4. Ele só quer te usar

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Secando o rosto com a toalha de banho eu me sento na cama encarando meus pés grandes e descalços. Terminei no banho o que havia comecado com Sakura. É oficial: sou o cara que comeu a própria irmã. Caralho... estou com um misto de nojo de mim mesmo, isso deve ser o que chamam de quebrar tabu.

Agora são três da manhã, eu levanto para ir na cozinha tomar uma água pois estou morrendo de sede. Quando caminho para fora, já dou de cara com a porta do quarto dela.

Passo reto depois de dar uma encarada rápida, e na volta, passo apagando as luzes do corredor mas diminuo as passadas até parar novamente diante da porta dela. Foi um erro mesmo... Digo lembrando da carinha dela para mim. Mas ela pareceu bem chateada quando a expulsei do meu quarto sem muito acolhimento. O que mais eu esperava?

Projeto meu corpo para enfim entrar no meu quarto, mas a minha curiosidade falava mais alto. Empurro a maçaneta do quarto dela, e boto a minha cabeça pela abertura e então vejo o momento em que ela se vira para me olhar por sobre o ombro.
"O que você quer?" Sakura me pergunta tentando disfarçar sua ansiedade. Meu cabelo molhado, indicando que acabei de tomar banho, e seu olhar atento me analisa de cima a baixo, pelo menos até a cintura.

"Naquela hora, pensei ter visto você chorando," digo com minha voz naturalmente grave, mas amigável, segurando a maçaneta como um ponto de apoio, caso precise fugir da situação e da nossa inegável atração um pelo outro. Observo a luz do meu quarto invadir o dela pela abertura onde estou, iluminando parcialmente a penumbra. "Tocar em você foi muito intenso mas foi errado, não devíamos Sakura. Esqueça, esqueça tudo. Sinto-me extremamente perturbado pelo que fizemos no meu quarto. Por favor, não se aproxime mais de mim..."

"Você é um covarde, isso sim. Sai logo do meu quarto, me poupe do seu mimimi." me realinho revirando meus olhos, eu nego tudo que ela despreza com um aceno de cabeça. Agi feito um idiota, e fui um egoísta com ela quando a expulsei. Mas Sakura consegue ser ainda pior, uma tremenda infantil, até mesmo agora quando tento me abrir Sakura me recrimina.

"Se prefere assim, melhor. Só Esquece o que rolou." digo colocando um ponto final na conversa tencionando sair, é então que ela pula da cama e a vejo vestida numa blusa minúscula e de calcinha. Puta que pariu. Quer me deixar louco...

"Se prefere assim, melhor. Só esquece o que rolou," digo, encerrando a conversa com firmeza, prestes a sair. Nesse instante, ela salta da cama, vestida apenas com uma blusa minúscula e calcinha. Puta que pariu. Quer me enlouquecer...

"Quer saber de uma coisa?" ela provoca, com um riso desafiador e os braços cruzados sobre o busto. Ela ri de mim com deboche. "Sente atração por mim e fica aí se fazendo de difícil, enquanto outros só esperam uma chance de ficar comigo." Sinto uma pontada no peito e nego com um aceno, tentando esconder que ela acertou em cheio. "Fique sabendo que eu não sou de correr atrás."

"Ah, é?" ela balança positivamente. "E esse alguém seria o Naruto, correto? Vem cá, deixa eu te falar um negócio: aquele cara, ele só quer te comer. No dia seguinte ele nem vai te reconhecer se te vir na rua." digo com muito desdém.

"Ah, entendi. Ele só quer me comer, e você não fez exatamente isso?" desfaço meu personagem instantaneamente. "Hipocrisia do caralho, Sasuke."

"Sakura." digo entredentes e encaro Sakura desfazendo os braços voltando a se sentar na cama enquanto fica revirando os olhos para mim sacudindo a cabeça em negação.

"Papai ligou." minhas mãos caem nas laterais do meu corpo de apreensão, e minha aflição silenciosa toma conta do meu organismo.

"Você contou sobre nós" digo, e ela é quem abre um sorriso vitorioso.

"O que você acha?" ela pergunta e eu engulo em seco. "Claro que não, acha que sou burra? Não disse uma só palavra ao velho. Fica tranquilo, ninguém vai saber." diz, enquanto sacode a cabeça como se fosse muito divertido. Vejo Sakura se apoiando nas mãos atrás do corpo. "Esse é o nosso segredinho sujo, irmão." a piscadela de olho faz eu rir de nervoso.

Pecados inocentes (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora