Coragem

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Era inacreditável oque ele tinha feito, estar naquela cama, sem roupa.

- Viu como eu sou um Bom ator? - Falei rindo - Que porra é essa?

Me sentei na cama ao lado deles.

- Oque você está fazendo? - Daniel fala assustado.

- Você acha mesmo que eu vou cair no conto da bela adormecida? - Olhei para Rodrigo - Meu namorado é muito gato dormindo.

- Oque?

- Isso está tão ultrapassado, é tão clichê. -  Me levantei - Sai de perto dele por favor.

Ainda estou sendo educado.

- Ele acabou de transar loucamente comigo. - Ele tenta me provocar.

- Só vou falar mais uma vez, sai de perto dele. - O encarei.

- Me obrigue.

- Ok! - Peguei no cabelo dele e puxei com toda minha força. - Sai de perto dele porra.

- Você é louco.

- O poc - Me sentei no lugar de Daniel - Que pessoa burra no mundo mandaria mensagem pro namorado, pra ver ele com outro? Faz sentido pra você? Vocês devem ter dado algum remédio para ele dormir e armou essa cena ridícula. Digo vocês, porque provavelmente você não pensou nisso sozinho.

- Acertou! - Lucas entra. - Está mais esperto Rafael.

- Eu já imaginava que você também estava por trás disso, tirou essa idéia de onde? - Sorri - Algum filme de romance? Onde a vilã faz isso no final do filme, pra separar o casal?

- Eu estava jurando que você fosse acreditar nisso Rafael, e olha. - Ele se aproximou. - Você está de parabéns.

- Eu não tenho mais medo de você Lucas.

- Eu teria. - Ele pisca.

- Você deve ter pego a mania da louca da sua mãe. Não, pera, madrasta?

- Você não fala da minha mãe. - Ele se aproximou mais, erguendo o punho.

- Me bate! - Me levantei ficando de frente pra ele - Só que se você errar esse soco, eu vou te bater tanto, que toda vez que você for olhar no espelho, vai ver o estrago que fiz na sua cara.

- Está valente também - Ele baixa o braço e começa a rir.

- Eu tive que me preparar depois daquela sua ameaça quando eu estava dentro do avião. - Daniel não dizia nada, olhei para ele - Vai colocar uma roupa, você está nojento. - Rodrigo começa a acordar. - Que remedio vagabundo que vocês deram para ele, não faz efeito por muito tempo.

- Isso não vai ficar assim Rafael, eu vou te mostrar que não estou brincando.

- Para de ficar ameaçando - Olhei nos olhos dele - Se você for tentar alguma coisa, dessa vez faça direito, porque se não fizer, eu vou fazer questão de acabar com essa sua vida medíocre.

Ele sai com raiva.
Rodrigo estava muito sonolento ainda.

- Oque está acontecendo? - Ele fala meio mole.

- A gente precisa sair dessa casa. - Fui até o guarda roupas - Veste essa roupa.

Ele estava muito cansado, fui até a cozinha pegar um pouco de água, para que ele elimine o remédio na urina. Eu estava com muito medo de Lucas fazer alguma loucura, mas eu não poderia deixar ele perceber isso. Na frente dele eu precisava me manter forte, mostrar que eu também não estava brincando. Mas eu não sei do que ele é capaz. Chamei um carro e levei Rodrigo para minha casa. Quando cheguei, meus pais não estavam entendendo nada.

- Depois eu explico. - Falei para minha mãe.

Levei ele para meu quarto, coloquei ele deitado na minha cama. Pedi para que Marta fizesse uma sopa para ele. O remédio deixou ele muito grogue. Voltei para a sala.

- Precisamos conversar. - Meu pai me chamou para seu escritório.

- Não precisa. - Me sentei no sofá, minha mãe mexia no celular.

- É importante Rafael.

- Você tem alguma coisa pra esconder da mãe? - Sorri.

- Eu não quero você andando com aquele rapaz. - Ele fala olhando para mim.

- Renan? - Pergunto - Pai, eu não sou uma criança.

- Mas vive na minha casa. - Ele aumenta o tom de voz.

- Quer que eu saia?

- Rafael, pega leve. - Minha mãe entra na conversa.

- Pegar leve? Ele se diz tão apaixonado por uma mulher no passado, faz um filho nela e agora age como se o garoto fosse um golpista e outra, a idéia dele era se vingar, pai. Mas ele não fez isso, graças a educação que eu tive e de tanto eu falar bem dessa família. Você pode rejeita-lo como pai, mas eu não vou rejeita-lo como irmão. - Parece que eu tinha tirado um peso das costas ao falar isso.

- Você nem o conhece direito.

- A questão não é essa pai - Aumento o tom de voz - Você é um jornalista super famoso, já presenciou tanta história, e nenhuma delas foi tocante pra você? Ele é seu filho, você aceitando ou não.

- Ele tem razão Fábio. - Minha mãe me defende.

- Ana, a gente já brigou e chegamos a um consenso com isso.

- Que bom que vocês estão bem com isso, mas eu não vou ficar longe do meu irmão.

- A sopa já está pronta. - Marta chega com um prato.

- Olha, eu vou para o quarto, depois explico para vocês o que aconteceu - Me levantei do sofá - E pai, você aceitando ou não, isso não muda o fato dele ser seu filho.

Fui para o quarto, Rodrigo estava no banheiro. Coloquei a sopa na cabeceira. E me sentei na cama.

- Eu estou com muita fome - Ele olha o prato em cima da cabeceira assim que sai do banheiro.

- Eu trouxe pra você - Ele se senta na cama - Como você está?

- Enjoado.

- Quer falar sobre isso? - Respirei fundo -  Não podemos deixar Lucas continuar com essas atitudes.

- Eu não quero falar sobre isso agora Rafael.

- Você precisa abrir os olhos. - Insisto.

- Por favor, amanhã a gente conversa sobre isso, eu só quero me deitar ao seu lado e dormir a noite toda..

- Tudo bem. - Me levantei - Vou tomar um banho.

Fui para o banheiro, Rodrigo nunca vai entender o mal que Lucas pode fazer para nós. Lucas não vai nos deixar em paz, parece que ele não entende isso, eu sei que ele é pai, e que tudo isso não é fácil, mas ele não pode continuar com os olhos fechados. Sai do banheiro, Rodrigo já estava dormindo novamente, eu me deitei ao lado dele, comecei a acariciar seu rosto. Não demoro a dormir também. Na manhã seguinte, olhei para o lado e Rodrigo não estava, me levantem, fui lavar meus rosto e escovar meus dentes. Ao sair do banheiro ele chega com uma bandeja de café da manhã com um sorriso no rosto.

- Eu fui pegar um café para você, a funcionária disse que você nem comeu ontem.

- Que lindo. - Falei sorrindo.

- Você merece meu amor.

- É por isso que eu te amo - Me sentei na cama, ele se sentou ao meu lado.

- Experimente esse morango. - Ele leva um morango até minha boca - Ele está docinho.

- Nossa, está mesmo. - Falo ao morder o morango.

Comemos o café da manhã juntos.

- Sabe. - Ele muda a expressão - Eu preciso fazer alguma coisa para parar Lucas.

- Oi? - Cade o pai defensor?

- Ele não pode continuar fazendo essas coisas, eu faço questão de dar um jeito nele.

- Oque você pretende?

- Você vai ver.

Oque Rodrigo estava planejando?

O Pai do Meu Melhor Amigo - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora