Distance » Cameron Dallas

38

  Por vezes tomamos decisões que podem magoar ou até destruir laços que criamos, mas talvez essas decisões sejam o melhor, esquecer o passado e viver o presente. O Cameron faz-me sentir tão bem e desde que estou com ele que me sinto melhor e ele tem sido um grande apoio. Queria poder ter a minha mãe aqui perto de mim, ainda não me conformei que a perdi para sempre, queria puder ter passado mais tempo com ela. Fico magoada por saber que ela não nos contou, mesmo que não quisesse que sofrêssemos por antecipação, mas está a fazer-me sofrer mais por não poder ter lhe dito o quanto eu gostava dela vezes e vezes sem conta. 

  O rosto do Cameron tem um brilho especial e com a pequena lunar que entra pelas persianas, o seu brilho torna-se maior. A sua boca está ligeiramente aberta e os seus lábios estão num tom rosado, ele tem uma beleza bela e sou capaz de apreciar esta beleza o dia inteiro. O seu corpo mexe-se um pouco e os seus braços puxam-me mais para o seu corpo. As minhas pernas estão pressas nas dele e o seu braço estava sobre a minha cintura. 

  - eu já tinha saudades de acordar assim - ouço a sua voz ainda sonolenta, os seus olhos ainda se encontram fechados - eu sei que já estás algum tempo a olhar para mim - ele deixa escapar uma pequena gargalhada - ainda é tão cedo - ele profere 

  - eu gosto de olhar para ti - eu respondo, deitando-me de barriga para cima, a sua mão para na minha barriga coberta pelo pano simples da sua camisola - hoje é o concerto - eu relembro-o 

   - e vais tão cedo? - ele mantém os seus olhos fechados - não podes ficar mais um pouco - o seus braços puxam-me mais contra o seu corpo, o seu rosto esconde-se na curva do meu pescoço 

  - ainda tenho uma hora de viagem e espero vê-los pela cidade - eu digo e ele suspira contra o meu pescoço - vocês podem aparecer lá para nos levarem comida quando tiver-mos na fila - eu dou uma sugestão seguida por uma gargalhada

  - os rapazes voltam para a América na segunda - ele avisa-me - eles queriam passar tempo contigo - eu gostava de estar com eles mais tempo mas também quero ir ao concerto, eu nem fazia ideia que eles viriam 

  - eu posso faltar a faculdade na segunda - eu digo mexendo no seu cabelo - mas eu não sabia que eles vinham e já estou a espera do concerto a bastante tempo 

 - não faz mal Daisy, eles percebem - senti os seus lábios contra o meu pescoço, nem acredito que ele se vai mudar para cá 

  - apesar de estar muito confortável aqui, tenho de ir tomar banho - eu profiro e o rapaz ao meu lado aperta-me mais contra si  - liga-me quando acordares - eu digo retirando os seus braços do meu corpo 

  - sim, e espero que não me tenhas trocado pelos australianos quando ligar - a sua voz sua agora contra almoçada, enquanto eu recomponho a sua camisola 

 - eu não posso prometer nada - decido brincar com ele, o seu rosto encara o meu, os seus olhos castanhos parecem assustados mas brilhantes - estava a brincar amor, eu não te irei trocar - eu caminho até ele e deposito-lhe um beijo simples nos lábios, o seu sorriso cresce entre o beijo

  Cameron 

  Sou acordado pelo som irritante do meu telemóvel a tocar. Cubro-me com os lençóis tentando não me importar com o som vindo de fora, mas é impossível. Apalpo o lugar ao meu lado e lembro-me que a Daisy já não se encontra ao meu lado por causa do concerto. Tento chegar a mesinha de cabeceira e quando agarro o telemóvel, com dificuldade visualizo o nome do meu melhor amigo. Decido atender com alguma preguiça, enorme preguiça.