Capítulo 1

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O relógio na parede da lanchonete marcava 15:30, e Aria limpava uma mesa, o cheiro de café e bolos frescos preenchendo o ar ao seu redor

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O relógio na parede da lanchonete marcava 15:30, e Aria limpava uma mesa, o cheiro de café e bolos frescos preenchendo o ar ao seu redor. Seu turno como garçonete estava quase terminando, e ela mal podia esperar para sair dali e encontrar um momento de paz em meio à agitação do dia. O som dos clientes conversando e das máquinas de café era um ruído constante, mas ela já havia se acostumado.

Finalmente, com a mesa limpa, ela se dirigiu para a sala dos funcionários, onde podia tirar seu intervalo. Aria se jogou em uma cadeira desgastada e pegou seu celular no bolso do avental. Havia várias mensagens de sua irmã, Luna, acumuladas. Com um suspiro, ela começou a lê-las.

"Aria, precisamos falar. A madre superiora nos convocou ao escritório do orfanato. Algo importante."

"Por favor, Aria. É sério. Precisamos ir."

A cada mensagem, a urgência de Luna ficava mais evidente. Aria revirou os olhos, já antecipando a discussão que teriam. Ela não queria voltar ao orfanato. Não queria reviver aquelas memórias. Mas Luna sempre conseguia convencê-la.

Aria digitou uma resposta rápida: "Ok, vou depois do trabalho."

A mensagem de resposta veio quase instantaneamente: "Ótimo. Te vejo lá."

Aria suspirou novamente e guardou o celular. Estava cansada e preocupada com as contas acumulando, mas não podia ignorar Luna. Sua irmã sempre tinha sido a parte mais resiliente e esperançosa delas duas. Se Luna achava que isso era importante, então Aria teria que confiar nela.

***

O céu começava a escurecer quando Aria chegou ao orfanato. O prédio antigo ainda mantinha a mesma aparência austera, como um guardião das memórias de tantas crianças. Ela respirou fundo e empurrou a porta pesada de madeira, entrando no corredor ecoante.

Luna estava esperando por ela na recepção. Seus olhos brilhavam com uma mistura de ansiedade e esperança.

— Aria, que bom que veio! — exclamou Luna, abraçando a irmã. — Vamos, a madre está nos esperando.

Elas caminharam juntas pelos corredores familiares até o escritório da madre superiora. A porta estava entreaberta, e elas puderam ver a madre superiora, Irmã Agnes, sentada à sua mesa, revisando alguns papéis. Ao perceber a chegada das irmãs, ela levantou o olhar e sorriu.

— Aria, Luna, entrem, por favor — disse Irmã Agnes, fazendo um gesto para que se sentassem. — Obrigada por virem tão rápido.

— O que está acontecendo, madre? — perguntou Aria, ansiosa. — Por que nos chamou aqui?

Irmã Agnes se inclinou para frente, os olhos azuis cintilando com seriedade. — Sei que vocês duas têm passado por dificuldades financeiras. O trabalho no café e os pequenos bicos de Luna não são suficientes para sustentar uma vida digna.

Sombra Escarlate: Sangue e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora