Capítulo IV

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Adrian manteve o olhar fixo no da Rainha Amara, sentindo o peso de sua decisão como uma rocha no peito. Sabia que não havia retorno, mas também sabia que o caminho para a verdadeira mudança estava repleto de sacrifícios e enganos.

"Eu escolho ficar ao seu lado, mãe," disse Adrian, sua voz carregada de uma falsa submissão. "Valenor precisa de estabilidade, e eu compreendo isso agora."

A Rainha Amara estudou o rosto de seu filho, procurando qualquer sinal de hesitação ou traição. Depois de um longo momento, ela assentiu lentamente, uma sombra de um sorriso curvando seus lábios.

"Você fez a escolha certa, Adrian," respondeu ela, seu tom gélido suavizado por uma nota de satisfação. "Há muito que fazer para manter Valenor seguro. Venha, temos que planejar nossos próximos passos."

Adrian seguiu sua mãe pelos corredores do castelo, mantendo uma expressão de obediência enquanto seu coração fervilhava com planos ocultos. Ele sabia que precisava ganhar a confiança dela enquanto trabalhava secretamente para desmantelar seu regime opressor.

Ao entrarem na sala de guerra, um salão vasto adornado com mapas e estandartes, a Rainha Amara começou a discutir suas estratégias de controle e defesa do reino. Adrian ouvia atentamente, absorvendo cada detalhe, sabendo que essa informação seria crucial para a resistência.

"Lena escapou, mas isso não é um problema," disse Amara, observando um mapa detalhado de Valenor. "Ela será recapturada em breve. Nossas forças são superiores, e qualquer tentativa de revolta será esmagada."

Adrian assentiu, escondendo sua preocupação pela segurança de Lena e dos outros revolucionários. Ele precisava encontrar uma maneira de avisá-los sem levantar suspeitas.

"Claro, mãe. Temos os melhores estrategistas e guerreiros," respondeu ele, com a confiança que sua mãe esperava ver.

Os dias se passaram, e Adrian desempenhava habilmente seu papel de príncipe leal, ao mesmo tempo em que, nas sombras, ele construía uma rede de aliados e informantes. Ele usava sua posição para acessar áreas restritas, coletar informações vitais e planejar movimentos estratégicos para a resistência.

Finalmente, uma oportunidade de encontro surgiu. Em uma noite escura, Adrian conseguiu enviar uma mensagem criptografada para Lena, marcando um encontro em um antigo celeiro abandonado, longe das vistas dos guardas.

Lena, que estava escondida em uma cabana isolada nas florestas ao norte do castelo, recebeu a mensagem com alívio e ansiedade. A mensagem era simples: "Encontro no celeiro, meia-noite. - A."

Na noite do encontro, Lena se moveu silenciosamente pelas sombras da floresta, seu coração batendo acelerado. Quando chegou ao celeiro, viu a silhueta de Adrian contra a luz tênue da lua que filtrava pelas tábuas desgastadas.

"Adrian," sussurrou ela, seu alívio evidente ao vê-lo são e salvo.

"Lena," respondeu ele, dando um passo à frente. "Estou feliz que conseguiu vir."

Os dois se afastaram um pouco, mantendo a distância necessária. "Temos pouco tempo," disse Adrian, sua voz grave. "Minha mãe está mais vigilante do que nunca. Precisamos ser cuidadosos."

Lena assentiu, seu olhar firme, mas por trás de seus olhos havia uma sombra de tristeza e cansaço que ela não conseguia esconder completamente. A morte de seu pai e de tantos companheiros ainda a assombrava. "Sei que arriscou muito para estar aqui. O que descobriu?"

Adrian explicou os planos da rainha para fortalecer seu controle sobre Valenor, detalhando as estratégias e pontos fracos que ele havia descoberto. Lena ouvia atentamente, sentindo a urgência e a gravidade da situação.

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