SEX APPEAL

03

Música do capítulo: Kisses Down Low - Kelly Rowland

Mal pude acreditar quando os seus olhos cruzaram os meus. A filha da puta parecia que me devorava com apenas um olhar. Eu estava louca? Ou ela realmente estava me encarando descaradamente? Senti o meu coração palpitar e em seguida, afastei o meu corpo da porta de um modo que não ficasse visível pra ela. Droga, Valentina! Não pude deixar de ouvir, segundos depois, gemidos abafados saindo da sua boca. Me aproximei novamente da porta e ela rebolava sobre as pernas do homem enquanto ele, segurava a sua bunda com uma certa timidez. Ela beijava o seu pescoço avidamente, deslizava suas mãos por todo o corpo do cliente que pedia por mais. Virou de frente, e, por uma fração de segundos, seus olhos se encontraram com os meus.

De novo.

Aquela cena estava me provocando um aquecimento repentino em todas as áreas de meu corpo, mas principalmente num lugar na qual eu não poderia explicar. Meu corpo estava febril, meu sexo já estava mais que molhado. Como isso era possível? Eu estava completamente excitada por uma mulher que estava transando com um homem. Na minha frente.

Seus olhos ainda estavam nos meus, e eu pude perceber que em mim ela viu um tipo de desafio, sorriu diabolicamente, prendendo o lábio inferior entre a fileira de dentes brancos, soltando uma piscada mais sensual. Fuck! Ela recolheu sua mão, dando um passo para trás. Puxou o robe para fora, deixando-o escorregar por sobre seus ombros. Ela estava quase nua por baixo, revelando os pequenos seios, a barriga chapada e uma calcinha minimamente escura. O rapaz não conseguia tirar seus olhos dela, e bom, dava perfeitamente pra entender a postura dele.

Meu corpo já estava mais que quente, minha nuca suava, meu estômago estava revirando e o meu sexo... Bom, eu estava completamente molhada e não poderia negar pra mim mesma. O que estava acontecendo? O que essa mulher está fazendo comigo?

— Me deixe te foder logo. – O homem riu timidamente jogando a cabeça para trás. – Você é um ótimo negócio!

— Cale a boca. – Vênus ordenou, circulando o homem, deixando seus olhos vaguearem por toda sua pele.

O rapaz balançou a cabeça negativamente ficando visivelmente ofegante, seu dedo indicador desceu pela espinha da mulher até alcançar sua bunda.

Porra. Que inveja!

Engoli em seco quando ela me olhou novamente, tirando delicadamente a calcinha de seu corpo, sem tirar o olhar sobre o meu. O que ela queria, afinal? Que eu entrasse naquele quarto, expulsasse o tal idiota e lhe agarrasse sabendo que ela nem se deita com mulher? Aquela calcinha era tão pequena que eu tiraria com a boca em questão de segundos, se me concedesse a honra. Fechei os olhos e me afastei novamente. Mas daquela vez, era pra valer. Eu precisava me recompor, já tinha passado dos limites naquela noite e isso já não é mais um costume meu.

[...]

— Valen! Estava te procurando por toda parte. Onde você se meteu? – Bettina já estava com a voz embriagada.

— Me perdi pelo caminho. Vamos pra casa? Você já está bêbada.

— C-calma! A Jullie se desviou e nós vamos também. Eu só preciso de...

— Você precisa ir pra casa, Bettina – Segurei os seus braços apoiando em meu ombro e caminhei em direção a saída – Chega por hoje. A Jullie mandou mensagem, ela está bem.

A Bettina reclamou durante todo o caminho até chegarmos na minha casa e ela cochilar no primeiro tapete que avistou na sala. Eu estava exausta, confusa. Precisava dormir antes que enlouquecesse.

Tomei um longo banho, procurei uma lingerie confortável e ao deitar para conferir as horas me peguei me arrependendo de ter ido naquele lugar. De novo. Por que eu fui atrás dela? Por que ela me encara? São tantas questões e nenhuma delas vai ser respondida. Aproveitei pra conferir se a Vênus tinha alguma rede social mas, sem sucesso. Não tinha Instagram, Facebook ou até mesmo uma foto sua se apresentando no Google. Com esse nome ela não seria encontrada em nenhum lugar e sabia disso. Se era esse o objetivo dela, estava mais que alcançado.