Capítulo VII

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O sol já estava alto no céu de Valenor quando Adrian foi chamado ao grande salão do trono. A sala estava imponente como sempre, com suas altas colunas de mármore e tapeçarias ricamente decoradas. No entanto, havia algo diferente no ar — uma tensão palpável, quase sufocante.

A Rainha Amara estava sentada em seu trono de ébano, seu olhar frio e calculista fixo em Adrian enquanto ele se aproximava. Ao seu lado, os conselheiros e guardas pareciam estar à espera de algo, seus rostos inexpressivos, mas com olhos atentos a cada movimento.

"Adrian", a Rainha Amara disse, sua voz soando tão afiada quanto uma lâmina. "Temos sérias acusações a discutir."

Adrian manteve-se firme, tentando esconder qualquer sinal de nervosismo. "Sim, majestade. Estou à sua disposição."

A Rainha Amara levantou-se, suas vestes reais farfalhando suavemente. "Recebi informações de que você está envolvido na sabotagem do abastecimento de água da noite passada. O que tem a dizer sobre isso?"

Adrian sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele sabia que esse momento poderia chegar, mas não esperava que fosse tão rápido. "Majestade, eu estava no palácio durante toda a noite. Não tive envolvimento algum nessa sabotagem."

A Rainha Amara sorriu, mas era um sorriso desprovido de qualquer calor. "Eu gostaria de acreditar em você, Adrian. No entanto, temos provas. Um de nossos guardas pessoais, alguém em quem confio plenamente, confirmou suas suspeitas atividades."

Adrian sentiu um nó apertar-se em seu estômago. "Isso é um engano, majestade. Eu jamais trairia Valenor."

A Rainha Amara fez um gesto sutil, e um dos guardas avançou. "Prendam-no. Ele ficará na masmorra até que essa questão seja resolvida."

Adrian arregalou os olhos, seu coração batendo freneticamente. "Mãe, por favor, você não pode fazer isso! Eu sou seu filho!"

A Rainha Amara não demonstrou nenhum sinal de misericórdia. "Prendam-no, agora."

Os guardas agarraram Adrian, suas mãos fortes e implacáveis. Ele lutou, mas sabia que seria inútil. Enquanto era arrastado para fora da sala, ele viu o rosto de sua mãe endurecido pela determinação. Havia uma frieza ali que ele nunca tinha visto antes.

•••

A masmorra era fria e escura, as paredes de pedra exalando umidade e desespero. Adrian foi empurrado para dentro de uma cela, a porta se fechando com um estrondo metálico que ecoou pelos corredores vazios. O chão de pedra era duro e frio sob seus pés descalços, e a única luz vinha de uma pequena janela no alto da parede, por onde os raios de sol entravam fracamente.

Os guardas não deram a Adrian nem uma cama, nem comida, nem água. Ele estava sozinho com seus pensamentos, cada segundo passando como uma eternidade. O silêncio era absoluto, interrompido apenas pelo som distante de gotas de água pingando em algum lugar nas profundezas da masmorra.

Adrian sentou-se no chão, suas costas contra a parede fria. Ele sabia que estava em uma situação desesperadora, mas também sabia que precisava manter a calma e encontrar uma saída. Sua mente trabalhava freneticamente, tentando formular um plano.

Os dias passaram lentamente. Adrian mal conseguia dormir no chão duro e gelado. Ele passava o tempo tentando ouvir qualquer som que pudesse indicar a presença de alguém, qualquer coisa que pudesse dar-lhe uma pista de como escapar. Sua mente voltava repetidamente a Lena e aos revolucionários. Ele sabia que, se eles não soubessem do seu destino, poderiam continuar com o plano sem ele.

Finalmente, em uma noite fria e sombria, Adrian ouviu passos se aproximando. Ele levantou-se rapidamente, seus sentidos em alerta máximo. A chave girou na fechadura, e a porta da cela se abriu com um rangido sinistro. Um guarda entrou, segurando uma tocha cuja luz tremeluzente iluminou a escuridão.

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