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  A viagem até à grande mansão foi feita em menos de uma hora, todos no carro pareciam entusiasmados, não é a primeira festa a que venho. Ainda está no inicio e já se encontram pessoas inconscientes dos seus atos e demasiado alegres. Não estou a criticar, é assim que eles se divertem e nem todos somos iguais. Entro atrás deles, o Thomas permanece ao meu lado, provavelmente a tentar encontrar o David, não queria estar na pele dele. Sinto a Eleanor a puxar para a mesa das bebidas. 


 - vais beber comigo, certo? - a rapariga ao meu lado pede, ela tem dois copos vermelhos na mão, pronta para deitar o líquido da garrafa de vodka, olho para ela - Daisy, descontrai, não vai ser um copo de vodka que te vai deixar bêbeda - ela dá uma gargalhada e eu pego no copo cheio, já faz algum tempo que bebi pela primeira vez e a sensação do líquido a passar na garganta é desconfortante mas no final é bom - onde está o Elliot? 

 - provavelmente com o irmão - eu dou uma sugestão e ela abana a cabeça, não percebi o seu gesto 

 - o Thomas está tentar procurar o David, e o Elliot se o vir vai bater-lhe, provavelmente não sabes da pior - ela bebe um pouco e eu olho-a confusa - o Elliot descobriu que ele andava com o irmão e com uma gaja ao mesmo tempo

 - o que? - a expressão presente no meu rosto é de confusão e de nojo ao mesmo tempo, como é possível alguém ser tão amável e esconder uma outra vida? - e isso já dura algum tempo? 

 -  o Elliot só descobriu a pouco tempo, mas talvez desde que ficou diferente - ela fala - mas anda vamos procurar-los - ela puxa-me pelo pulso, fazendo-me caminhar atrás dela pelo meio das pessoas 


  O Thomas estava sentado no sofá a falar com um grupo com quem ele ás vezes está na universidade, ele tem um sorriso no seu rosto, mas é um sorriso forçado, cada pedaço do seu corpo sente arrependimento e saudade. Até agora parece estar tudo a correr bem, sento-me no sofá ao lado de Eleanor e olho para o telemovel onde tenho uma mensagem.


 From cameron: olá miúda, então como está a correr a noite? ..quem me dera estar aí 

To cameron: olá... acho que está a ser normal, já somos dois

From cameron: eu adoraria poder meter-me no avião e voltar aí, acho que deixei algumas coisas pendentes ;-)

 To cameron: fico à espera ;-)))) 

From cameron: amo-te tanto Dyy 

To cameron: eu também te amo Cam


  Quando volto a prestar atenção à conversa das pessoas presentes, ouvimos um grito vindo do jardim, todos se levantaram e quase correram para o exterior. A Eleanor agarrou na minha mão e puxou-me pela multidão de jovens que resmungavam porque queriam ver, quando chegamos ao fim vimos o Elliot e o David aos murros um ao outro, corro sem qualquer preocupação e agarra o corpo do Elliot tentando parar-lo. 


 - por favor larga-me - ele diz, tentando tirar os meus braços do seu corpo - ele merece, ele é uma merda - ele grita limpando um pouco do sangue que lhe sai pelo nariz, enquanto que uma rapariga de cabelos ruivos agarra o David

 - vocês não podem resolver as cenas assim - a Eleanor fala para ambos - o que estão a fazer só vai magoar mais o Thomas

 - se ele não gostava do meu irmão dizia, não o deixava sozinho num fim de semana romântico - o Elliot começa andar em frente enquanto eu faço com que ele fique onde está - admite as merdas que fazes 

 - eu tenho a certeza que se estivesses na mesma situação que eu, farias o mesmo isso - a voz do David soa um pouco mais baixo 

 - eu não quero saber se gostas de gajas ou gajos, mas és um cabrão e espero que nunca mais toques ou te aproximes dele, se não...

 - se não o que? vais bater-me outra vez? - o David diz com uma voz sarcástica, o que faz o Elliot soltar-se do meu pequeno aperto e dá-lhe outro murro 

 - vamos embora, por favor - o Thomas pediu agarrando no braço do irmão, ele estava assustado, não quero imaginar o que ele estará a sentir, outra vez


  A viagem de carro até casa dos dois irmão foi silenciosa, o rapaz de cabelos castanhos abre a porta e deixa as chaves sobre a mesa. 


 - eu não acredito que lhe bateste, eu pedi para não fazeres nada - o Thomas vira-se para o irmão que mantêm uma expressão séria

 - és meu irmão e ele mereceu cada murro que levou - a sua voz é rouca - ele andava a comer uma gaja enquanto namorada contigo, achas que isso é de uma pessoa confiável? 

 - ok, mas não era preciso bater-lhe durante a festa - a Eleanor mete-se na conversa, eu não sei o que dizer, durante o tempo em que vivia na América nunca assisti a nada disto, eram poucas as vezes em que ia a um lugar cheio de gente e quando ia, era com o meu irmão

 - cala-te El, vocês estão a protegê-lo agora? ele mereceu - o Elliot vira costas e sobe as grandes escadas, olho para eles e o Thomas encontra-se abraçado a El, subo as escadas em procura do rapaz de cabelos castanhos claros, talvez esteja o seu quarto


  Procuro-o e encontro-o sentado com a cabeça sobre as mãos, entro no quarto e caminho até ele. Pouso a minha mão sobre a cabeça e faço-lhe uma festas sobre o seu cabelo. Entro na casa de banho e procuro algo para desinfectar as suas feridas no lábio e no nariz. Quando encontro, volto ao quarto e faço-o olhar para mim.


 - não precisas de fazer isso - a sua voz é baixa e quase parece que vai chorar - eu tento ajudar e ele ainda o protege

 - ele não queria que tu te magoasses, apenas isso - eu molho o algodão com a água oxigenada e passo no seu lábio, fazendo-o deixar um pequeno gemido de dor sair pelos seus lábios 

 - podia demonstrar isso de outra forma - ele resmunga e eu rio-me - qual é a piada, Daisy? 

 - és tão protector com o teu irmão, eu acho isso fantástico, pareces o meu irmão - eu elogio-o e ele aperta o meu braço, quando volto a passar o algodão

- desculpa - ele quase diz num sussurro - é a tua primeira festa de universidade e acabou assim

- eu preferia ficar em casa - eu respondo e ele dá um sorriso acolhedor, o seu sorriso é quase tão belo como o do Cameron, mas há algo mais nele que me ficar presa nos pensamentos, e algo não está bem

Distance » Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora