava um sussurro reconfortante. — Vocês estão seguras aqui.

O homem, percebendo a hesitação das meninas, se ajoelhou diante delas, trazendo-se à sua altura. Seus olhos, cansados e um tanto sombrios, revelavam uma história de responsabilidades e segredos.

— Vocês vão ficar bem — assegurou ele, segurando as mãos  das meninas. — Irmã Agnes e as outras cuidarão de vocês. E saibam que todas as suas necessidades serão atendidas até que atinjam a maioridade. Isso foi garantido.

Aria, com seus olhos grandes e brilhantes, fixou o olhar no homem, tentando compreender a complexidade da situação.

— Por que estamos aqui, tio Kalu? — perguntou com uma voz frágil, mas determinada.

O homem respirou fundo, parecendo ponderar a melhor resposta. — Porque é o melhor lugar para vocês agora. Vocês terão uma chance de começar de novo, de encontrar paz e segurança.

Luna, sempre protetora da irmã mais nova, envolveu Aria em um abraço reconfortante. — Vamos ficar bem, Aria — sussurrou. — Temos uma à outra.

Irmã Agnes observou a troca com um leve sorriso. — Venham, meninas. Vamos tirar essas roupas molhadas e arrumá-las em seus quartos.

Enquanto a freira as guiava para dentro, o tio se levantou e se virou para partir. A porta do orfanato se fechou suavemente atrás das meninas, selando-as em um novo capítulo de suas vidas, Aria olhou para trás, observando o homem se afastar na chuva.

Sombra Escarlate: Sangue e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora