Gwayne Hightower

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"Os deveres de um homem às vezes podem sobrepor suas crenças e devoção nos deuses" dissera Otto Hightower, com uma expressão dura e olhar de aviso.

Gwayne não concordou, ele pensou que o cumprimento de um dever é um ato de devoção em si, uma prova para os deuses de que ele é um homem de palavra firme e assertiva. Ele entende que, talvez, nesse caso específico, seu pai esteja certo.

Gwayne Hightower sempre foi um homem muito devoto a sua fé, orando todos os dias aos Sete, principalmente para o Guerreiro, pois ele sempre se esforçou para ser um excelente cavaleiro. Ele nunca teve planos de se casar, afinal, ele é o primeiro filho de um segundo filho, o que ele poderia oferecer à uma esposa? Mas o faria de qualquer forma, em benefício próprio e por sua família.

Seu pai tentou por anos casar sua irmã com o Rei Viserys I, porém suas tentativas foram todas mal sucedidas e por fim Alicent foi prometida a Joffrey Arryn, primo distante da Princesa Rhaenyra e herdeiro do Vale de Arryn. Foi um bom partido para uma dama de companhia, e ele não entendeu o desgosto de seu pai pela união.

Quando Gwayne é informado sobre a proposta de casamento entre ele e a Princesa Rhaenyra, ele fica surpreso, pois a Targaryen já possuía 2 maridos e filhos com cada um. Contudo, seu pai aceitou a proposta sem hesitar e então ele em breve seria o mais novo Príncipe Consorte Real, e nem mesmo por vontade própria.

Ele entende que é a maneira mais fácil que seu pai encontra para que o sangue Hightower fique mais próximo do Trono de Ferro, mas não gosta de ser usado em seus esquemas. Ele é um homem e um cavaleiro, seu pai não deveria tentar usá-lo como um peão em seus jogos. Eles trocaram fortes palavras sobre isso.

"Eu não sou uma filha e não aceitarei ser tratado como uma, pai" avisou Gwayne, com raiva fria descrita em seu rosto.

Otto o olhou, inabalado por seu descontentamento, muito preocupado em planejar como os seus futuros netos subiriam a herdeiros sobre os filhos Velaryon e Strong.

"Já está feito. Você é noivo, se recomponha" descartou, com um simples gesto de desdém.

Gwayne fecha as mãos em punhos e grunhe para evitar amaldiçoar seu pai e sua ambição sem limite por arranjá-lo com uma mulher que nem mesmo é uma donzela. Ele se aproximou um passo e apoiou ambas os punhos na mesa, se inclinando para perto do pai.

"Que autoridade você pensa ter sobre mim para vender-me como uma prostituta? Você acha que eu sou Alicent?"  questionou duramente "Você acha que eu não estou acima de envergonhá-lo e desfazer essa farsa de noivado?"  perguntou, rangendo os dentes.

"Você não ousaria" disse Otto, hesitante, com a cor se esvaindo de seu rosto.

"Eu ousaria" Gwayne confirmou, se deleitando com a expressão contorcida em aborrecimento, vergonha e alarme de seu pai.

"Mas é o melhor casamento que você poderia arrumar!" apontou seu pai, meio assustado, meio irritado "Você se tornará um Príncipe e fornecerá Príncipes ao Reino!" ele engoliu em seco.

"Eu vou mantê-lo apenas para o meu beneficio. É mais do que eu poderia pensar" disse, relutantemente, após alguns segundos "Mas você, não chegue perto de mim" avisou, franzindo a testa para a expressão presunçosa de seu pai, e se afastou "Eu não vou entreter seus esquemas" afirmou, se retirando da presença dele.

Gwayne se arrependeu de não ter desfeito o noivado.

O casamento ocorre em uma cerimônia valiriana, que era muito excêntrica para ele, mas apenas nessa religião era permitida a poligamia e poliandria, além de ser tão legítima quanto uma união pela Fé dos Sete ou pelos Deuses Antigos. O corte em seus lábios e a runa desenhada em sua testa também são coisas muito peculiares para ele, entretanto Gwayne tem um dever a cumprir, e se para isso precisa ser em um ritual de outra cultura, ele o fará.

Os Cinco Maridos - Spin-off de Inesperadamente Poliândrica Onde histórias criam vida. Descubra agora