Capítulo 6

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"às vezes desistir
de alguém é um sinal
de que a gente se ama tanto,
mas tanto, que não pode
ver nosso coração ser tão
machucado e não fazer
algo pra mudar isso."

-Drica Serra

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Então, Diana continuava fazendo suspense e aquilo me irritava, quem ela acha que é? Acha que tem essa intimidade toda pra falar desse jeito? Que ódio! Então depois de tanto silêncio, Poncho resolveu falar...

-EU VOU SER PAI-Diz ele todo animado com a ideia.

Aquela frase entrou no meu peito como uma faca, como pode ser? E agora? Ele está animado com a ideia de ser pai e é não é pelo meu filho e, sim, com de outra, isso é tão desanimador, me sinto impotente, sinto como se eu estivesse com febre. Em meio aquele silêncio todo de seus amigos e, com todos mostrando a mesma reação, eu me viro e me deparo com uma única pessoa me olhando, May, ela me encarava como se pedisse, pelo amor de Deus pra eu contar logo e acabar com aquela festa da Diana. Mas, meu corpo falava algo diferente, então, a única reação que eu tive foi gritar....

-TÁ TUDO ERRADO NA MERDA DESSE JANTAR, TUDO!- Falo sentindo o meu corpo ferver e meus olhos marejarem, quase com as lágrimas caindo pelo meu rosto e, para que eu não mostrasse essa minha reação de fragilidade, eu precisei sair, só pensei em sair o mais depressa possível!

Então ao chegar na porta, consigo sentir um toque no meu braço, aquele toque, eu sabia de quem era e em meio desespero, me senti um pouco calma. Ah Poncho, só em um simples toque, você consegue me acalmar...Então eu me viro pra ele, com uma lágrima no rosto, só o consigo olhar pra ele fixamente, esperando que ele me falasse algo, esperando ouvir aquela voz doce, dizendo pelo menos "eu te amo", "por mais que esse filho venha, eu quero estar com você", ou então pelo menos um abraço, mas, não tudo o que eu escutei foi...

-O que foi baixinha? Porque está assim? Não está feliz em me ver feliz? Sinceramente, não entendo você, você sempre está emburrada, como se tudo te incomodasse, como se sua vida estivesse um inferno e tivesse jogando tudo em cima de mim- Diz ele me olhando com um ar mais sério, e ao mesmo tempo, com um semblante mais preocupado.

-É sério que você vai colocar a culpa em mim? Com essa tal desculpa, de bem querer? Você me alimenta de esperanças  e some por muito tempo, não me manda mensagem, não me diz nem um sequer "me aproveitei de você e agora já passou", pelo menos sua namorada sabe o que aconteceu entre nós aquela noite? Você contou pra ela? Ou resolveu  ocultar tanta coisa, como sempre fez?

-Eu contei pra ela, quando ela me contou da gravidez, eu tive contar, quando soube do meu filho, minha vida mudou, então eu decidi que ficaria do lado dela e não abandonaria, desculpa te decepcionar tanto!-Diz ele com a expressão triste

-Claro, por isso que ela está se dando por tão vencida, ela diz e você corre pra palma da mão dela, como um cachorrinho

-Sim, Any, eu entendo você está com raiva, mas, eu preciso virar essa página na minha vida, eu não quero que meu filho cresça sem um pai, sem saber da minha existência, sem eu fazer nada por ele, eu não planejei isso, você sabe que sempre tive vontade de ser pai, comentava isso com você e agora eu estou aqui realizando meu sonho.- Aquelas palavras saiam da boca dele e, em mim causavam um efeito completamente destrutível , meu coração já estava acelerado, eu custo a acreditar que eu estava falando sobre ele, que o amor da minha vida estava falando aquilo pra mim, falando como se nada tivesse acontecido entre a gente, como se aquilo tudo fosse um erro.

-Virar a página? Isso agora realmente é uma despedida?

-Sim- Diz ele com toda a convicção, ele realmente queria aquilo e eu podia sentir.

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