No alvorecer do dia do casamento real, os primeiros raios de sol acariciavam as muralhas do majestoso castelo, banhando-o em uma luz dourada que antecipava a grandeza do evento. Dentro dos aposentos reais, as donzelas da corte já estavam em movimento, sussurrando com excitação enquanto se preparavam para auxiliar Sua Majestade, a Princesa Orquídea, em seu dia especial.
O quarto da Princesa estava impregnado com a fragrância de flores frescas que haviam sido meticulosamente arranjadas em vasos de porcelana fina. A janela aberta permitia a entrada de uma brisa suave, carregando consigo o aroma das flores do jardim real. Ao redor, servos habilidosos ajustavam os últimos detalhes dos cortinados de seda, criando uma atmosfera de elegância que correspondesse à ocasião.
Emaíla acordou com os primeiros raios de sol penetrando pelas cortinas de seda de seu quarto, mas a luz não trazia consigo o alívio esperado. Em vez disso, a dor de cabeça intensa, consequência de uma noite de lágrimas incontroláveis e pensamentos inquietos, a deixou ainda mais exausta e desanimada. Hoje era o dia do seu casamento com o Rei Phillip, uma união que ela aceitou não por amor ou desejo pessoal, mas por um senso de dever e sacrifício pelo seu povo.
Enquanto seus olhos se acostumam com à luz, Emaíla percebeu que seu quarto estava repleto de servos, mais de vinte, todos esperando pacientemente que ela acordasse. O ambiente estava impregnado com o aroma suave de lavanda, mas a fragrância que normalmente a acalmaria parecia agora apenas intensificar seu mal-estar.
— Bom dia, Vossa Alteza - disseram em uníssono, com belos e largos sorrisos no rosto, suas vozes harmoniosas preenchendo o quarto com uma falsa sensação de alegria.
Emaíla tentou esboçar um sorriso, mas seus lábios se recusaram a cooperar.
Sentia-se esmagada pela responsabilidade que estava prestes a assumir, uma responsabilidade que nunca desejou. Com um esforço tremendo, ela levantou-se da cama e fez uma reverência em respeito aos seus servos, sua mente ainda turva e seu coração pesado.
— Bom dia - respondeu ela com um fio de voz, tentando esconder o desespero que lutava para não transparecer.
Hoje sera um dia e tanto...
Após emergir de um banho demorado, Emaila sentiu a frescura da água escorrendo de sua pele como a promessa de uma nova estação. Suas servas, conhecedoras da ocasião únicas que se desenhavam, acolhidas com toalhas de linho macias, tecidas com padrões florais que lembravam a exuberância da primavera.
Enquanto suas servas a conduziam ao quarto, a luz suave que entrava pelas janelas adornava o espaço com tons de verde e rosa, criando uma atmosfera de encanto e beleza. O mobiliário estava decorado com flores silvestres, e as fragrâncias de jasmim e lírios dançavam no ar, prenunciando a união entre a Rainha de Primavera e o Rei de Inverno.
O primeiro passo na vestimenta da rainha foi uma seleção de peças íntimas que representavam a delicadeza e a vitalidade da estação. Um conjunto de lingerie finamente rendado, adornado com pequenas flores bordadas, foi escolhido para realçar a feminilidade de Emaila. As peças eram tão leves e suaves quanto a brisa primaveril que balançava as flores lá fora.
Em seguida, suas servas cuidadosamente envolveram a rainha com um vestido que parecia ter brotado diretamente do solo fértil da estação. O tecido era uma mistura de seda e chiffon, com nuances suaves de verde e rosa que se mesclavam como a elegância de uma flor em plena harmonia. Bordados delicados de flores silvestres se entrelaçavam ao longo do corpete, capturando a essência da natureza em cada ponto.
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O Fardo da Coroa: A luta de Orquídea pela Liberdade.
FantasyLivro 2 Onde a paz é conquistada, delicada e efêmera. Depois de uma década, Orquídea finalmente experimentou de uma vida plena e independente, livre da necessidade de depender de outros. No entanto, os temores persistem em sua mente, sabendo que um...